Padre Gilberto Kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com
O
ano caminha para seu final e promete muitas emoções e surpresas que certamente
irão nos envolver e desafiar. Este outubro traz consigo o foco de grandes
discussões sobre o respeito e cuidado com a natureza e meio ambiente com a
realização do Sínodo para a Amazônia que se realiza no âmbito do mês
missionário extraordinário, ambos convocados pelo querido Papa Francisco.
Nossa missão é a mesma que Jesus
entregou aos seus apóstolos, ou seja, continuar proclamando o Reino de Deus que
se estabelece já neste mundo quando vivemos a justiça, a caridade, a
fraternidade, a fé e o amor de tal forma que esses valores, impregnados em
nossa vida lançam a base de uma nova sociedade. Evangelizar é proclamar a
“Notícia Boa” do Reino e do amor do Pai para nós, é anunciar que além das
tragédias e desgraças que fazem crescer a audiência de certos programas de
televisão ou aumentam a venda de revistas e jornais sanguinários que não têm
consideração pelo ser humano, o cristão tem a certeza da fé e a confiança em
Jesus Cristo que são maiores que as dificuldades e problemas a ser enfrentados.
Nossa alegria de saber que somos amados por Deus anima e entusiasma a nossa
vida para continuar a missão de fazer acontecer os sinais do Reino onde nós
vivemos.
Neste contexto da “Missão” acontece
o Sínodo para a Amazônia, convocado pelo Papa para nos fazer voltar o olhar
para essa região vasta e tão importante para o nosso planeta. Desde o início de
seu pontificado, Papa Francisco deixou clara a preocupação com o meio ambiente,
publicou a encíclica “Laudato Si” trazendo à tona questões que passam
despercebidas quando o mercado domina as relações entre países e governos que
levam em consideração o lucro monetário desrespeitando a nossa “casa comum” que
deve abrigar todos os filhos e filhas de Deus chamados a viver e crescer e
manifestar as feições do nosso Pai que habita o coração do ser humano nem
sempre valorizado pelos seus semelhantes.
A Amazônia, importante região que abrange
diversos países, engloba nações de diversos povos, biomas, ecossistemas que
correm sério risco de desaparecerem pela erosão causada pela ganância desmedida
dos que só exploram a natureza, a vegetação, o subsolo causando uma grande
chaga na obra criada por Deus. Mas não é só isso. A evangelização nessa área é
preocupação antiga; as longas distâncias, a carência de padres, as comunidades
que se esforçam para manter acesa a chama da fé e da fraternidade. Momento
ímpar para todo o mundo e toda a Igreja olharem para essa região com suas
fraquezas e belezas e ver que ali o Evangelho vive e entusiasma as pessoas.
Desde há muito tempo, a Igreja no
Brasil tem realizado projetos e colaboração com a região amazônica no sentido
de favorecer as comunidades e os povos que lá vivem. Muitos cristãos,
missionários, religiosos e padres derramaram seu sangue para que o Evangelho da
vida fosse semeado naquele vasto mundo na metade da terra. E muitos outros
continuam evangelizando sem desânimo. Os desinformados ou mal intencionados
criam intrigas entre as pessoas e, falando mal a respeito desse Sínodo fazem
aparecer confusões desnecessárias. Sínodo é um grande momento para a Igreja e
para os cristãos; tempo de caminhar juntos, de pensar soluções e alternativas
para que a vida aconteça como Deus pensou ao criar o universo. É também tempo
de conversão, de mudança de atitudes, mudança de pensamentos e, ao mesmo tempo,
é oportunidade de sonhar com os novos céus e a nova terra.
(Parceria
com Pe. João Paulo Ferreira Ielo, Pároco da Paróquia Imaculada Conceição de
Mogi Guaçu – SP).