Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
Os discípulos de Cristo hoje estão situados num mundo cheio de
oportunidades, mas também de contradições. Como viver a vocação nessa
realidade? Seja ela qual for, mas olhando hoje de modo especial a vocação de
ser pai, é possível assumir a missão, muitas vezes incômoda, de ser sinal do
Reino de Deus na família e na comunidade? A Palavra de Deus nos encoraja
através do exemplo de Jeremias e da trajetória de Cristo mostrando que este
caminho é viável e é ele que traz a verdadeira realização humana.
A fidelidade ao Senhor pode provocar
divisões, mas também nos mostra o caminho para a superação dos conflitos.
Recordemos a vocação para a vida em família, com atenção especial aos pais
neste seu dia.
A Palavra de Deus vem em nosso
auxílio para nos animar na luta contra o pecado e no enfrentamento das
dificuldades que sobrevêm por causa de nossa opção por Cristo.
O verdadeiro profeta não se cala
diante da mentira e do erro, mesmo que isso lhe traga perseguição. Jesus, sinal
de contradição e questionamentos, segue na sua missão até o fim. Com o olhar
fixo em Jesus, empenhemo-nos com coragem na missão que recebemos do Pai.
A unidade celebrada na Eucaristia
não oculta nem elimina as diferenças entre os fiéis. A comunhão nos ensina que
é possível progredir no caminho da união.
Onde Deus nos plantou podemos viver
os autênticos valores espirituais e humanos: despojamento e solidariedade, amor
misericordioso, responsabilidade e coerência, oração e diálogo com os outros.
Também a luta pelos direitos humanos e a liberdade, compromisso firme com a
justiça e contra toda discriminação social, cultural, racial, sexual,
religiosa, política e econômica e promoção das pessoas que necessitam. Tudo
isso trará certamente reações, conflitos e até violência. Mas Deus sempre
estará ao lado de quem assim se empenha para realizar o seu Reino.
A Palavra de Deus escutada nos
convida a assumir com mais radicalidade a mensagem de Cristo para ajudar a
implantar um amor sem fronteiras e a fraternidade humana, pois temos um Pai
comum. Isto pressupõe o esforço de buscar novas estruturas sociais e uma
convivência social fundada na paz que só Cristo pode dar. Empenhamo-nos de
verdade para viver em nossa vida pessoal e comunitária a experiência de Cristo
ressuscitado, como pessoas maduras na fé, alegres e cheias de esperança? Por
que será que nossa vivência causa tão pouco impacto nos outros? Se vivermos de
fato nossa condição de batizados, necessariamente chamaremos a atenção em um
mundo egoísta, cujos critérios são diariamente opostos aos do Evangelho.
Celebremos os mistérios de nossa fé
em comunhão com a Arquidiocese de Belém do Pará, na véspera do XVII Congresso
Eucarístico Nacional, nos dias 15 a 21 de agosto, tendo como temática:
“Eucaristia e partilha na Amazônia missionária” e lema: “Eles o reconheceram no
partir o Pão”.
Desejando-lhes muitas bênçãos,
especialmente aos pais vivos, e rezando pelos falecidos, meu abraço com ternura
e gratidão.
Pe. Gilberto kasper
(Ler Jr 38,4-6.8-10; Sl
39(40); Hb 12,1-4 e Lc 12,49-53).
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Agosto de 2016,
pp. 50-52 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum I (Agosto de 2016), pp.
89-92.