Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
Jesus é
nosso mestre. Nós somos discípulos e discípulas dele. Com ele nos retiramos
hoje, como o fazemos todos os domingos, para um momento de descanso, de oração,
de escuta da Palavra e, depois, de celebração da Santa ceia, memorial da
vitória da Páscoa.
Isto é obra de Deus, pois ele quer nos firmar seu amor.
Por essa razão, nos reúne em comunidade de fé. Que nunca nos falte a graça de
amar e temer esse Deus tão bom que, em Jesus
e no Espírito Santo, sempre nos mostra o caminho para nossa realização humana.
A Eucaristia de hoje nos desafia a confessar que Jesus é
o Cristo de Deus, fonte do amor e da vida. Nossa fé nos impele a derrubar toda
barreira discriminatória e reconhecer que em Cristo somos um. Só assim teremos
condições de segui-lo na fidelidade dia a dia. Celebremos em comunhão com todos
os migrantes que anseiam por melhores condições de vida.
Por sua palavra, Deus derrama um espírito de graça e
piedade sobre cada um de nós, convidando-nos a nos revestir de Cristo e
reconhecer nele o ungido a quem nos cabe seguir.
Somos chamados a nos compadecer das muitas vítimas da
violência. Somos desafiados a professar nossa fé em Jesus e segui-lo com desprendimento.
Somos convidados a superar, em Cristo, todas as discriminações.
É sabido que existem distinções e até discriminações no
tratamento social. Como trabalhamos esta questão na Igreja, na comunidade de
Cristo? A Palavra hoje nos anuncia a igualdade de todos no sistema do Senhor Jesus.
Acabou o regime da lei mosaica que considerava ser judeu um privilégio, por
causa da Aliança com Abraão e Moisés. A crucificação de Jesus, em nome
desse regime antigo, marcou a chegada de um regime novo. Simplesmente observar
a lei de Moisés já não é salvação para quem conhece Jesus, para quem sabe o que ele pregou e como ele deu sua vida
por sua nova mensagem e por aqueles que nela acreditassem. Estes constituem o
povo da Nova Aliança. São todos iguais perante Deus, como filhos queridos e
irmãos de Jesus – filhos como o Filho e coerdeiros de
seu Reino, continuadores do projeto que ele iniciou.
Neste novo sistema, não importa mais
ser judeu ou não, escravo ou livre, homem ou mulher, branco ou negro, patrão ou
operário, rico ou pobre... Mesmo não
tendo chances iguais em termos de competição econômica e ascensão social, todos
têm chances iguais no amor de Deus. Ora, este amor deve encarnar-se na
comunidade inspirada pelo Evangelho de Jesus, eliminando desigualdade e
discriminação. Provocada pelas diferenças econômicas, sociais, culturais etc.,
a comunidade que está em Cristo testemunhará igual e
indiscriminado carinho e fraternidade a todos, antecipando a plenitude à paz
celeste para todos os destinatários do amor do Pai. Programa impossível,
utopia? Talvez seja. Mas nem por isso podemos desistir dele, pois é a certeza
que nos conduz! Na caridade em Cristo, o capital já não servirá para
uma classe dominar a outra, mas para estar à disposição de todos que trabalham
e produzem. A influência e o saber estarão a serviço do povo. O marido não terá
mais liberdades que a mulher, mas competirá com ela no carinho e dedicação.
Somos todos convidados, neste mês de
Junho a participar, na medida do possível, das festas juninas. Já celebramos nosso Padroeiro, Santo Antoninho, Pão dos Pobres, dia 13 passado. Hoje, de modo especial, agradecemos a história dos
160 anos de Fundação e dos 145 anos da Emancipação Político-Administrativa de
nossa Cidade de Ribeirão Preto. Celebração a Ação de Graças por tanta riqueza,
e pedimos por uma cidade mais justa e que de verdade, resgate a dignidade de
seus filhos, tão surrados pelas crises a eles impostas, nestes últimos anos.
Vivamos a esperança de tempos melhores, tempos em que todos tenham oportunidades
e acesso digno ao trabalho, à saúde, à educação, à segurança e à infraestrutura
que uma cidade do porte de Ribeirão Preto merece.
Sejam todos muito abençoados. Com
ternura e gratidão, o abraço amigo e fiel,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler Zc 12,10-11; 13,1; Sl
62(63); Gl 3,26-29 e Lc 9,18-24).
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Junho de 2016,
pp. 64-66 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum I (Junho de 2016), pp.
36-45.