Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
"Preparai o caminho do Senhor,
Endireitai suas veredas!
Toda a pessoa há de ver a salvação de nosso Deus" (cf. Lc
3,4.6).
No
Segundo Domingo do Advento, em preparação à vinda do Senhor, mais uma vela
acende-se na Coroa do Advento. A luz fica mais forte, podemos visualizar o
caminho a percorrer rumo à celebração do Natal de Jesus.
O profeta
Isaías anuncia a chegada de um rei que vai restabelecer a paz e a harmonia. É
Jesus que vem trazer a salvação para seu povo e mostrar o verdadeiro caminho
que conduz ao reino. É necessário converter-se à prática da justiça para
reconquistar a harmonia. A conversão é a condição para acolher o reino dos
céus. Sabemos acolher-nos mutuamente, como Cristo acolhe a cada um? Neste
domingo somos convidados ao sincero esforço de conversão contínua. O Espírito
Santo nos torne acolhedores uns dos outros e faça de nós um corpo unido na
caridade.
Se
no Primeiro Domingo do Advento refletíamos sobre a Vigilância, o Segundo nos
propõe uma profunda, sincera, radical e persistente Conversão. São cinco os
personagens proclamados na Palavra deste domingo, que nos incentivam à profunda
e verdadeira Conversão: O Profeta Isaías, João Batista, o próprio Cristo cujo
Natal preparamos, abrindo-lhe caminho em direção à manjedoura de nosso coração,
o Espírito Santo, que derrama seus dons até as entranhas de nossa intimidade e
a Igreja: o corpo do qual Cristo é a cabeça e nós, seus membros.
Conversão
implica em perseverança, em esforço por tornarmo-nos melhores hoje do que
ontem, superando o que nos dificulta abertura ao projeto de amor de Deus
revelado em Jesus Cristo para cada ser humano. Enquanto preparamos as Festas
Natalinas, seria tão salutar pensar qual dificuldade, defeito e por que não
dizer, pecado ou hábito ruim que temos a superar! A conversão não acontece num
toque de mágica. É como decorar a tabuada: todos os dias devemos repetir,
esforçar-nos por sermos melhores hoje do que ontem. Não adianta querermos mudar
tudo num só momento. Somos humanos e cheios de defeitos. Façamos uma listinha
deles, e a cada dia, tentemos superar um. Se conseguirmos ou não, não é a
questão. Importante mesmo é o esforço que empreendermos por jogar fora nossos
pecados e acolher os preciosos dons do Espírito Santo que nos devolverão a
dignidade de pessoas queridas e amadas por Deus. Assim seremos mais capazes de
amar-nos uns aos outros!
Pensar
na Coleta da Campanha Nacional da Evangelização nos ajudará nesse exercício de conversão,
na medida em que abrirmos mão de algum valor que gastaríamos para presentes,
ceias e enfeites de Natal, depositando o mesmo valor no envelope e entregá-lo
com o coração orante e feliz no próximo domingo, Gaudete: Domingo Rosa,
Domingo da Alegria!
O
que significa hoje esse “endireitar a
estrada humana”? A estrada humana somos nós mesmos, são nossas atitudes, a
nossa vida, o nosso dia a dia. Olhando para dentro de nós e para o mundo que
nos cerca, descobrimos uma infinidade de coisas que não andam direito. O que
não anda direito hoje? O que anda enchendo de desvios e, até mesmo,
“esburacando” a estrada de nossa vida? Se o Senhor viesse hoje para passar por
ela, Ele encontraria a estrada de nossa vida preparada, endireitada? Ou há
razão para desconfiar que Ele escolheria um outro caminho, porque o nosso está
impedido e intransitável? Está na hora de limpar o leito de nossa estrada do
egoísmo, do amor próprio, da vontade de humilhar os outros e de progredir na
vida à custa dos que não tem voz e nem vez.
Desejando
a todos muitas bênçãos, com ternura e gratidão, nosso abraço amigo,
Pe.
Gilberto Kasper
(Ler: Is 11,1-10; Sl
71(72); Rm 15,4-9 e Mt 3,1-12).
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Dezembro
de 2016, pp. 23-26 e Roteiros Homiléticos da CNBB para o Tempo do Advento
(Dezembro de 2016), pp. 18-22.