Padre Gilberto Kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Teresa D’ Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com
No
dia 12 de Outubro, celebramos o Dia da Criança! Desde 1980, quando da primeira
visita de São João Paulo II ao Brasil, este dia passou a ser feriado, pois
Nossa Senhora Aparecida, decretada a Padroeira do Brasil, é solenizada neste
mesmo dia. Há legisladores que desejam retirar o feriado do dia 12 de Outubro,
por que dizem ser um feriado meramente religioso e quem não aceita Nossa
Senhora como a Mãe de Deus, causando descontentamento em razoável número de
eleitores, especialmente os católicos, argumenta o pluralismo religioso e a
democracia política.
A Criança é comparada, por
Jesus Cristo no Evangelho, ao Reino de Deus! E Como é bom
ser Criança comparada ao Reino de Deus, a partir das três características
que lhe são próprias e que os adultos jamais deveriam perder: a
sinceridade, a espontaneidade e a pureza! A criança é sincera, diz o
que pensa, suas palavras brotam do coração, sem a preocupação de incomodar ou
não. A criança é espontânea, segue seus impulsos inofensivos, sem fingimento,
sem a preocupação de agradar ou não e, brotam de sua inocência. A criança é
pura; não tem malícia em nada do que diz e faz!
Quando crescemos e nos
tornamos adultos, nossa sinceridade vira mentira,
nossa espontaneidade vira fingimento
e nossa pureza vira malícia. Daí
consiste a comparação da criança com o Reino de Deus. "Quem não for como uma criança, não entrará
no Reino dos Céus". Só conservando as características da criança,
mesmo na vida adulta, saberemos Como é bom ser Criança!
Não basta comemorarmos um
Dia da Criança, mobilizando a sociedade e as entidades com brinquedos ou
presentinhos descartáveis. Precisamos criar consciência de que a criança é gente
e não uma coisinha fofa, que precisa ser cuidada com dignidade e
respeito. Mais do que oferecer brinquedos às nossas crianças, precisamos deixar
de brincar com elas. Em que condições
vivem as crianças de nosso País? Há escolas eficientes para todas elas? Há
condições básicas de saúde, moradia com higiene, alimentação adequada, lazer
suficiente? Nós respeitamos suficientemente as crianças que representam o
futuro de nossa nação? Como estão os porões de nossa linda cidade, os quintais
e os cortiços de amontoados de crianças mal cuidadas? E aquelas que aprendem a
deseducação nas ruas ou diante dos meios mediáticos alienantes e covardemente
violentos, sejam do ponto de vista antropológico ou sociológico?
A criança precisa sentir-se acolhida,
bem-vinda e à vontade em nossos espaços celebrativos. Onde não temos condições
de um espaço especial para elas, é fundamental que as deixemos à vontade.
Muitos pais se perguntam: "Onde erramos? Nossos filhos não querem nem
ouvir falar de Igreja!" Costumo responder que também eu não voltaria, a
não ser obrigado, ao ambiente onde fui humilhado, exposto e mal acolhido; lugar
onde me mandaram calar a boca. E pior: há mães que, para calar a boca dos
filhos, culpam o padre, dizendo que este ficará bravo, caso ela não pare
quieta.
Minha homenagem às crianças quer
ser uma bênção muito especial, que invoco sob a intercessão de Nossa Senhora Aparecida, Mãe, Rainha e Padroeira do Brasil,
celebrada justamente, no Dia da Criança - 12 de Outubro. Peço confiante que
todas as nossas crianças sejam protegidas da violência, do mundo das drogas, do
consumismo, modismo e hedonismo que ditam as normas de nosso tempo, tantas
vezes sem perspectivas de um futuro promissor à grande maioria das crianças de
devemos amar muito!