Padre
Gilberto Kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e
Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário,
Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto,
Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da
Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Teresa D’ Ávila e Reitor da
Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e
Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com
Há
50 anos no Brasil, o mês de setembro é especialmente dedicado à Bíblia. A CNBB
– Conferência Nacional dos Bispos do Brasil editou uma Bíblia excelente,
indicada para uso de todos os católicos do País, a fim de evitar dificuldades
na evangelização, na leitura orante e na interpretação da Palavra de Deus,
sugerindo que todos nossos agentes de pastoral, catequistas e demais fiéis a
utilizem, garantindo, assim, uma leitura precisa da mensagem que os Autores
Sagrados quiseram revelar, inspirados pelo Espírito Santo. De fácil acesso,
sugiro que optemos pela Bíblia da CNBB. Um dos pilares da Ação Evangelizadora
da Igreja no Brasil e também de nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto é o pilar
da Palavra. Devemos fidelidade ao anúncio da Palavra de Deus em todas as nossas
atividades pastorais, litúrgicas e eclesiais.
Embora
todo mês de Setembro seja dedicado à Bíblia, o Dia da Bíblia é celebrado na memória de
São Jerônimo a 30 de Setembro, que além de presbítero e doutor da Igreja, é o Patrono dos Exegetas,
os que se debruçam sobre o aprofundamento do estudo da Bíblia. O século IV
depois de Cristo, que teve o seu momento culminante no ano de 380 com o edito
do imperador Teodósio no qual se estabelecia que a fé cristã devesse ser
adotada por todas as populações do império, está repleto de grandes figuras de
santos: Atanásio, Hilário, Ambrósio, Agostinho, João Crisóstomo, Basílio e
Jerônimo, dálmata, nascido entre 340 e 350 na cidadezinha de Strido. Romano de formação,
Jerônimo é um espírito enciclopédico. Sua obra literária nos revela a cada
instante o filósofo, o retórico, o gramático, o dialético, capaz de escrever e
pensar em latim, em grego, em hebraico, escritor de estilo rico, puro e robusto
ao mesmo tempo. A ele devemos a tradução em latim do Antigo e Novo Testamentos,
que se tornou, com o título de Vulgata,
a Bíblia oficial do cristianismo.
Jerônimo é uma personalidade
fortíssima: em toda parte por onde vai suscita entusiasmos ou polêmicas. Em
Roma ataca os vícios e hipocrisias e preconiza também novas formas de vida
religiosa, atraindo para elas algumas influentes damas patrícias (de Roma), que
o seguiram depois na vida eremítica de Belém. A fuga da sociedade deste exilado
voluntário era um gesto ditado por um sincero desejo de paz interior, não
sempre duradouro, uma vez que, para não ser esquecido, reaparecia, de vez em
quando com algum novo livro. Os "rugidos deste leão no deserto" eram
ouvidos tanto no Ocidente como no Oriente. Suas violências verbais não
perdoavam ninguém.
Este homem extraordinário estava
consciente de suas próprias culpas e de seus limites (batia-se no peito com
pedras por causa dos seus pecados), mas estava consciente também dos seus
merecimentos. No livro Homens
Ilustres, onde apresenta um perfil biográfico dos homens
ilustres, conclui com um capítulo dedicado a ele mesmo. Morreu aos 72 anos, em
420, em Belém, como Patrono
dos Biblistas “O mundo atual apresenta inúmeras características novas, que
desafiam o sacerdote em sua missão de anunciar a Palavra de Deus” (Cf. Subsídios Doutrinais da CNBB nº 5).
Nenhuma família católica deveria privar-se de uma boa Bíblia, de preferência a Bíblia da CNBB, motivo pelo qual em todas as celebrações dominicais deste mês, distribuímos diversos volumes, incentivando não somente a leitura, mas sobretudo a vivência da Palavra de Deus em nossa vida!