Pe. Gilberto Kasper
Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.
A Educação tem sido um dos inúmeros desafios da Cultura de Sobrevivência de nosso tempo. Educar para o zelo do Amor já não encontra mais espaço em nossa consciência, já que contra valores chegam sempre à frente. O poder, os bens de consumo, a corrupção, o falso prestígio e a infidelidade prostituem as criaturas que se tornam desumanas na medida em que comercializam o que pensam ser o Amor!
Santo Agostinho de Hipona afirma com propriedade o que venho observando na relação entre as pessoas hodiernamente: “Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade; outras, para alcançarem fama, e isso é vaidade; outras, para enriquecerem com a sua ciência, e isso é um negócio torpe; outras, para serem edificadas, e isso é prudência; outras, para edificarem os outros, e isso é caridade!”.
Como Educar para o zelo do Amor uma sociedade, formada por pessoas com medo de outras pessoas? Uma sociedade que se sacia de “migalhas” e não exerce sua própria cidadania, até porque prefere a hipocrisia?
Talvez Santo Agostinho não seja tão ultrapassado, como muitos o consideram. Não tenho dúvidas de que é nele que encontramos nova esperança, novas perspectivas, sentido e ânimo de relacionar-nos com maior humanidade:
“Ama e faze o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos”.
Oxalá descubramos o deleite do verdadeiro amor com sabor divino. A capacidade de amar é privilégio da criatura humana, adornada pela dignidade divina, que se nos é conferida gratuitamente por nosso Criador: “Deus não será maior se o respeitas, mas tu serás maior se o servires!”. Num mundo oco de Deus, poderemos ser a seta da esperança aos outros, se conseguirmos amá-los, mesmo que isso nos custe contradições e dissabores: o amor gratuito devolverá o sabor àqueles que simplesmente amam!