Padre Gilberto Kasper é Mestre em Teologia
Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e
Cidadania, Professor Universitário, Docente na Associação Faculdade de Ribeirão
Preto do Grupo Educacional da UNIESP, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado
Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação e Reitor da Igreja Santo Antônio,
Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com
Aproxima-se o Dia dos Pais,
que abre, no mês vocacional, a SEMANA DA FAMÍLIA. A Igreja nos conclama a
revermos os valores de nossa Família, colocada de bruços nas últimas décadas.
Precisamos salvar nossa Família, engolida pelo tripé de contra-valores do
consumismo, hedonismo e individualismo, devolvendo-lhe a dignidade e
atribuindo-lhe a responsabilidade confiada pelo próprio Criador, que a
constituiu célula da sociedade. Deus viu que era bom pertencer a uma Família,
tanto que quis uma para si. O Povo de Deus, a Igreja de Jesus Cristo
identificam-se em torno de um espaço sagrado, o Templo; em torno de uma mesa, a
Eucaristia. A Família precisa retomar os valores que a identifiquem como tal e
deixar de ser uma simples "pensão melhorada", onde ninguém se
compromete com ninguém. À luz da Sagrada Família, somos convidados a promover
nossas famílias, principalmente as que passam por problemas e dificuldades. Na
Família pensada por Deus para nós, um é Anjo da Guarda do outro, porque Deus se
manifesta Pessoa em Família.
Na Festa do Dia dos Pais seria
bom refletirmos a Vocação à Paternidade, que tem sido desfigurada com a
ausência paterna no seio de tantas Famílias. Quantos Pais que não assumem a
Paternidade, outros abandonam suas Famílias e outros ainda remetem a
responsabilidade paterna às mães abandonadas à própria sorte. Outros, ainda,
sentem-se engolidos pela Cultura da Sobrevivência e acabam entregues à sorte de
inúmeros tipos de dependências: químicas, alcoólicas, falta de trabalho e
oportunidades dignas, perdendo o que Deus lhes deu de mais precioso: a própria
Família.
A Festa da Epifania do Senhor é
a primeira de três grandes manifestações que tratam de Deus feito Pessoa. As
duas outras manifestações acontecem no Batismo de Jesus por João Batista no Rio
Jordão, e na Sua Transfiguração no Monte Tabor diante de alguns discípulos.
Nesta primeira, visitam o Menino recém-nascido os Três Reis Magos: Baltazar,
árabe, levando incenso que representa a divindade do Menino; Belchior, indiano,
levando ouro, que representa a sua realeza e Gaspar, etíope, levando mirra,
mostrando a humanidade de Deus respirando vida naquele indefeso menino junto de
seus pais!
Somos convidados a ser
manifestação de esperança em nosso mundo turbulento, perdido em si mesmo, sem
rumo, sem perspectivas, e tantas vezes sem sentido. Uma estrela que conduza as
pessoas desesperadas e carentes à Jesus que salva e renova a esperança de que
nossas Famílias voltem a reencontrar os verdadeiros alicerces que as sustentem.
“Que nenhuma Família comece em qualquer de
repente. Que nenhuma Família termine por falta de amor. Que a mãe seja um céu
de aconchego e ternura, e que o homem carregue nos ombros a graça de um pai.
Que a Família comece e termine sabendo aonde vai” (cf. Oração da Família do Pe.
Zezinho). Somente assim poderemos acolher o mistério, de que Deus
se manifesta Pessoa em Família!