Pe. Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em
Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente na Associação
Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo Educacional da UNIESP, Assistente
Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo
Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.
Há 26 anos, na manhã do sábado, dia 20 de Janeiro
de 1990, Festa de São Sebastião, na Catedral Metropolitana de Ribeirão Preto,
ajoelhado sobre o túmulo do primeiro Bispo de nossa Arquidiocese, Dom Alberto
José Gonçalves, por imposição das mãos de nosso amado Dom Arnaldo Ribeiro, fui
ordenado Sacerdote para Sempre! Muitos erros e acertos, grande
experiência de vida e profunda gratidão a cada dia, sem nenhum momento de
arrependimento, pelo sim dado com minhas mãos entre as mãos do
Arcebispo.
Quantas pessoas passaram por minha vida nestes 26 anos? Pela vida de quantas
pessoas passei eu? Penso ser um momento de avaliação, de balanço, de gratidão e
de pedido de perdão, pelas vezes em que não consegui ser um bom padre! Escolhi
como lema sacerdotal, a quinta bem-aventurança do Sermão da Montanha: "Bem-Aventurados
os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia" (Mt 5,7), já
que sempre me senti um servo inútil e indigno da graça do ministério
sacerdotal! Mesmo assim Deus me quis Padre, tamanha é Sua
Bondade, Seu Amor e Sua Misericórdia para comigo.
Ao longo do amadurecimento no meu exercício ministerial, fui descobrindo que a
melhor maneira de ser fiel ao Sacerdócio, é adotar a Teologia da Ternura!
Mesmo que não tenha conseguido ser fiel, como quis ou deveria sempre me
acompanhou o esforço pessoal por ser um sacerdote bom e
misericordioso, a exemplo de São João Maria Vianney, o Cura D'Ars, cuja vida
conheci no primeiro Seminário que me acolheu na Arquidiocese de Porto Alegre
(RS), dedicado a ele. Como ele, o Sacramento que mais gosto de celebrar, é o da
Reconciliação, depois, é claro, da Eucaristia. Como é bom ser dispensador do
perdão de Deus àqueles que perderam sua paz interior para o pecado. Pois é no
Sacramento do Perdão, que Jesus nos devolve a paz que o pecado nos rouba. Tenho
sido muito feliz ao acolher tantas pessoas em nossa amada Santo Antoninho, Pão
dos Pobres, que é para mim, o lugar ideal para a santificação de meu
sacerdócio, colaborando na santificação dos irmãos!
Como coroinha na Igreja Matriz,
ou brincando de Missa com os vizinhos na estrebaria de casa, minha vocação ao
sacerdócio foi se confirmando a cada dia que passava. Sentia sempre a
necessidade de perdoar, desde tenra idade a quem me ofendesse ou
machucasse. Nunca consegui bater em ninguém. Mas sempre fui muito peralta e,
mais pedia perdão do que precisava perdoar. Daí meu lema sacerdotal ser a
bem-aventurança da misericórdia.
Que eu consiga viver meu sacerdócio pautado nos olhos de
Deus, que promovem a justiça e amar as pessoas
com o coração de Jesus, que dão sentido ao meu lema e à minha
fidelidade sacerdotal: "Bem-aventurados os misericordiosos, porque
alcançarão misericórdia! E em cada Eucaristia que celebro, cabem todas
as pessoas que me ajudaram a ser Padre, no precioso cálice do Senhor,
como minha mais sublime e profunda gratidão!
Para selar A Ternura
de Deus em meu Sacerdócio, passarei mais esse aniversário de Ordenação
Presbiteral em retiro! Para celebrar minha ação de graças escolhi o “deserto” e
o silêncio, nos quais me encontrarei com cada um na oração profunda e na
Eucaristia. Àqueles que quiserem me presentear, por favor, façam-no na oração
por mim e sintam o carinho de minha oração por cada um dos que meu Sacerdócio
permitiu amar!