“Jovem, eu te ordeno, levanta-te!
E Jesus o entregou à sua mãe”
(cf. Lc 7,15).
Meus queridos
Amigos e Irmãos na Fé!
O Décimo Domingo do Tempo Comum nos apresenta Jesus Cristo que “veio devolver a vida”, especialmente
aos Brasileiros que vivem uma cruel Cultura de Morte: abandonados pelos
Governantes; por uma melhor Educação Básica e Ensino Fundamental e Médio;
entregues à falta de oportunidades e perspectivas; engolidos pelas drogas e
balas de “acerto de contas” em tenra idade; inclinados à violência disparada e
à promiscuidade de contra valores. “Mártires da Corrupção” (cf. Papa Francisco).
Em Israel, no tempo de Jesus, a situação da mulher viúva era a pior que existia. Ela tinha que
se “virar sozinha” para sustentar a si e aos filhos. Os filhos eram para ela a
esperança de sua velhice. Agora imaginem a situação de uma viúva cujo filho
único vem a morrer. Pois bem, a Palavra de Deus nos conta neste domingo como respectivamente Elias e Jesus ressuscitam um filho de uma
viúva: Elias, com muito trabalho; Jesus, com um toque de mão. Se Elias era um homem de Deus, um
profeta, Jesus é o Senhor, e o povo exclama: Um grande profeta nos visitou! Deus visitou o seu povo!
Vivemos num País com tantos
contrastes, disparidades, injustiças e maus exemplos que emanam dos próprios
Poderes do Executivo, Legislativo e Judiciário, covardes pelas urgentes Reformas Política, Econômica,
Judiciária e nem por último ética e moral! Um País
que ignora direitos de defesa de brasileiros reféns da corrupção, e nem mesmo
se envergonha disso! Mas o que importam
as pessoas e suas famílias, já que nossos governantes estão tão ocupados em
“maquiar” a inflação e uma economia onde o tomate custa R$ 9,00 numa semana e
R$ 1,89 noutra?...
Deus visitou o seu povo! E como o
fez? Sabemos que quando um governador ou presidente visita uma cidade,
dificilmente vai parar para se ocupar com um cortejo que casualmente cruza seu
caminho. Vai ver o prefeito, isso sim. Mas o Filho de Deus se torna presente à vida de
uma pobre viúva que está levando seu filho – sua esperança – ao enterro.
Deus visita os pobres e os pecadores: a viúva, Zaqueu, o padre que um dia
escorregou e é catalogado pelos próprios irmãos como um inútil, os casais em situações chamadas
irregulares e tantos outros que discriminamos
como se fôssemos Anjos sem defeitos...
Aqueles que são abandonados pelos outros. Em Jesus, Deus nos mostra o caminho que conduz aos marginalizados.
A divina Palavra nos mostra que o sistema de Deus é bem diferente do nosso.
Enquanto que nós gostamos de investir naqueles que já tem poder e influência, Jesus começa com aqueles que
estão à margem da sociedade. O Reino de Deus começa na periferia. E revela-se um Reino de vida para os deserdados. Exatamente como nosso Papa Francisco nos pede,
sejamos Igreja: irmos às periferias
existenciais de nossas Paróquias e Comunidades!
Há ainda mais outro detalhe. A
visita de Deus leva o povo também a sentir uma natural responsabilidade: a responsabilidade
da gratidão. O que o povo fez? Ele espalhou a fama de Jesus por toda a região. Mostrou
que soube dar valor à visita que recebeu. A Igreja terá de celebrar a mesma gratidão por Deus, que fez grandes
coisas aos pequenos. Muitos ainda não são capazes disso. Não sabem se alegrar
com a visita de Deus aos pequenos. (É tão comum entre nós, até mesmo os padres,
tal comportamento. Não conseguimos alegrar-nos com o zelo, a sensibilidade e os
êxitos dos irmãos: é pura inveja clerical!) Por isso lhes escapa a grandeza da visita. Mas, afinal, quando é
que sentimos Deus mais verdadeiramente próximo de nós: ao se realizar uma
grande solenidade, ou quando um gesto de amor atinge uma pessoa carente?
Somos convidados a fortalecer nossa
fé no Deus da vida. Cristo vencedor da morte nos estende sua mão, animando-nos
a sair da nossa prostração, indiferença e falta de fé.
A viúva faz a experiência do Deus
que promove a vida, não a morte. Em Jesus, Deus veio visitar seu povo
necessitado de compaixão e vida. A missão de Paulo é a mesma dos apóstolos que
conviveram com Jesus, assim como também a nossa missão é a mesma de Paulo.
No próximo dia 13 de Junho,
celebraremos o Padroeiro de nossa Reitoria, em seu 113º ano de Fundação, Santo Antônio, Pão dos Pobres! A Missa com a solene Bênção dos Pães aos Pobres e Enfermos será
às 8 horas, mesmo sendo, neste ano, numa segunda-feira!
Desejando-lhes muitas bênçãos, com
ternura e gratidão, o abraço amigo,
Pe. Gilberto Kasper
(Ler 1Rs 17,17-24; Sl 29(30);
Gl 1,11-19 e Lc 7,11-17).
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Junho de 2016,
pp. 26-28 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum I (Junho de 2016), pp.
25-29.