Pe. Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em
Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente na Associação
Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo Educacional da UNIESP, Assistente
Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo
Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Presidente do FAC –
Fraterno Auxílio Cristão e Jornalista.
Na
sociedade conturbada em que vivemos, sentimos medos de todos os tipos. Temos
medo de ser substituídos e descartados como objetos obsoletos. Não nos sentimos
seguros com relação ao futuro, daí a importância de promover a paz.
Quando
analisamos a Oração de São Francisco, tão decantada mundo afora, tendo em
vista o mundo contemporâneo, cujas preocupações e ansiedades sentimos dentro de
nós e ao nosso redor, procuramos mostrar que é possível sair da apatia e
transformar a nossa realidade. Além de rezar, é possível agir
em prol de um mundo mais humano. Vemos, em torno de nós, pessoas humanas, porém
sem nenhuma humanidade.
A
essência da Oração de São Francisco, que é também um poema, está tomada de
atitude. Onde houver dúvida, a pessoa deve levar a fé. Onde houver erro, a
verdade. Esta prece não admite o conformismo. Quem deseja a paz
interior precisa sair de si mesmo e levá-la aos outros.
Em
contraste com a enxurrada de informações que recebemos e mal conseguimos ler e
assimilar, esta oração insiste em apenas um ideal: é dando que se recebe. Quem
quiser buscar o bem somente para si não o encontrará nem mesmo entre aqueles de
quem gosta. Mas quem se preocupar em difundir a paz e outros valores
positivos será recompensado, já nesta vida, por esses mesmos bens. A oração
reflete uma passagem decisiva do Evangelho de Jesus Cristo: “Pois quem quiser
salvar sua vida a perderá; mas quem perder sua vida por causa de mim e do
Evangelho, a salvará” (Mc 8,35).
É
nesta simplicidade exigente que reside a força maior desta oração. Por isso a
mensagem dela pode ser facilmente compreendida, mas é também esta simplicidade
o que mais nos desafia.
Temos
de simplificar a nossa alma para alcançar a paz. Precisamos nos
despojar dos excessos para atingir o essencial da vida.
Estamos
no Ano
da Paz. Somos da Paz! “A paz é fruto da justiça” (cf. Is 32,17).
Superemos as múltiplas formas de violência que agridem a dignidade dos filhos e
filhas de Deus e despertemos a convivência fraterna entre as pessoas, como nos
pede a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).