Pe. Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em
Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente na Associação
Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo Educacional da UNIESP, Assistente
Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da
Comunicação e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de
Ribeirão Preto e Jornalista.
Outubro
termina com uma excelente notícia para os cristãos que rezam o que Jesus
ensinou na chamada Oração Sacerdotal como vem expresso no Evangelho segundo
João, na qual pede que seus discípulos “sejam um”!
A
Unidade é essencial para que haja comunhão entre os que desejam os mesmos
objetivos e caminham em busca do mesmo ideal. Ninguém consegue desatolar
sozinho o carro que encravou num brejo; se não houver ajuda, pode se afundar
também. A Unidade é essencial para os cristãos se, de fato querem ser no mundo
sinal de Cristo. Entretanto, unidade exige respeito, diálogo, tempo para
cicatrizar feridas e, sobretudo desejo de superar as divisões.
Dentre
as surpresas boas do Papa Francisco, anoto as recentes viagens apostólicas que
fez a países cristãos nos quais o número de católicos é pequeno, mas a fé
cristã é firme. O peregrino da Misericórdia tem proposto o diálogo fraterno
para que os irmãos e irmãs que se separaram por questões humanas menores vivam
hoje impulsionados “pelo que nos une”, que é muito mais valioso que qualquer
desculpa separatista. Nisso não há nenhuma artimanha para enquadrar os que
pensam diferentes e sim para fazer ver que a unidade é bem para todos os que
creem no Cristo. “Estaria Cristo dividido”? Nos perguntava são Paulo! Se cremos
no Cristo, e não há outro que nos possa salvar, não faz sentido vivermos
desunidos.
Comemorando
os cinquenta anos da reaproximação com os Luteranos, o Papa foi à Suécia e se
reuniu com os líderes luteranos, rezaram juntos, fizeram memória de todos os passos
de cinco séculos até celebrarmos a reconciliação e a proposta de um caminho de
unidade. E quem dialoga sai mais fortalecido do diálogo, cresce na sua fé e
consegue ver novos horizontes à sua frente. Quem não dialoga revela uma
fraqueza interior, um egoísmo fanático e um medo desastroso de perder o que não
conquistou.
As
“surpresas
franciscanas” vêm cobrar de todos os cristãos, principalmente os que
vivem na mesma comunidade, atitudes de maior colaboração, diálogo, incentivo,
apoio, sinceridade e ajuda nos diversos momentos e necessidades de nossas
comunidades. Não tem sentido ficar os diversos grupos se batendo como se fossem
inimigos e, na sagrada liturgia se chamarem “irmãos”! Também não tem sentido as
pessoas esconderem seus dons e não servir aos irmãos decretando um grave
prejuízo ao anúncio do Evangelho aos que esperam a boa nova da salvação.
O
papa nos desconcerta porque nos convida a viver com força e fé o cristianismo
que se despoja dos aparatos e aparências supérfluas que encobrem o rosto de
Cristo. Ao concluir o Ano da Misericórdia, o Papa ensina que ser
misericordiosos e misericordiosas é também buscar a união e a unidade,
arrepender dos erros e perdoar os dos outros, é propor, acima de tudo Jesus
Cristo, e não as nossas manias.
Bendito
seja o amor de Deus que faz soprar em sua Igreja essa brisa suave de esperança
e de alegria, de dialogo e desejo de comunhão. Estejamos todos a serviço da
unidade, da união e da comunhão. Esse é o desejo de Jesus Cristo, nosso Senhor
e Redentor.
(Parceria com o Pe. João Paulo
Ferreira Ielo, Pároco da Paróquia Imaculada Conceição de Mogi Guaçu – SP)