No dia
13 de junho de 2023, a Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres, carinhosamente
conhecida como Igreja Santo Antoninho, celebrou 120 anos de fundação. A pedra
fundamental, segundo informações da Cúria da Arquidiocese de São Paulo, foi
implantada em 1892. O templo é o mais antigo, em pé, da cidade de Ribeirão
Preto. Foi Capela da Vila Emília, depois da Família Proença da Fonseca e em
1989, através de testamento assinado pela então última herdeira viva, Hilma
Proença da Fonseca Mamede, foi doada à Arquidiocese de Ribeirão Preto “para
cultivar a fé católica da Família Proença da Fonseca”. Adjudicada do complexo
do imóvel que compreendia a Academia Ribeirãopretana de Letras Jurídicas, incendiada
no dia 7 de setembro de 2019 e demolido, o que sobrara da antiga residência da
Família em 2021, bem como do Mosteirinho onde viveram os Padres Scalabrinianos
e os Monges Beneditinos Olivetanos no início do século XX, a Arquidiocese de
Ribeirão Preto obteve a escritura do imóvel, que em 2009 foi tombado provisoriamente
pelo CONPPAC – Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto.
Depois
que os Monges Beneditinos Olivetanos passaram a residir em seu Mosteiro
próprio, a Igreja Santo Antoninho passou a ser atendida por sacerdotes
diocesanos (há 80 anos portanto), como Padre Euclides Gomes Carneiro, que
celebrou a primeira Missa na Capelinha, de portas abertas para o povo no dia 10
de maio de 1903, Monsenhor João Lauriano, então Vigário Geral da Diocese,
Cônego Arnaldo Álvaro Padovani, este último, ao longo de décadas, por inúmeros padres
mais jovens e zelosos, como o Pe. Márcio Luiz de Souza, o Pe. Josirlei
Aparecido da Silva e o Pe. Giovanni Augusto, que o auxiliaram quando já sentia
o peso da idade, pelos Missionários Claretianos, como o saudoso Pe. Lauro Edgar
de Araújo Franco, CMF, que me acolheu para minha primeira Missa como reitor
daquele Espaço Cultural Ecumênico de Espiritualidade, vontade expressa por Dom
Joviano de Lima Júnior, o então Arcebispo, que me enviou para esse fim àquela
simpática e acolhedora Igrejinha no dia 20 de abril de 2008, com a provisão de
reitor assinada no dia 17 de abril do mesmo ano. Dom Joviano faleceu sonhando
com a Santo Antoninho e o Mosteirinho atrás dela, restaurados, bem como a Casa
da Amizade ao lado, desenvolvendo sua verdadeira função, se tornando um Centro
Social ou Cultural a serviço dos mais pobres da cidade, como consta no próprio
testamento. As queridas irmãs portuguesas desejavam que se continuassem suas
obras de caridade: a distribuição dos pães aos pobres e a hospitalidade às
parturientes vindas do interior, que não tivessem como se hospedar enquanto
aguardassem atendimento na Santa Casa situada no mesmo bairro dos Campos
Elíseos.
Desde
o tombamento em 2009, da Igreja conjuntamente com a Academia que já não existe mais,
fizemos um árduo caminho de tentativas de restaurar a Santo Antoninho, sem
êxito. Levamos 5 anos, 6 meses e 35 dias para obter a autorização da construção
de 2 banheiros e a instalação da água. Essa realidade mudou desde 2018, quando
por iniciativa do Engº José Roberto Romero e seus tantos amigos,
formamos o Grupo dos Amigos da Igreja Santo Antoninho. No início éramos mais de
cem pessoas. Com a Pandemia o Grupo diminuiu consideravelmente, mas continua vivo!
Além disso, contamos atualmente com Membros do CONPPAC, presidido pelo Dr.
Lucas Pereira, bem mais atentos, solícitos e dispostos a nos ajudar a preservar
e posteriormente restaurar nossa Santo Antoninho. Somos profundamente agradecidos
pela atenção que tanto os já citados, como também o Secretário da Cultura,
Pedro Leão, os Arquitetos Anderson Abe, o Arthur que foi o arquiteto
responsável pela restauração do Theatro Pedro II, o Amir Kalil Dib, o Rodrigo
Simões e tantos outros, dispensam à Santo Antoninho que clama por restauro!
Finalmente,
nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva, que nesses 10 anos de seu governo
renovou sua confiança e nos apoiou em todos os desafios que se nos foram
impostos, presidindo a Missa de ação de graças pelos 120 anos da Santo
Antoninho, acolha nossa mais profunda gratidão e a renovação de nossa
fidelidade na busca da restauração desse pedacinho da história e tão importante
patrimônio de nossa Arquidiocese e Cidade de Ribeirão Preto!
Pe.
Gilberto Kasper
Teólogo