Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
A 51ª Assembleia Geral da CNBB
(Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) testemunhou ainda mais a magnífica unidade e comunhão que norteia o Episcopado Brasileiro. É lindo ver como os nossos
Pastores se querem bem, se amam e buscam apontar caminhos de novo ardor
missionário para seus rebanhos, suas Igrejas particulares, cada uma com suas
características, desafios e sonhos diferentes, porém, com igual entusiasmo da
vivência de uma mesma fé. “Comunidade de Comunidades: Uma Nova Paróquia” foi o tema central daqueles dez dias de Assembleia, Encontro de
Irmãos, Sucessores dos Apóstolos, que buscam viver os conselhos do Evangelho de
São João deste domingo: “Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos
outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns
aos outros” (Jo 13,34b-35).
Oxalá tal
testemunho seja seguido por todos nós, Comunidade de Comunidades, convidados
a repensarmos, convertermo-nos e tornarmo-nos verdadeiramente uma NOVA PARÓQUIA: acolhedora,
descomplicada, presente na “periferia do mundo”, que é também,
a proposta de nosso amado Papa Francisco!
“Sendo o tempo pascal como ‘se fosse um só dia de
festa’, nos é dada a oportunidade de compreender e experimentar melhor
o amor de Deus que Jesus revela por meio dos ritos litúrgicos e que devem
alcançar a totalidade da vida de seus discípulos. Neste período, oportunamente,
a Igreja é convidada a portar-se como Cristo Ressurreto, porque está
imbuída do seu Espírito. Com razão, Tertuliano chamava atenção para o fato de
que estes cinquenta dias que se estendem, desde a Vigília Pascal, chama-se ‘Pentecostes’, pois seu Espírito, que é amor, foi derramado no coração dos
fiéis. E para estes, durante este tempo, não cabe nenhuma atitude ou gesto de
tristeza.
“Deus
nos reúne em nome de Cristo e nos encoraja a concretizar o sonho do novo céu e
da nova terra. Este é o desejo de todos os que aspiram a um mundo sem
injustiça, onde cada pessoa se sinta plenamente realizada. Fortaleçamos, nesta
liturgia, os laços de amor que nos identificam como comunidade de discípulos (a exemplo de nossos Bispos) e discípulas de Jesus.
Assim como
fizeram as primeiras comunidades, vamos escutar a palavra de Deus e nos
comprometer com sua proposta. Ela aponta para um novo mundo, sem tristeza nem
dor, e conclama a todos para a vivência do amor.
A comunidade se
organiza para enfrentar as dificuldades e avalia a sua caminhada. Ao se
despedir, Jesus deixa à comunidade o novo mandamento do amor. A comunidade fiel
e perseverante procura concretizar a ‘nova Jerusalém’, dom de Deus.
A verdade do amor
que é o sacramento dos irmãos e irmãs, torna autêntico e frutuoso o sacramento
eucarístico do pão e do vinho’ (cf. Liturgia
Diária de Abril de 2013 da Paulus, pp. 83-85).
A página do Livro do Apocalipse de
São João nos apresenta um trecho em que se anuncia a superação de toda
tristeza, porque há um novo céu e uma nova terra como ‘chão’ e ‘tenda’ sobre os quais repousará a humanidade
descansada e feliz. Este desejo de felicidade, tranquilidade e paz habita o
nosso mundo. Quantos e quantas não se esforçam por criar condições reais de
segurança para que seus filhos e filhas possam brincar e ser felizes! Desde os
mais pobres até os mais abastados, a busca por uma vida boa é uma constante na
vida. Os meios para que se realize tal desiderio, no entanto, nem sempre são os
mais condizentes com o Evangelho. Há os que se corrompem e afanam aquilo que
não lhes pertence, e está designado para o sustento e promoção do povo, como o
fizeram aqueles do famoso caso do mensalão ou aqueles políticos tidos como ‘ficha suja’. Homens e mulheres desta categoria pertencem a um mundo que já
não existe segundo a Páscoa do Senhor, pois por meio desta não há lugar para sofrimento e dor. O que
existe é uma nova cidade que despontou com Deus e participa de seu beneplácito,
porque promove a justiça e a fidelidade à aliança. Há quem faça objeções a esta
verdade de fé, apontando os sinais de morte que se espalham ao redor. Mas,
sabemos que esta verdade se cumpre à medida que o amor de Cristo habita os cristãos e dá contorno à sua existência. É preciso que
este amor tenha a proporção do amor de Cristo, pois toda injustiça surge quando o amor tem nossa medida” (cf. Roteiros Homiléticos
da Páscoa de 2013 da CNBB, pp. 54-59).
Todo cristão é um “outro Cristo”, motivo pelo qual sempre deveria agir como o próprio Cristo age nas mais diferentes
circunstâncias de nossas relações. Não podemos admitir que entre nós, existam
pessoas passando fome, sendo exploradas e judiadas, especialmente por quem
exerce algum serviço, seja eclesial, político ou
social. Nosso amado Papa Francisco deseja uma Igreja pobre para os pobres! Saibamos seguir
seu bom exemplo. Comecemos a revestir-nos de maior humildade, desprendimento, simplicidade e de profunda ternura: cristãos todos e todos os cristãos, nas diversas missões de serviço gratuito pela construção
de um Reino de Deus alicerçado no amor, na verdade, na justiça, na liberdade e na PAZ!
Desejando-lhes copiosas bênçãos, com ternura, meu abraço fiel e
amigo,
Padre Gilberto Kasper
(Ler At 14,21-27; Sl 144(145); Ap 21,1-5 e Jo 13,31-35).