Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“No início do Tempo
Comum, depois do Natal
e antes da Quaresma, lemos o início da missão
de Jesus
com o chamado dos
discípulos, a proposta do Reino.
‘No ano C, é Lucas quem nos conduz; ele insiste no seguimento radical de Jesus,
ensina-nos a orar, a amar, a perdoar, a nos deixar guiar pelo Espírito,
a levar em conta as mulheres, a colocar no centro de nossa vida o acolhimento e
a preocupação com os pobres...’ (Ione Buyst).
Neste segundo domingo,
celebramos a manifestação de Deus em Jesus, em Caná da Galileia, no contexto
de um casamento e aí Jesus
realiza o seu primeiro sinal.
‘Reunidos
pelo Espírito, somos convidados a tomar parte no banquete festivo das bodas de
Caná, quando Jesus realiza o seu primeiro sinal. Verdadeiro esposo da
humanidade, ele nos oferece o bom vinho que a todos alegra. Sintamos a honra de
ser participantes das núpcias, sinal da aliança de Deus com seu povo.
A
comunidade celebrante, noiva de Jesus, nunca será abandonada nem ficará
deserta. Na diversidade de dons e carismas, a comunidade Igreja celebra as
núpcias com o Cordeiro.
A exemplo
do profeta Isaías, não podemos nos acomodar enquanto a justiça e a liberdade
não florescerem. Jesus é o noivo da comunidade reunida. A diversidade de dons,
quando postos em comum, é sinal de riqueza na comunidade.
Celebrar a
Eucaristia significa renovar o gesto que constitui esta comunidade em povo de
Deus. O vinho consagrado, sangue de Cristo e sinal de seu amor pela Igreja,
antecipa a festa da nossa assembleia que se torna plena nas núpcias eternas’
(cf. Liturgia
Diária de Janeiro de 2013 da Paulus, pp. 58-60).
O casamento em Caná é o primeiro dos
sete sinais, escolhidos pelo evangelista para revelar Jesus como
o Messias
e Filho de Deus.
É o início da manifestação da glória de Cristo
que se plenificará, através de sua entrega na cruz. A água, transformada em
vinho, é sinal da vida nova, do vinho novo da salvação, que o Senhor oferece de
forma abundante como esposo da humanidade.
Os discípulos expressam sua adesão a
Jesus,
através do acolhimento aos sinais de amor e de salvação. O Senhor permanece
fiel à aliança e nos cumula de dons para que possamos colocá-los a serviço da
edificação da comunidade, criando relações fraternas. Por meio da fé em Jesus
Cristo, formamos um só corpo, no mesmo Espírito.
Maria
é modelo de fidelidade à aliança, ao plano de amor de Deus, revelado em Cristo.
Com solicitude maternal, ela percebe que ‘eles não têm mais vinho’.
Sua atitude nos ensina a sermos pessoas sensíveis e comprometidas com as
necessidades dos irmãos e das irmãs. Maria não
cessa de interceder junto ao Filho para que a humanidade alcance a vida em
plenitude.
O documento de Aparecida, número 364,
convida que ‘fixemos o olhar em Maria e
reconheçamos nela a imagem perfeita da discípula missionária. Ela nos exorta a
fazer o que Jesus nos diz (cf. Jo 2,5) para que ele possa derramar sua vida,
entregando-a. Junto com ela, queremos estar atentos uma vez mais à escuta do
Mestre e, ao redor dela, voltarmos a receber com estremecimento o mandato
missionário de seu Filho: ‘Vão e façam discípulos todos os
povos’ (Mt 28,19).
Escutamos Jesus
como comunidade de discípulos missionários, que experimentaram o encontro vivo
com ele, e queremos compartilhar todos os dias com os demais essa alegria
incomparável.
O encontro com Cristo
proporciona experimentar o melhor vinho que salva e dá sentido à nossa festa.
Como verdadeiro esposo, Jesus
está sempre presente para oferecer o vinho novo, sinal de seu amor e de sua
ação libertadora. Somos chamados a distribuir o vinho que o Senhor nos oferece,
entre os convidados, para a grande festa da vida. O nosso anúncio deve irradiar
a alegria da festa, do banquete do Reino.
[...] Imaginemos esse casamento em
Caná. Deve ter sido de um casal pobre. Maria, Jesus e seus Discípulos pobres,
foram convidados. Ricos não se misturavam com os pobres. Nem se poderia
imaginar que algum pobre fosse convidado à sociedade da época, mais ou menos
como é em nossos dias. O vinho era uma bebida nobre e cara, consumida somente
em grandes eventos, como núpcias. Os Apóstolos, tendo deixado tudo para seguir
o Mestre, aproveitavam de oportunidades como essas, para “tirarem a barriga da
miséria”. Eram “bons de copo” e também Jesus bebia com eles, o vinho do
casamento. Maria entra em cena: Mãe preocupada; Mulher perspicaz e Discípula
confiante no Filho. Do ponto de vista humano, como qualquer mãe, chama a
atenção do filho, advertindo-o, quem sabe, de que seus amigos estavam
exagerando na bebida. “Eles
não tem mais vinho”. Em outras palavras: “peça aos seus
amigos, para maneirarem no copo”. Jesus, aparentemente parece grosseiro com a
mãe: “Mulher, por que
dizes isso a mim? Minha hora ainda não chegou”.
Mesmo assim Maria sabe em quem põe sua confiança e vai aos que servem e
pronuncia o coração desse Evangelho: “Fazei o que ele vos
disser”. E o que Jesus diz? Que participemos do
Seu primeiro grande sinal (milagre). Enchamos as talhas de água, que Ele
transforma em vinho, o melhor vinho. Nossa participação é apenas água, o resto
fica por conta do Senhor. Ainda: Jesus resume seu anúncio evangélico numa única
orientação: “Amai-vos como eu vos amo!”
E isso não parece ser tão simples assim. Quem ama, se preocupa, promove, fala
bem do outro, não inveja ninguém, não engana e nem mente. Eis razões para nossa
conversão em nossas relações de
Comunidades, Eclesiais, Políticas e Sociais.
Conta-se que um casal pobre,
preparando-se para o casamento, deixara um barril diante da casa do noivo. Os
convidados, conforme costume da época, passavam pelo barril e nele depositavam,
ao longo do dia do casamento, sua porção de vinho a ser consumida nas bodas. Ao
servir a primeira taça de vinho, o noivo foi ao barril. Qual não foi a
surpresa: era pura água. Todos aqueles convidados pensaram a mesma coisa: “Coloquemos
água no barril, pois como todos colocarão vinho, ninguém perceberá que
colocamos
água...”
Isso é muito frequente em nossas Comunidades e na Sociedade que vive na
hipocrisia das aparências. Tem gente que vai às festas para “tirar a barriga da
miséria” e ainda sai com bolsas cheias de docinhos, e há aqueles que não
partilham nada, apenas buscam levar vantagem em tudo [...].
Neste domingo celebramos São
Sebastião” (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB nº 24, pp. 66-71),
o Padroeiro de nossa
Arquidiocese de Ribeirão Preto. Em nossa Igreja
Santo Antoninho, agradecemos nas Missas das 8 e 10
horas meus 23 anos de Ministério Sacerdotal. Já às 11 horas, teremos um
belíssimo Concerto de Acordeon com Gilda Montans e Meire Genaro, a quem somos
profundamente agradecidos.
Desejando-lhes muitas bênçãos, com
ternura e gratidão, meu abraço sempre amigo e fiel. Para meu aniversário de
Ordenação Sacerdotal, não espero presentes, mas a oração de uma Ave Maria bem
rezada, proveniente do fundo do coração, por minha santificação e fidelidade em
minha vocação ao serviço gratuito pelo Reino. Que eu saiba oferecer o melhor
vinho que o Senhor me concedeu.
Pe. Gilberto Kasper
(Ler
Is 62,1-5; Sl 95(96); 1 Cor 12,4-11 e Jo 2,1-11).