Padre
Gilberto Kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e
Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor
Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão
Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da
Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Teresa D’ Ávila e Reitor da
Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e
Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com
Quando o namorado
envia uma carta de amor à namorada, este alegra o coração de quem ama. Ao
escrever, imagina como se encontra, o que anda fazendo a destinatária de suas
palavras de amor. Ao receber a carta, a namorada imagina o momento em que a
mesma foi escrita, imagina seu namorado e sente profunda saudade e vontade de
estar junto dele. Para amenizar tais sentimentos, lê e relê inúmeras vezes a
carta recebida e assim vai crescendo em ambos o lindo amor que um sente pelo
outro. A Sagrada Escritura é a Carta de Amor de Deus para a Humanidade que a
ama loucamente. É também a descrição da Aliança - Antiga e Nova - que deseja
selar com a Humanidade. Selar Aliança significa fidelidade, compromisso,
correspondência de amor. Amor que se oferece. Amor que é acolhido! O namorado é
Deus revelado na pessoa de Jesus Cristo e a namorada é a Igreja, que somos
todos nós!
"A moral cristã tem seu
fundamento, além da lei natural, na Lei de Cristo: 'Dou-vos um mandamento novo:
amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Nisto reconhecerão todos que sois
meus discípulos se tiverdes amor uns pelos outros' (Jo 13,34-35). Com essa
afirmação, Jesus traçou o horizonte insubstituível do caminho do discípulo.
Esta exigência moral nasce do princípio fundamental da fé cristã 'porque Deus é
amor. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que
nos amou e enviou-nos o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados'
(1Jo 4,8.10). Não há outro processo educativo para a conquista de ser nova
criatura. Esta é a graça fundamental do Batismo e a integral exigência de sua
vivência autêntica, fecundando a alegria do testemunho que convence, congrega e
produz frutos" (Subsídios Doutrinais da CNBB 5, nº 96).
Vivamos o mês dedicado à Bíblia
com o firme propósito de correr à caixinha do correio e apanhar a carta de amor
que Deus nos enviou. Abrindo-a, busquemos lê-la com o coração orante, ou seja,
dialogando com Deus que se declara amante de cada um que O acolhe; ler o que
escreveu e seguir o que orienta em suas linhas escritas com seus sábios lábios
de amor, de perdão, de misericórdia e de bondade! Seguramente nesta carta de
amor, Deus marca um encontro conosco: seja na Comunidade de Fé, Oração e Amor,
seja no profundo silêncio e nosso coração, seja no rosto sapeca de uma criança
ou na face enrugada de um ancião. Importante é saber ler, compreender, acolher
e viver o que contem a Carta de Amor de Deus para a Humanidade!