Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
Com o último domingo de
Agosto – Mês
Vocacional – agradecemos a rica presença dos Catequistas na Igreja
toda ela ministerial e missionária! Todos os batizados são sacerdotes e sacerdotisas na Igreja de Jesus Cristo! É belíssimo o ministério
de nossos Catequistas que conduzem crianças,
adolescentes, jovens, noivos e adultos à presença do Senhor, que se faz alimento da PALAVRA e
alimento EUCARÍSTICO às Comunidades
comprometidas com um mundo mais digno e humano!
“É
sempre uma graça e uma bênção estarmos reunidos, celebrando o mistério pascal de Cristo acontecendo em nossa vida e em nossos trabalhos,
especialmente dos Catequistas e demais Ministros não ordenados, nossos Agentes de Pastoral com a Igreja Missionária de Jesus. Na Páscoa de Jesus, Deus revelou a sua
opção pela humanidade. Jesus venceu, pela cruz, todos os limites que impedem
a vida humana de ser feliz e divina.
No
centro do Evangelho deste domingo, está Pedro, que, questionado por Jesus, o identifica como Filho de Deus. E, falando em nome do
grupo, decide seguir Jesus: ‘A quem iremos,
Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos
que Tu és o Santo de Deus’.
Damos graças por essa opção de Deus por
nós e pela presença da páscoa libertadora. Abrimos o coração à
interpretação que Jesus nos faz, como fez a Pedro, e, a exemplo dos
apóstolos, queremos estar com Ele no caminho e na luta por uma sociedade
diferente, nova e fraterna. Ele nos encoraja a abandonar os ídolos, que nos
levam à destruição e à morte.
Há
uma pergunta nos bastidores da Igreja e na consciência dos cristãos: o que significa e
implica servir ao Deus verdadeiro, nos dias de hoje?
É
duro admitir que a fé na Eucaristia não é unicamente crer na presença de Jesus nas espécies de pão e
vinho, mas também no pobre, no aleijado, no espoliado, no maltrapilho, e que
Ele encarna-se na realidade concreta das pessoas. O que significa ser pão para
os outros? Por que muita gente se escandaliza e cai fora quando mostramos os
compromissos da Eucaristia? Aparece hoje um certo ‘espiritualismo eucarístico’ que esconde e escamoteia
a encarnação de Jesus no contexto histórico.
A
fé exige decisão e adesão sem reservas àquele cujas palavras prometem e
comunicam a vida eterna. Jesus é efetivamente o enviado que Deus consagrou. A
escola para segui-lo não suprime a liberdade e não impede a possibilidade de
traição. Seguir Jesus impõe condições que nem todos aceitam. Servir o Senhor da vida é penoso e exigente, e
podemos sucumbir à tentação de ‘ir
embora’ e largar o seguimento.
Hoje
existem formas discretas de nos retirar da caminhada sem dar muito na vista:
ficar na comunidade sem assumir ou sem se importar com o projeto de Jesus, vivendo uma religião
como rotina, para ter a consciência em paz; escolher trechos mais convenientes
do Evangelho e fingir não ver as exigências cristãs da caridade, da justiça e
da ação transformadora da sociedade; inventar um Jesus a nosso gosto, que nos incomode pouco, ou
nada, e faça sempre a ‘nossa vontade’.
Será
que é possível se dizer cristão, frequentar a igreja, sem de fato ter tomado
uma decisão verdadeira de seguimento a Jesus e de compromisso com o seu projeto?
A
Eucaristia nos coloca diante de Cristo e nos pede uma opção
pronta e decisiva. A Palavra proclamada é luz, e o pão que recebemos é força e alimento, em vista de uma resposta positiva e responsável
(cf. Roteiros Homiléticos da CNBB n. 22, pp. 106-112).
Gosto
de lembrar-me de duas pequenas estórias que iluminam minha relação com os
efeitos da Eucaristia em minha vida: o silêncio e a ternura de um beijo! Em determinada Igreja
havia um homem, que diariamente, sentado no último banco, olhava para o
Sacrário, sem dizer uma única palavra. O homem olhava para Jesus no Sacrário e
sentia Jesus olhando para ele. Em outra Igreja, uma menina de cinco anos de
idade, dando voltas pelo sacristão que preparava a mesa para a celebração da
Missa, vendo a hóstia grande na patena sobre o altar, a ser consagrada na
celebração, subiu num banquinho e beijou a hóstia. Ao ver aquilo, o sacristão
disse: “Oh! Menina bobinha. Porque fica
beijando esta hóstia na patena, se Jesus nem aí está?” A Menina replicou: “Eu sei que Jesus ainda não está nesta hóstia. Mas quando
chegar encontrará meu beijo!...”.
Saibamos
nós mergulhar no mistério da Eucaristia de tal modo maduro, e mais do que isso: anunciar
Jesus com atitudes decisivas e
coerentes entre o que celebramos, dizemos e fazemos!
Sejamos
os Catequistas
em
nossas relações sempre! Com muitas bênçãos, ternura, gratidão e abraço amigo,
Padre
Gilberto Kasper
(Ler Js 24,1-2.15-18; Sl 33(34); Ef 5,21-32 e
Jo 6,60-69)