Pe. Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em
Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente na Associação
Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo Educacional da UNIESP, Assistente
Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da
Comunicação e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de
Ribeirão Preto e Jornalista.
Encerrado
o Ano Santo Extraordinário do Jubileu da Misericórdia, e fechadas as “Portas
Santas” nas Dioceses do mundo no dia 13 e na Basílica de São Pedro, no
Vaticano, dia 20 de novembro, somos todos profundamente agradecidos ao Papa Francisco,
por nos ter dado um ano inteiro, para reavaliarmos nossa relação com Deus, com
os irmãos e conosco mesmos. Então chegou o momento de cada um se perguntar
quais são, de verdade, Os Frutos do Jubileu da Misericórdia!
As
celebrações, os eventos, os exercícios das Obras de Misericórdia Corporais e
Espirituais foram, sem dúvida, majestosas, solenes e imbuídas de magnífica
criatividade. Milhões de pessoas participaram, de alguma maneira, de eventos
tão bem preparados tanto nas Dioceses como na “Cidade Eterna”: Roma.
O
Arcebispo Metropolitano de Ribeirão Preto, Dom Moacir Silva, em sua Homilia,
indica alguns frutos, que esperamos sejam saborosos: “Concluímos, hoje, o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, mas não
fechamos a Porta da Misericórdia; ela continuará sempre aberta... Não fechamos
a porta para manifestar a consequência do Ano da Misericórdia na vida da Igreja
que assume uma atitude acolhedora, com portas escancaradas para acolher com
amor a quem quer que se arrisque a entrar”. Entendo, assim, que é urgente
abrirmos também cada um de nós, a porta da misericórdia de nosso coração.
Depois de um ano tão magnífico, não temos o direito de ignorar que o Rosto
Misericordioso do Pai se encontra no rosto sofrido e machucado do irmão. Não
nos é mais permitido “enxotar” quem quer que seja de nossas Comunidades, de
nossas Pastorais, de nossos Serviços e Movimentos Eclesiais. Nossa capacidade
de acolher e perdoar, sem rusgas e mágoas, deve ultrapassar nossa mania de
querermos ser justos, “certinhos” e melhores do que os outros, mesmo aqueles,
que em algum momento “deslizaram”, pecaram e se distanciaram do coração “misericordioso da Igreja-Mãe”.
Dom
Moacir Silva disse ainda em sua Homilia, na majestosa Celebração do
Encerramento do Ano Santo Extraordinário do Jubileu da Misericórdia: “Agora, com mais dedicação continuemos a
praticar as obras da misericórdia corporais e espirituais, certos de que na
raiz das obras da caridade está presente o rosto do Deus misericordioso e a
necessidade do homem: elas nascem da experiência do amor de Deus e cumprem o
mandamento do amor ao próximo”. Os Frutos do Jubileu da Misericórdia
serão saborosos na medida em que tivermos a ousada coragem de conversão pessoal. Mudar o que não anda
bem nos porões de nossa intimidade. Cumprir o mandamento do amor ao próximo,
seja ele quem for. Geralmente amamos “mercenariamente” aqueles que nos convém.
Esse amor cheira mal. É fruto azedo, apodrecido e indigesto. Com frequência
excluímos pessoas de nossas relações, principalmente quando questionam nosso
modo de vida. Isso é muito comum na vida política, social, familiar e muito
marcante na vida eclesial. Eis o ponto nevrálgico que grita por uma imediata conversão!
Se assim não for, o Jubileu da Misericórdia ficará marcado apenas pelas
majestosas celebrações, sem nenhum fruto de conversão!