Pe. Gilberto Kasper
Mestre em Teologia
Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e
Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da
Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do
Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia
Santa Tereza de Ávila, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da
Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.
O Evangelho de São Lucas nos apresenta os passos do Sacramento da Reconciliação, na parábola do Pai Misericordioso, contada por Jesus no capítulo 15. O filho mais novo sai de casa, vira as costas para o pai, gasta numa vida desenfreada toda parte da herança que lhe coube e chega ao fundo do poço. Sob os escombros da rejeição, da exclusão e da discriminação da sociedade, faz a experiência da vida longe do pai. O pai sofre com a ausência do filho, mas não corre atrás. Fica esperando pacientemente. Deixa o filho fazer a experiência da miséria humana, da vida sem sentido e vazia de amor.
No momento em que o filho se
arrepende, ele mesmo dá o passo de volta: a conversão começa a acontecer, a fim
de conduzi-lo à reconciliação! Não adianta procurarmos o Sacramento da
Reconciliação por mero cumprimento de preceito, ou para agradar os pais, ou o
marido a esposa. Deus espera que a iniciativa seja nossa, só nossa. Quando o
pai avista a volta do filho, então sim, corre ao seu encontro; nem o deixa
chegar. Abraça-o, sinal de acolhida; beija-o, sinal do ósculo da paz,
devolvendo-lhe a paz que o pecado, o afastamento, lhe havia roubado;
oferece-lhe uma túnica limpa, sinal de que não há mais o direito de culpar-se,
pois obteve o perdão incondicional; sandálias nos pés, sinal de dignidade, pois
só os filhos dos empregados andavam descalços; anel no dedo, sinal de herdeiro,
mesmo que tenha esbanjado tudo o que havia herdado, volta a ser herdeiro do
pai. E finalmente, o novilho gordo, a festa, a Eucaristia, que simboliza a ação
de graças pela volta do filho, que estava morto e reviveu, perdido e foi
reencontrado (cf. Lc 15,1-3.11-24).