Padre
Gilberto Kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e
Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário,
Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente
Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da
Comunicação e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de
Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com
O Natal é a celebração de Deus que, em Jesus Menino,
assume a fragilidade humana. A pessoa humana, tão sensível e pequena, se torna
roupagem da manifestação de Deus. Desce o divino que eleva o humano.
O Natal manifesta a determinação de
Deus em querer encontrar-se conosco, propondo uma forma de acolher e cuidar de
cada pessoa em sua peculiar dignidade. Torna-se por isso visível e palpável!
Natal é acolhida! Deus não desiste dos homens e por isso sempre encontra
meios de bater a nossa porta. “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir
minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa” (Ap 3,21). Em tempos de
insegurança temos medo de abrir as portas e isto pode impedir de acolher o
Senhor que quer habitar em nossa casa, fazer refeição conosco e oferecer a
salvação. São tantas as batidas em nossas portas: telefonemas, e-mails,
mensagens de Whats App, carteiros trazendo cartões, vendedores… Abrir a porta
requer atitudes de discernimento, acolhida e hospitalidade.
Natal é diálogo!
Deus, para realizar o seu projeto de amor, recebeu a acolhida de Maria. Inicia
um diálogo com ela que termina com as palavras de Maria “Eis a serva do Senhor!
Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38). O diálogo requer escuta,
argumentação, proposição e respeito entre os dialogantes. O diálogo possibilita
conhecer as pessoas e criar laços de solidariedade e amizade. O contrário do
diálogo são os fundamentalismos. Que aprendamos a dialogar com Deus e as
pessoas.
Natal é cuidado!
Todas as criaturas necessitam de cuidado. O ser humano com a sua criatividade e
inteligência tem uma imensa capacidade de desenvolver meios de cuidado e de
destruição. Ao mesmo tempo em que assistimos imensos avanços na medicina para
cuidar da vida, assistimos o desenvolvimento de tecnologias que geram a morte.
“Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua
esposa” (Mt 1,24). Deus restabelece a confiança de José em Maria e ele passa a
cuidar de Maria e de Jesus. Cuidar uns dos outros é sinal de escuta da vontade
de Deus.
Natal é encontro! “Encontrarão um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura” (Lc 2,12). Os pastores, em sua simplicidade, acolheram a mensagem do anjo e foram ao encontro do Deus Menino, deitado na manjedoura. Só o encontraram por que abriram a porta da sua vida e assim estabeleceram um diálogo.
Feliz
Natal e abençoado Ano Novo repleto de ternura!