Pe. Gilberto Kasper
Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Tereza de Ávila, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.
Já
não consigo mais assistir às sessões do Senado Federal e da Câmara dos Deputados
da República sem provocar nos porões de minha intimidade um sentimento de
vergonha, temperado com raiva e indignação. Quanta falta de Educação
de Berço!
Já
perguntei a centenas de pessoas em qual Senadora ou Senador, Deputada ou
Deputado Federal votou. Para meu espanto, de cada cem pessoas apenas três
lembram. Logo colhemos os frutos (votos) que plantamos (votamos) nas últimas
eleições. Alguns ainda insistem em votar em políticos de ficha suja, desde que lhes sejam simpáticos, “bons de lábia”, mesmo
que não pensem no País e muito menos no Povo, o mais surrado tanto pelos
altíssimos impostos que paga todos os dias, seja pela indigência à qual é
obrigado a sobreviver. Eis a primeira falta de Educação de Berço! Enquanto
não exercermos nossa cidadania, enquanto não formos verdadeiros políticos (não
penso em politiqueiros) que pensem no Bem Comum e não individual, assistiremos
aos embates que envergonham profundamente nosso Congresso Nacional. Lá estão
Mulheres e Homens que só sabem gritar, não sabem perder, que só pensam no
próprio “metro quadrado” no qual se movem, ou seja, seu partido, sua demagogia
e porque não dizer teimosia em continuar “colado” numa cadeira que lhes garanta
impunidade, prestígio e que não servem para representar e muito menos servir
aqueles que os elegeram.
A
incoerência da maioria dos Congressistas é o que os move para garantirem os
votos necessários nas próximas eleições. A maioria é promíscua ao querer
perpetuar-se no poder, nem que para isso tenham de vender a própria honra, a
palavra empenhada e o respeito pelo diferente, desrespeitando escancaradamente
o Povo, especialmente, ingênuo e que vota por ser obrigado a votar simplesmente.
Algumas sessões em meio à crise política, ética e moral, são movidas de tamanho
desrespeito, que mais parecem “bandidos engravatados” querendo dar lições de
moral, quando eles próprios são tão corruptos quanto aos que acusam.
A
falta de Educação de Berço de nossos Deputados Federais e Senadores
mostra exatamente ao que vieram: enriquecer com propinas, barganhas, cargos e
corrupção sistêmica e institucionalizada. Nossa Classe Política carece de
voltar às origens para readquirirem a verdadeira Educação de Berço. Já
cada um de nós, eleitores, deveríamos discernir o “joio do trigo” e varrer do
Congresso Nacional todos envolvidos em algum comportamento ilícito, desde o
mais simples deslize ao mais grave crime cometido. Estejamos atentos ao que
afirmam juristas e cientistas políticos sérios e que pensam num Brasil mais justo
e fraterno, excluindo através do voto, o que chamam de “Organização Criminosa”.
Através do voto, do diálogo e do respeito pelos que pensam diferente de nós.
Sejam as manifestações civilizadas e não violentas e criminosas, como temos
assistido em tempos recentes. Quem grita
e ofende o próximo, não é menos “bandido” dos que os motivam às manifestações
violentas e não pacíficas. É possível dialogar em paz. Para isso, basta a Educação
de Berço!