VAMOS LER A CONSTITUIÇÃO?
Padre Gilberto Kasper é Mestre
em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em
Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro
de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro
do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da
Paróquia Santa Teresa D’Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres
da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com
É
surpreendente constatar que de cem brasileiros somente dez conhecem, de alguma
tímida maneira a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. No
meio político nunca se falou tanto da Constituição. Sabemos claramente que o
Congresso jamais deveria afastar-se dela para a elaboração de leis que nascem
tanto na Câmara dos Deputados como no Senado Federal. Já o Supremo Tribunal
Federal deve garantir a observância da Constituição Federal, não obstante de
quando em vez também surpreende a Nação com hermenêuticas assustadoras, votos
que duram cinco horas e que nem mesmo os pares compreendem. Tentam justificar
seus votos com o injustificável, disfarçando não poucas vezes seus
partidarismos, e nem por último demonstrando claramente, que nem todos são tão
intocáveis como gostariam de ser tratados. Alguns também “escondem seus
próprios escorregões ou de seus digníssimos familiares e amigos”. Lembrando que
Hermenêutica
é uma expressão grega (hermeneuo) que
significa “a arte de interpretar o
sentido da palavra do autor”.
Deputados
Federais, Senadores e nem por último alguns Ministros da Suprema Corte se atribuem
o direito de hermenêuticas sofistas (enganadoras) da Constituição por
interesses escusos, pessoais, partidários e pior, sempre em detrimento do amado
Povo desta rica, mas assaltada Nação Brasileira. Desvio de bilhões de reais
desviados da Saúde, da Educação, da Infraestrutura e de necessidades básicas
que levam o Povo a sofrer as consequências, muitas vezes, por desconhecer
direitos e responsabilidades contidas, claramente descritas na Constituição. Vamos
ler a Constituição?
Não
basta a indignação com a sistêmica corrupção, infelizmente existente em todos
os governos, sem exceção. É urgente que tomemos consciência de nossa
participação neste cenário diabólico. Fomos nós que votamos nos Homens e
Mulheres que hoje ocupam as cadeiras do Congresso Nacional. Seremos nós que
votaremos novamente ou não, nas próximas eleições. Até quando nos deixaremos
enganar com propagandas enganosas? E por que nos enganam? Porque não conhecemos
nossos direitos, nossos deveres e, consequentemente não exercemos nossa
cidadania. Antes, nos deixamos vestir por desalento, desgosto pelo Bem Comum e
por uma política suja, corrompedora, ladra, bandida a ponto de se tornar
judicializada a toda hora, porque os próprios parlamentares, por meio de seus
incontáveis partidos políticos provocam o Judiciário, vitimando todos os dias
milhões de crianças, jovens e idosos, desatendidos em seus direitos, os mais
básicos, descritos na Constituição. Então vamos ler a
Constituição?
As pessoas centralizam
suas atenções e discussões, por vezes tão violentas, a ponto de disseminar
discórdias familiares, nos candidatos à presidência da República, esquivando-se
de colocar uma lupa sobre candidatos ao Congresso Nacional, que em última
análise acaba governando o País. Sejamos mais zelosos e não desperdicemos
nossos votos nos Deputados Estaduais, Federais e nos Senadores. Eleger bem a
Assembleia Legislativa nos Estados e o Congresso Nacional, ou seja, Deputados
Federais e Senadores, fará toda a diferença na governabilidade dos próximos quatro
anos. Pensemos à luz da Constituição, que esses homens e mulheres “estarão” por um período congressistas
e não o deveriam ser ad eternum!