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http://sacrificiovivoesanto.wordpress.com/2012/03/27/queimando-a-mufa-com-a-santissima-trindade/
Meus queridos Amigos e
Irmãos na Fé!
“Com
a solenidade de Pentecostes, encerrou-se o tempo
pascal. Celebramos a Solenidade da Santíssima Trindade, muito recente no
calendário da liturgia romana, datada do ano de 1334. Com o Concílio Vaticano
II, deixou-se de ser uma celebração temática e recebeu um sentido mais
bíblico-celebrativo.
A
sua celebração é contemplação: junta o sentido da Encarnação e da Redenção
realizados na história, onde o Deus Vivo é protagonista. Não desenvolve uma
teologia sobre a Santíssima Trindade, mas celebra a renovação
da aliança com o Pai que nos criou e nos libertou, entregando-nos o dom da vida
plena em Jesus Cristo, seu Filho amado, o Verbo encarnado que, por sua vez, nos
confiou, com sua morte e ressurreição, o dom de seu Espírito” [...]
Gosto
de mergulhar no mistério da Santíssima Trindade, pensando num Amante – o Pai, num Amado – o Filho e no Amor com o qual o Filho é amado – o
Espírito Santo! [...]
Somos
chamados, na ação litúrgica, a renovar o compromisso batismal. Fomos batizados
em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Mergulhamos na dinâmica do amor
trinitário. A nossa vocação é sermos comunidade, ícone da Santíssima Trindade, sinais de comunhão, de ajuda mútua, de
partilha, de solidariedade, num mundo divido, individualista, ganancioso,
desesperançado e violento.
E,
tantas vezes, tentados a fabricar deuses, facilmente nos submetemos a seus
caprichos e seduções. Aceitamos ídolos que nos são impostos e que favorecem a
uns poucos e geram a morte de muitos. Em consequência, amargamos a exploração,
a opressão e a violência.
O
Deus verdadeiro é Javé. O Deus que liberta para que todos tenham vida. Ele é
nosso parceiro e libertador. Um Deus que é comunidade. Que mora na comunidade.
Que ensina a viver em comunidade e que nos salva em e com a comunidade.
A
Igreja sempre celebra a Páscoa do Senhor, o Salvador, e por Ele dá graças ao
Pai, o Criador, no Espírito de amor, o Santificador. Toda celebração é
trinitária. A liturgia é a celebração da Páscoa e, pela nossa participação,
mergulhamos no mistério inefável da Trindade, fonte e meta do
peregrinar da humanidade.
Acreditamos
que a Santíssima
Trindade é a melhor comunidade. Pelo Batismo, somos mergulhados no
mistério do seu amor (o útero da Igreja), e nos tornamos
participantes da vida trinitária. E Deus, nosso Pai, nos dá o Reino de herança,
adotando-nos como filhos e filhas. Ele elimina, pelo Espírito de Jesus, o medo
que nos escraviza e aprisiona. Esse Deus se revela na prática das comunidades,
que vão refazendo os gestos de Jesus até que o mundo seja transformado e tudo
se torne posse da Trindade.
O
Batismo, feito em nome do Pai,
do Filho e do Espírito Santo, significa: consagração, ser marcado pela Trindade a serviço da justiça, dedicação total e entrega
a tudo o que Jesus ensinou.
Deus
é nosso Pai. Nossa relação com Ele exprime o que há de mais íntimo e carinhoso.
Podemos, pelo Espírito, chamá-lo ‘Abbá, meu Pai’, exatamente como Jesus o
fez (cf. Mc 14,36). Na condição de filhos e filhas, recebemos a herança do Pai,
que nada reserva para si. Senhor e dono absoluto de todas as coisas, tudo nos
dá. A síntese da herança é o Reino de Deus.
Somos
convocados a ser sinal do carinho do Pai, a cuidar da obra que Ele criou, a
defender as pessoas, filhos e filhas de Deus, trabalhar para a vida ficar do
jeito que Deus Pai sempre quis” (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB n. 22, pp.
15-23).
O
grande convite da Solenidade da Santíssima Trindade, celebrada no Nono Domingo Litúrgico do Tempo Comum, é adotarmos uma
verdadeira Teologia da
Ternura. Saibamos herdar da Comunidade Perfeita do Pai, do Filho e do
Espírito Santo, a sermos protagonistas do amor gratuito, da verdade, da justiça, da liberdade e da paz, sendo uns para com os outros, Anjos revestidos de pura ternura!
Sejam sempre muito
abençoados. Com ternura e gratidão, o abraço,
Padre
Gilberto Kasper
(Ler Dt
4,32-34.39-40; Sl 32(33); Rm 8,14-17 e Mt 28,16-20)