Pe.
Gilberto Kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e
Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor
Universitário, Docente na Associação Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo
Educacional da UNIESP, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado
Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação e Reitor da Igreja Santo Antônio,
Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato:
pe.kasper@gmail.com
Certa
vez ouvi dizer que o melhor tempero para um bom almoço é a fome; mas os
temperos, os aromas, condimentos e um salzinho ajudam bem. Temperos, como o sal
só na medida certa. O mesmo para o sol que aquece, mas queima!
Ambientes com pouca luz, nos quais é
difícil a entrada dos raios de sol, a umidade deixa uma impressão de falência,
de apodrecimento e até de morte. Sem a luz do sol até as pessoas parecem
desbotar... sal e sol dão o tom e o sabor de nossa vida.
Em nossos dias há uma questão que se
impõe para todos nós e que nos pergunta pelas razões de nosso viver.
Encontramos pessoas que “desgostaram”, perderam o gosto por viver; outras vivem
uma vida “cinza”, sem ânimo nem alegria, desencantados, decepcionados,
amedrontados e até sem esperança. Para estes parece que o sol não brilha!
Escutamos Jesus nos dizer que somos
o “sal da terra”, a “luz do mundo”! É nossa missão iluminar, dar sentido,
sabor, alimentar a esperança e fazer brilhar a luz da fé que estimula a
caridade e vive no amor. A nossa missão é temperar o mundo com sabedoria, isto
é, ser o sal que na medida certa equilibra, acolhe, estimula e incentiva aos
irmãos e irmãs continuar lutando para construir a sociedade justa e fraterna. É
preciso ser luz, ser sol, que aquece e ilumina gratuitamente e com alegria
incentiva os corações na prática do bem e da justiça por meio da vivência da
verdade e da caridade.
Sal e sol na dose correta fazem bem
para o corpo e para a alma. Sal e sol fazem bem para a sociedade que precisa de
temperos novos para curar a chaga da violência, da corrupção e da impunidade.
Sal e sol para incentivar e iluminar as famílias a assumir seu papel
fundamental na educação dos filhos e na formação de pessoas de bem para levar
adiante a construção de um mundo no qual as pessoas se posicionam como irmãos,
não como inimigos; um mundo no qual não se mata em nome de religião nem se mata
por ideologia; um mundo no qual a política é cuidada por servidores do bem e
não por larápios do dinheiro público; um mundo no qual o sol é bem vindo sempre
e sua luz generosa ilumina nossa vida, nossa sociedade, aquece nosso coração e
nos encoraja a viver as virtudes ensinadas por Jesus Cristo no seu Evangelho.
Sal e sol, sabedoria e luz nos
desafiam a vencer a preguiça e o comodismo, nos levam a vencer aquele jeito
errado de aceitar que as situações ficam ruins porque “é assim mesmo”, “não tem
jeito”; sal e sol para incentivar, entusiasmar as pessoas a fazer o bem e a
verdade prevalecerem sempre. Sabedoria que se deixa iluminar pelo Sol da
Justiça e que se distribui à medida que as atitudes mostram o Deus em quem
acreditamos, a quem amamos e que obedecemos.
Nossa luz brilha por meio das “boas
obras”, aquelas que não necessitam de propaganda, pois são fruto de sinceridade
e amor a Deus e ao próximo, que nos levam a “abrir os olhos” para a realidade e
a tomar iniciativas urgentes para não permitir que façam do nosso povo “gato e
sapato” e sim criem ações coletivas e organizadas contra a violência e em
respeito à vida e à família.
Sol e sal para carregar de sentido e
alegria a nossa vida e a vida dos que nos rodeiam e também a vida dos que nos
encontram e que ainda não conseguem ver e crer no sol do amor, da bondade e da
caridade que vem nos encontrar, Jesus Cristo!
É nossa missão fazer o Sol brilhar nos
ambientes que frequentamos e temperar o mundo com o Sal da Sabedoria divina.
(Parceria
com o Pe. João Paulo Ferreira Ielo, Pároco da Paróquia Imaculada Conceição de
Mogi Guaçu da Diocese de São João da Boa Vista – SP)