Pe. Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em
Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente na Associação
Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo Educacional da UNIESP, Assistente
Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo
Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Presidente do FAC –
Fraterno Auxílio Cristão e Jornalista.
Terminado
o Sínodo dos Bispos convocado pelo Papa Francisco, a Igreja propõe um novo
tempo, uma nova primavera para a vida e a missão da família no mundo de hoje.
Sim, uma
nova primavera que enche de alegria, renova a esperança e reafirma a missão
e a tarefa da família cristã.
Desde sempre a família ocupa um
lugar de destaque na vida da Igreja e da sua ação pastoral. A família é a única
riqueza que ninguém nos rouba e, por isso, precisamos cuidar dela, defendê-la,
protegê-la dos que pretendem destruí-la a fim de fazer desmoronar a importante
instituição que pode definir o futuro da sociedade humana.
Durante suas sessões, o Sínodo deu
mostras que o acolhimento, a generosidade, a caridade e a reconciliação é que
podem modificar o atual momento sócio-político e econômico. Acolher sem
desmerecer, conhecer as realidades e os sofrimentos, acompanhar as famílias e a
situação de seus membros são os sinais que marcam o Sínodo que tratou
especificamente da família.
Quando o Papa convocou o Sínodo como
tema da família, certamente já estava em seu coração de pai e de pastor a
situação da família que está na Igreja ou fora dela, e que sofre uma série de
desafios e que precisa de ajuda para que cumpra seu papel e missão na formação
dos novos membros da sociedade. O
remédio para os males que afligem a família é a misericórdia e o acolhimento,
que geram perdão e reconciliação. Sob o ponto de vista da misericórdia e do
acolhimento, os Padres Sinodais se debruçaram sobre a situação da família, ou
sobre as várias situações em que se encontram as famílias no mundo: fome,
miséria, agressões domésticas, separação, divórcio,
segundas uniões, migração, baixos salários, falta de remédios, hospitais,
saneamento, corrupção, terrorismo, indiferença e preconceitos diversos.
Diante da realidade, a Igreja que
também é mãe, acolhe as famílias e propõe uma atitude própria do coração e das
entranhas maternas: acolher! Acolher os desencantados, os sem esperança, os que
se descasaram e casaram novamente, os que querem os sacramentos para seus
filhos, os que buscam a Igreja porque entendem que ali Cristo os espera.
Acolher é ter entranhas de misericórdia, é cuidar, é nutrir, alimentar, formar
reanimar a esperança, é ajudar os mais sofridos a se achegar ate Jesus Cristo.
O Sínodo frustrou as expectativas
dos que pensavam que a anarquia fosse predominar na Igreja; artistas,
jornalistas, gente famosa engrossaram o coro dos descontentes, pois esperavam
que a Igreja se adaptasse às suas vontades e seus caprichos. Mas não é assim.
A doutrina sobre o Matrimônio se
manteve inalterada, pois o homem e a mulher ao se unirem por amor colaboram com
a Obra criadora de Deus, ao gerarem filhos para a vida e para a fé. O amor
torna capaz a união vivida na alegria e na tristeza, na saúde e na doença todos
os dias da vida.
Há muitos desafios e dificuldades a
ser enfrentados pelas famílias hoje. A começar pela propaganda negativa a
respeito do casamento, o consumismo egoísta, os relacionamentos desrespeitosos
e a mentalidade do “descartável”, formam alguns pontos de preocupação para a
vida da família. Ajunte-se a esses, a questão da ideologia de gênero, que
desqualifica o papel do masculino e do feminino, do pai e da mãe, e parece
querer desmontar a lei natural da biologia. Tal ideologia é um problema, pois
seus defensores não aceitam pensamentos e argumentos diferentes dos seus e,
qual rolo compressor, tentam desqualificar quem lhes argumenta de maneira
contrária.
Precisamos ressaltar o incansável
trabalho que há décadas a nossa Pastoral Familiar realiza em todo o campo, que
se refere à família em todos os âmbitos. Além disso, as Pastorais Sociais
acodem os que estão em situação vulnerável como a pastoral carcerária, do
menor, da mulher marginalizada, das famílias em situações de vulnerabilidade e
da promoção humana.
Vamos celebrar e festejar essa nova
primavera que se derrama sobre nós.
Fonte: Pe. João Paulo Ferreira Ielo, Pároco
da Paróquia Imaculada Conceição de Mogi Guaçu – SP.