Meus
queridos Amigos e Irmãos na Fé!
A Igreja de Jesus Cristo é missionária, discípula e ministerial, ou não é a Igreja de Jesus Cristo. Todo cristão, só é realmente cristão, se for empenhado no
contexto da conceitualização desta Igreja! Ser outro Cristo é sair pelo mundo cheirando à paz! Temos acompanhado com grande esperança as manifestações por um
Brasil melhor: mais justo, mais honesto, menos corrupto, que vise a promoção da
dignidade de seus cidadãos. Oxalá continuemos promovendo manifestações
parecidas, mostrando àqueles que elegemos, que não somos cegos, surdos e nem
“marionetes” nas demagogias e falcatruas políticas dos demasiados partidos
políticos que fazem escorrer pelos dedos, os volumosos impostos pagos por
brasileiros tão subestimados e maltratados por educação improvisada, saúde
sucateada e necessidades básicas inflacionadas. Maquiar a Economia é no mínimo
diabólico. Desde a década de 1980, mais precisamente das “Diretas Já” ouvem-se
promessas de Reformas Política, Econômica e Judiciária. O que nos indigna é o desinteresse, a insensibilidade e descaso
de nossos políticos para com o Povo Brasileiro. Não posso crer que algum
brasileiro seja contra o crescimento do País. O que nos indigna são as
ferrovias, os hospitais, as escolas, as estradas licitadas, iniciadas e
abandonadas há décadas de sul a norte de nosso rico Brasil com milhões de
indigentes, pobres e infelizes. Enquanto tivermos um brasileiro passando fome,
precisando aguardar três meses para poder agendar uma consulta médica, sendo
assim, obrigado a adiar a enfermidade e as dores decorrentes, seremos um País Injusto. As migalhas de Bolsas Família, Escola, para os mais pobres do Brasil são a maior
vergonha que possa existir. Se nossos políticos conseguirem sobreviver com uma
dessas Bolsas, darei o braço a torcer. Quanto se gasta numa ida ao Shopping?
Tais bolsas além de não matar a fome do cidadão, não lhe permitem nem utilizar
o transporte público, mensalmente. Mas tudo deve ser conquistado na Paz! Violência já é o próprio
Sistema Capitalista Neoliberal Selvagem ao qual nosso povo é subjugado todos os
dias!
A Paz! Podemos dizer que revivemos hoje, um mesmo anúncio do tempo dos
profetas e do tempo dos discípulos de Jesus: o anúncio da Paz.
A comunidade dos judeus recebe pela
boca do Profeta Isaías a missão de levar ao mundo inteiro a paz, isto é, a harmonia com
Deus e com todos os seres humanos. A mesma missão é confiada por Jesus aos
setenta e dois discípulos. Os setenta e dois representam a assembleia guiada
pelo espírito de Deus. São nossos agentes de Pastorais, Serviços e Movimentos,
nossas Comunidades que vivem uma fé madura e comprometida com a vida
proveniente do “sepulcro vazio” do Ressuscitado. Eles têm de sair pelos caminhos
e pregar ao povo a chegada do Reino de Deus, anunciando “Paz a esta casa”, a esta família.
Esta paz, que, na Bíblia, pode ser traduzida também por “felicidade, cidadania,
dignidade”, não significa apenas silêncio das armas, “mas,
sobretudo a harmonia com Deus e com todos os seus filhos: o bem-estar conforme
o plano de Deus. É a síntese de todo o bem que se pode esperar de Deus; por
isso, vai de par com o anúncio de seu Reino. Essa paz não cai como um pacote do céu, nem se faz em um só dia. É fruto
da justiça” (Hb 12,11; Tg 3,18). A paz cresce em meio às vicissitudes da história humana, em meio às
contradições. Mas fé que fixa os olhos na paz que vem de Deus nos orienta em meio a todos os desvios. Anunciar a
paz ao mundo, apesar de todos os desvios, é como as correções de rota
que um avião continuamente tem de executar para não se desviar definitivamente.
Jesus manda seus discípulos com a mensagem da paz, para que o mundo se anime a continuar procurando o caminho do
Reino.
A Palavra proclamada neste domingo
nos motiva a sonhar com um mundo de paz, a qual é como o rio que irriga a
plantação. Construída pelos que se põem a serviço do reino, ela faz florir a
alegria e a vida nova na sociedade que traz as marcas do sofrimento e da
violência.
Cristo venceu o mal pelo
amor e nos envia como suas testemunhas. Ele nos fortalece na eucaristia para
que nos gloriemos de sua cruz – da qual nasce a nova criação – e sejamos
vencedores de tudo o que diminui a vida humana.
Entrando para o concreto da vida, anunciar
a paz de Cristo acontece não só por palavras, mas por atos. Não basta falar da paz, mas é preciso mostrar em
que ela consiste, realizando atos exemplares. É preciso, também, construí-la
aos poucos, pacientemente, pedra após pedra, implantando passo a passo novas
estruturas, que eliminem as que são contrárias à paz. Muitas pessoas entendem paz como deixar tudo em paz. Mas a paz não é tão fácil assim! Por
isso Jesus manda anunciar a paz como algo que vem juntamente com o Reino de Deus. Devemos
transformar aos poucos o mundo para que este anúncio não fique uma palavra
vazia.
Sejamos pessoas da paz, o que não significa que nos conformemos com Políticos Condenados
pela Suprema Corte do País, continuarem usufruindo de “decoro parlamentar”, bem
como de nossos impostos para gastarem os milhões que ganham, rindo e debochando
dos que os elegeram equivocadamente um dia. Não podemos conformar-nos que os
detentos gastem mais de mil reais mensais nas penitenciárias, enquanto os
trabalhadores sofridos pelos (des) serviços dos Governos são obrigados a
contentarem-se com R$ 980,00 mensais fora os descontos e impostos a que são
obrigados. A paz se conquista com
inteligência e com a força do Espírito Santo; com a unidade do povo de bem. Não
teria como intervir, para que os comprovados corruptos e as empresas que
receberam verbas desviadas, e não concluíram as obras públicas como estradas,
hospitais e escolas, devolvessem todo o dinheiro desviado? O dinheiro roubado,
como no caso do mensalão e do petrolão, se não devolvido, continuará não
corrigido, o que significa erro grave contra a justiça e contra cada centavo de
todos os cidadãos brasileiros. Sejamos pessoas da paz, exercendo, entretanto, nossa cidadania em favor da dignidade de
cada um que se digna ser chamado cristão. O Reino de
Deus é um Reino de Justiça! Onde não impera a Justiça, não há Reino de Deus!
Sejam muito abençoados. Com ternura e gratidão, o abraço amigo,
Padre Gilberto Kasper
(Ler Is 66,10-14; Sl 65(66); Gl 6,14-18 e Lc
10,1-12.17-20).
Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Julho de 2019,
pp. 35-38 e Roteiros Homiléticos da CNBB do Tempo Comum (Julho de 2019), pp.
30-34.