Há 33
anos, na manhã de um sábado, dia 20 de janeiro de 1990, Festa de São Sebastião,
na Catedral Metropolitana de Ribeirão Preto, ajoelhado sobre o túmulo do
primeiro Bispo de nossa Arquidiocese, Dom Alberto José Gonçalves, por imposição
das mãos de nosso amado Dom Arnaldo Ribeiro, fui ordenado Sacerdote para
Sempre! Muitos erros e acertos, grande experiência de vida e profunda gratidão
a cada dia, sem nenhum momento de arrependimento, pelo sim dado com minhas mãos
entre as mãos do Arcebispo.
Quantas pessoas passaram por minha vida nestes 33 anos? Pela vida de quantas
pessoas passei eu? Penso ser um momento de avaliação, de balanço, de gratidão e
de pedido de perdão, pelas vezes em que não consegui ser um bom padre! Escolhi
como lema sacerdotal, a quinta bem-aventurança do Sermão da Montanha: "Bem-Aventurados
os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt
5,7), já que sempre me senti um servo inútil e indigno da graça do ministério sacerdotal!
Mesmo assim Deus me quis Padre, tamanha é Sua Bondade, Seu Amor e Sua Misericórdia
para comigo.
Ao longo do amadurecimento no meu exercício ministerial, fui descobrindo que a
melhor maneira de ser fiel ao Sacerdócio, é adotar a Teologia da Ternura! Mesmo que não
tenha conseguido ser fiel, como quis ou deveria sempre me acompanhou o esforço
pessoal por ser um sacerdote bom e misericordioso, a exemplo de
São João Maria Vianney, o Cura D'Ars, cuja vida conheci no primeiro Seminário que
me acolheu na Arquidiocese de Porto Alegre (RS), dedicado a ele. Como ele, o
Sacramento que mais gosto de celebrar, é o da Reconciliação, depois, é claro,
da Eucaristia. Como é bom ser dispensador do perdão de Deus àqueles que
perderam sua paz interior para o pecado. Pois é no Sacramento do Perdão, que
Jesus nos devolve a paz que o pecado nos rouba. Tenho sido muito feliz ao
acolher tantas pessoas em nossa amada Igreja Santo Antoninho, Pão dos Pobres
nos Campos Elíseos há 15 anos, e desde o dia 1º de março do ano de 2020, da
também já amada Paróquia Santa Tereza de Ávila no Jardim Recreio de Ribeirão
Preto, que são para mim, lugares ideais para a santificação de meu sacerdócio,
colaborando na santificação de tão queridos irmãos e irmãs na fé!
Como coroinha na Igreja Matriz do
Sagrado Coração de Jesus, no Bairro Santo Afonso e Coordenador da Catequese,
Regente do Coral e Animador de Comunidade na Capela Santo Antoninho, no Bairro
Liberdade em Novo Hamburgo (RS) ou brincando de Missa com os vizinhos na
estrebaria de casa, minha vocação ao sacerdócio foi se confirmando a cada dia
que passava. Sentia sempre a necessidade de perdoar, desde tenra idade a quem
me ofendesse ou machucasse. Nunca consegui bater em ninguém. Mas sempre fui
muito peralta e, mais pedia perdão do que precisava perdoar. Daí meu lema
sacerdotal ser a bem-aventurança da misericórdia.
Que eu consiga viver meu sacerdócio pautado nos olhos de Deus, que
promovem a justiça e amar as pessoas com o
coração de Jesus, que dão sentido ao meu lema e à minha
fidelidade sacerdotal: "Bem-aventurados os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia”! E em cada Eucaristia que celebro, cabem todas
as pessoas que me ajudaram a ser Padre, no precioso cálice do Senhor, como
minha mais sublime e profunda gratidão!
Para selar a ternura de Deus
em meu Sacerdócio, celebrarei minha ação de graças no recolhimento.
Passarei em oração silenciosa. Sei que poderei contar com as orações dos amigos,
o melhor presente que poderia receber. Estarei ausente das Redes Sociais,
especialmente com telefones desligados! Conto com a compreensão dos que insistirem
em ligar. Rezemos em silêncio, porque até mesmo nosso silêncio Deus escuta.
Aqueles
que desejarem me cumprimentar, por favor, façam-no na oração por mim e sintam o
carinho de minha oração por cada um dos que meu Sacerdócio permitiu amar! O
maior presente será sempre a participação de uma das Celebrações das Santas
Missas que celebro na Igreja Santa Tereza de Ávila no Jardim Recreio aos
sábados e domingos às 18 horas, bem como na Igreja Santo Antoninho, Pão dos
Pobres, aos domingos às 9 horas, na Avenida Saudade, 202, nos Campos Elíseos em
Ribeirão Preto. O mais precioso presente de um sacerdote é ver sua Igreja cheia
de gente, saindo cheias de Deus, e não do padre!