“Eis
que este menino nasceu,
como
sinal de contradição...” (Cf. Lc 2,34).
Pe. Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor
Universitário, Docente na Associação Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo da
UNIESP, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da
Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto,
Presidente do FAC – Fraterno Auxílio Cristão e Jornalista.
Deus
sempre foi bem mais simples do que O complicamos. Embora aguardado na
“esterilidade dos palácios reais”, nasceu na manjedoura, entre animais, sendo anunciado à “virilidade de corações
simples de Pastores”: “Não temais! Eis
que vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo: Nasceu-vos hoje
um Salvador, que é o Cristo-Senhor...” (Cf. Lc 2,10-11).
Os pastores pertenciam à classe preterida da sociedade,
pois cheiravam mal, cuidavam de ovelhas madrugadas adentro. Entretanto, foram
eles, que contemplaram por primeiro, o Deus feito pessoa na meiguice de uma
criança. Deus driblou a humanidade, tentando ser pobre com os pobres, simples
com os simples, rico de ternura com os puros de coração, sem nenhuma pretensão.
O esplendor do Natal se faz compreensível, na medida em
que ao invés de darmos presentes, sejamos presença harmoniosa entre todos, sem
discriminação e nem acepção de pessoas. Parece covardia, a diferença que se
impõe entre a imagem do Menino Jesus
reclinado entre feno numa manjedoura naquela estrebaria e o grandalhão do Papai Noel, sentado numa cadeira
aveludada de nossos Shoppings. A Cultura
do Consumo rouba a cena do verdadeiro Natal, e o Aniversariante parece
despercebido na própria festa!
Não
haverá melhor presente a oferecer a Jesus, neste Natal, do que assumirmos todos
juntos os Passos Preparatórios de nossa Assembleia Arquidiocesana de
Pastoral! O
Natal de Jesus em clima de Assembleia Arquidiocesana seguramente
iluminará nossas Comunidades, que, desde as bases de nossa Igreja particular,
contribuirão ricamente com o novo Plano Arquidiocesano que nascerá neste clima
natalino. Somos como os pastores acordados, os personagens atentos ao decantar
da Corte Celestial, que envia seus Anjos todos a convidar-nos a corrermos à
manjedoura e ali constatarmos o evento do Natal. Deus feito menino; Deus
cheirando a mundo; Deus nascido na periferia existencial de nossa Arquidiocese,
tão rica e tão pobre ao mesmo tempo. Estejamos como os pastores, atentos às
prioridades de nossa Igreja, a fim de que seja da vontade de Jesus, o novo Plano de Pastoral, desta vez assumido por todos,
temperado, pela Alegria do Evangelho!
O
Natal de Jesus seja celebrado com a ousadia e a coragem
borbulhante em cada coração de sermos Seus verdadeiros discípulos e
missionários. Assim teremos o Natal mais autêntico e feliz de nossa
vida, e seremos as luzes que iluminarão novo ânimo, nova esperança e grandes
perspectivas para os “pastores de nossos
dias”. Esvaziados de nós mesmos, deixemo-nos encher da luz do Salvador, que
será sempre para as pessoas de boa vontade, Sinal de Contradições, mas também
de Esperança!