Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
"Meus pensamentos são de
paz e não de aflição,
diz o Senhor. Vós me
invocareis, e hei de escutar-vos,
e vos trarei de vosso
cativeiro, de onde estiverdes" (Jr 29,11s.14).
O Trigésimo Terceiro Domingo do Tempo Comum
é o penúltimo do Ano Litúrgico, e traz consigo, na Palavra
proclamada, acolhida, refletida, rezada e vivida um sabor de despedida, mas
também de um maior compromisso de re-ligar = religião, nossa vida com a vida do
mundo em que vivemos e onde somos ou formamos um corpo do qual somos os membros
e Cristo é a cabeça. Quando faltamos ao corpo, por menor ou mais
insignificantes que possamos parecer, mutilamos o mesmo. O corpo, que a Igreja
não nossa, mas de Jesus Cristo, torna-se aleijada, com necessidades
especiais...
"O evangelho
deste domingo parece descrever cenas da vida atual: fala de violência,
destruição, tragédias naturais e sociais. Tudo isso não significa o fim do
mundo nem é castigo de Deus; antes, é um alerta sobre o nosso comportamento
violento em relação aos outros e à natureza. Diante desse quadro sombrio, a
eucaristia torna-se fonte de esperança para todos nós na luta pela vida.
Com a palavra de Deus
aprendemos que nossos esforços não são inúteis, pois, permanecendo firmes,
transformaremos a realidade violenta em realidade de paz, na qual nascerá e brilhará
o sol da justiça.
A primeira leitura
nos garante que um dia a impunidade acabará (Ler Mal 3,19-20) [...] O que não é
de Deus cai. Mais cedo ou mais tarde cai: a mentira é descoberta, a inveja e a
maldade sobre os outros recairá sobre nós mesmos; morreremos engolindo nosso
próprio veneno preparado para prejudicar e 'puxar o tapete do outro', a
ganância, prepotência e arrogância de querer ser mais do que os outros nos
darão um belo tombo no tempo em que menos esperarmos [...] O fim de
instituições não significa o fim do mundo (Ler Lc 21,5-19) [...] Só Deus não
decepciona. As pessoas nos decepcionam porque não são perfeitas, tem seus
limites. Daí a necessidade de aprendermos a compreender, acolher o pecador, sem
sermos coniventes com seus pecados, mas capazes de perdoar sempre, como nós
somos perdoados por Deus.
Perguntava a uma moça nesta semana, se ela
acreditava em Deus, ao que me respondeu Sim, Senhor! Quando perguntei a qual
religião pertencia, respondeu: A nenhuma não, Senhor! Só acredito em Deus e não
nas religiões que não me dizem nada! O número de pessoas que dizem acreditar em
Deus, porém declarando-se sem religião cresce sempre mais e isso me preocupa.
Porém não concordo quando a mídia diz que a Igreja Católica perde a cada ano
mais fiéis. Para mim, quem deixa a Igreja Católica não é fiel, mas infiel e de
infiéis a Igreja não precisa. A pessoa que diz não precisar de religião é
individualista, egoísta e descomprometida, acomodada... Certamente não é tão
especialista na ação de re-ligar a humanidade a Deus através dos outros.
Mutila, isso sim, o Corpo, que é a Igreja de Jesus Cristo, independentemente da
profissão religiosa. Mas esse tipo de comportamento individualista começa na
Família, colocada de bruços, e dos demais Alicerces em Crise de nossos tempos,
a Educação, O Governo e a Religião [...] O povo quer trabalho (não simples
emprego) e justiça social (Ler 2Ts 3,7-12),
(que lhe devolva a dignidade roubada por um capitalismo selvagem que
necessita de indigentes para sua própria sobrevivência cruel e desumana).
Reunidos pelo
Espírito, formamos a assembléia de irmãos e irmãs que desejam se alimentar do
Corpo de Cristo, que nos fortalece nos desafios da vivência cristã (Do
contrário, além de mutilarmos o Corpo que formamos com nossa ausência,
tornar-nos-emos anêmicos espiritualmente, sem o alimento que nos fortalece para
enfrentarmos os desafios que o mundo se nos impõem.) (cf. Liturgia Diária de Novembro de
2013 da Paulus, pp. 58-61).
"Levantai
vossa cabeça e olhai,
Pois a
vossa redenção se aproxima!”(Lc 21,28).
Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e
gratidão, nosso abraço amigo,
Pe.
Gilberto Kasper
(Ler Mal
3,19-20; Sl 97(98); 2Ts 3,7-12 e Lc 21,5-19).