Pe. Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor
Universitário, Docente na Associação Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo da
UNIESP, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da
Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto,
Presidente do FAC – Fraterno Auxílio Cristão e Jornalista.
Há 25
anos, na manhã do sábado, dia 20 de Janeiro de 1990, Festa de São Sebastião, na
Catedral Metropolitana de Ribeirão Preto, ajoelhado sobre o túmulo do primeiro
Bispo de nossa Arquidiocese, Dom Alberto José Gonçalves, por imposição das mãos
de nosso amado Dom Arnaldo Ribeiro, fui ordenado Sacerdote para Sempre!
Muitos erros e acertos, grande experiência de vida e profunda gratidão a cada
dia, sem nenhum momento de arrependimento, pelo sim dado com
minhas mãos entre as mãos do Arcebispo.
Quantas pessoas passaram por minha vida nestes 25 anos? Pela vida de quantas
pessoas passei eu? Penso ser um momento de avaliação, de balanço, de gratidão e
de pedido de perdão, pelas vezes em que não consegui ser um bom padre! Escolhi
como lema sacerdotal, a quinta bem-aventurança do Sermão da Montanha: "Bem-Aventurados
os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia" (Mt 5,7), já
que sempre me senti um servo inútil e indigno da graça do ministério
sacerdotal! Mesmo assim Deus me quis Padre, tamanha é Sua
Bondade, Seu Amor e Sua Misericórdia para comigo.
Ao longo do amadurecimento no meu exercício ministerial, fui descobrindo que a
melhor maneira de ser fiel ao Sacerdócio, é adotar a Teologia da Ternura!
Mesmo que não tenha conseguido ser fiel, como quis ou deveria sempre me
acompanhou o esforço pessoal por ser um sacerdote bom e
misericordioso, a exemplo de São João Maria Vianney, o Cura D'Ars, cuja vida
conheci no primeiro Seminário que me acolheu na Arquidiocese de Porto Alegre
(RS), dedicado a ele. Como ele, o Sacramento que mais gosto de celebrar, é o da
Reconciliação, depois, é claro, da Eucaristia. Como é bom ser dispensador do
perdão de Deus àqueles que perderam sua paz interior para o pecado. Pois é no
Sacramento do Perdão, que Jesus nos devolve a paz que o pecado nos rouba. Tenho
sido muito feliz ao acolher tantas pessoas em nossa amada Santo Antoninho, Pão
dos Pobres, que é para mim, o lugar ideal para a santificação de meu
sacerdócio, colaborando na santificação dos irmãos!
Como coroinha na Igreja Matriz,
ou brincando de Missa com os vizinhos na estrebaria de casa, minha vocação ao
sacerdócio foi se confirmando a cada dia que passava. Sentia sempre a
necessidade de perdoar, desde tenra idade a quem me ofendesse ou
machucasse. Nunca consegui bater em ninguém. Mas sempre fui muito peralta e,
mais pedia perdão do que precisava perdoar. Daí meu lema sacerdotal ser a
bem-aventurança da misericórdia.
Que eu consiga viver meu sacerdócio pautado nos olhos de
Deus, que promovem a justiça e amar as pessoas
com o coração de Jesus, que dão sentido ao meu lema e à minha
fidelidade sacerdotal: "Bem-aventurados os misericordiosos, porque
alcançarão misericórdia! E em cada Eucaristia que celebro, cabem todas
as pessoas que me ajudaram a ser Padre, no precioso cálice do Senhor,
como minha mais sublime e profunda gratidão!
Para selar A
Ternura de Deus em meu Sacerdócio, passarei meu Jubileu de Prata de
Ordenação Presbiteral em retiro! Nos últimos anos tivemos o privilégio dos
magníficos Concertos de Acordeon com As
Meninas Gilda Montans e Meire Genaro! Para celebrar minha ação de graças
escolhi o “deserto” e o silêncio, nos quais me encontrarei com cada um na
oração profunda e na Eucaristia. Àqueles que quiserem me presentear por este
Jubileu de Prata Sacerdotal, por favor, façam-no na oração por mim e sintam o
carinho de minha oração por cada um dos que meu Sacerdócio permitiu amar!