Amanhã, dia 7 de Janeiro, haverá
Um Aniversário no Céu! Com certeza a corte celestial já preparou tudo para
celebrar o precioso dom dos 80 anos de vida de Dom Arnaldo Ribeiro. Sempre que
pode, passou seu aniversário natalício com a Família. Tanto o Natal, como o
Aniversário Natalício, celebrava com seus familiares. O Natal era celebrado
alguns dias antes, para poder presidir a Solenidade do Nascimento do Senhor,
com sua Família Arquidiocesana na Catedral Metropolitana de São Sebastião.
Assim, ele ia a Belo Horizonte celebrar em Família e a Família vinha, enquanto
possível, celebrar o Natal com ele em Ribeirão Preto. Como responsável pela
Catedral, pude experimentar esta riqueza de Dom Arnaldo muito de perto em meus
primeiros anos de ministério sacerdotal. Foi esta uma das razões pelas quais
Dom Arnaldo me permitiu amá-lo "em família". Certa vez Irmã Valentina
Augusto, do Colégio Auxiliadora e eu lhe fizemos uma surpresa: fomos a Belo
Horizonte almoçar com Dom Arnaldo e sua querida irmã, Maria Thereza no dia do
seu natalício. Ele ficou tão feliz e emocionado, que foi uma das primeiras
vezes que vi Dom Arnaldo chorar de alegria.
Seu nome ecoou na
eternidade no dia 15 de dezembro de 2009, como ecoou no coração da Arquidiocese
de Ribeirão Preto, igualmente o seu nome no dia 15 de dezembro de 1988, para
assumir-nos como seus filhos na fé, sendo o nosso sexto Arcebispo
Metropolitano. Eu vivia já como diácono, na Alemanha. Assim que soube de sua
nomeação escrevi-lhe uma carta, apresentando-me. A resposta da carta que lhe
mandei a Belo Horizonte chegou-me às mãos em seis dias apenas. Fato inédito.
Aliás, uma das qualidades de Dom Arnaldo, foi a de não deixar nunca para
amanhã, aquilo que podia fazer hoje e nunca deixou ninguém sem resposta. Ele
tomou posse dia 4 de março de 1989 e eu retornei dos meus estudos da Europa no
dia 8 de maio do mesmo ano. Recebeu-me em sua residência como a um filho.
Depois de apresentados, atribuiu-me os serviços de desenvolver meu ministério
diaconal na Catedral e na Cúria Metropolitana, nomeando-me seu secretário e
moderador da Cúria.
Ordenou o primeiro Padre para
Ribeirão Preto, meu irmão e amigo fiel Pe. Ilson de Jesus Montanari no dia 17
de agosto de 1989 e a mim no dia 20 de janeiro de 1990, às nove horas da manhã
na Catedral de São Sebastião. Éramos 34 padres e muito havia trabalho. Assim,
meus primeiros anos de sacerdócio foram de muitas atribuições, sempre
orientadas por Dom Arnaldo. Quantos exemplos de vida, que em nenhum seminário
aprenderia, ele foi me permitindo conhecer e aprender.
Dom Arnaldo, celebrando
seus 80 anos de Vida entre a Corte Celestial, certamente espera de mim e de
meus irmãos Padres, neste Ano Sacerdotal, um presente diferente. O presente que
sempre desejou, e que talvez, não tenhamos conseguido dar-lhe em vida: a
Fidelidade Sacerdotal! Que sejamos fiéis a Deus, na pessoa de Jesus Cristo; à
Igreja, no amor ao Santo Padre; à Comunidade, no exercício disciplinado da
Oração, da Eucaristia diária, na devoção à Nossa Senhora e a São José, sendo
irmãos uns dos outros, sem rusgas, mágoas, rancores, invejas, ciúmes. Como ele
desejava que os Padres fossem amigos uns dos outros! Quando vi a urna no chão,
diante da Catedral, na Celebração de suas Exéquias, tentei imaginar quantos
segredos, que inchavam o coração de Dom Arnaldo, seriam enterrados com ele?
Que nossas felicitações
ecoem na eternidade com sabor de perdão, de acolhida, de conversão e do
propósito de esforçarmo-nos por vivermos nossa vida ao exemplo da Fidelidade a
Cristo, do Amor pela Igreja, da capacidade de Perdão e da noção de Justiça que
nortearam os 80 anos de vida de nosso amado e saudoso Dom Arnaldo Ribeiro!
Pe.
Gilberto Kasper
Teólogo