Padre
Gilberto Kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e
Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor
Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão
Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da
Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Teresa D’ Ávila e Reitor da
Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e
Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com
Falar em dízimo, significa falar em dinheiro, e isso é um tanto
complicado entre cristãos católicos, já que a nossa religião parece ser a mais
liberal da face do mundo. Situados numa determinada “cultura de sobrevivência”,
tornamo-nos mais “pedintes” do que “agradecidos”. Na medida em que entendemos
nossa Igreja, como um “supermercado de sacramentos” nos comportamos demasiado “interesseiros”.
Esquecemos que o dízimo é um verdadeiro e profundo ato de amor e gratidão!
“Pagai integralmente os dízimos devido ao Templo para que haja
alimento em minha casa. Fazei a experiência, diz o Senhor, e vereis se eu não
abrirei os reservatórios do céu e se não derramo minha bênção sobre vós muito
além do necessário” (Ml 3,8-10).
Tudo é de Deus. Nada nos pertence. O que temos, se nos é
simplesmente emprestado. Poderíamos dizer que com o dízimo consciente e
comprometido, Deus testa nosso amor e nossa gratidão pelo dom da vida e tudo
que Ele nos concede para sermos felizes e realizados.
A palavra dízimo significa a décima parte. No Antigo
Testamento os Hebreus deviam contribuir para os serviços do templo, com o dízimo,
isto é, a décima parte do que colhiam ou lucravam.
Para o católico a palavra dízimo quer indicar uma contribuição
para a Igreja, contribuição que deve ser sistemática (de preferência, mensal),
de compromisso moral – por amor, não por obrigação – e fixado de acordo com a
consciência moral de cada um. É uma forma de retribuição do homem a Deus!
O homem de fé reconhece que Deus é bondade. Criou o Universo e as
coisas materiais. O Universo é um dom do Pai, para que o homem o possua e o
transforme. O homem de fé oferece uma parte do que possui em sinal de
reconhecimento ao Pai, doador de todo o bem. Não damos diretamente a Deus, pois
Ele não precisa de nossos bens (do nosso dinheiro), mas colocamos a serviço
desse corpo, a Igreja, pois, a Comunidade é fruto da colaboração de todos.
O dízimo não é só arrecadação financeira, mas é um
sistema e método de formação comunitária com informações claras, contatos,
reuniões e prestação de contas.
As finalidades do dízimo, seu destino ou aplicação
são: para a conservação, manutenção e ampliação da vida e das atividades da
Comunidade, de que fazemos parte e servimos. Para pagamentos de luz, água,
telefone, impostos, consertos, e bens da Igreja. Para compra de velas, hóstias,
vinho de missa, paramentos e objetos litúrgicos necessários para as celebrações.
Para pagamento de folhetos e compra de flores. Para limpeza da Igreja e seu
jardim. Para a manutenção do padre e dos funcionários. Para as despesas com
serviços paroquiais, como: catequese, encontros, cursos de formação e outros.
Não por último, o dízimo deverá contemplar os mais pobres da
Comunidade: aqueles que não têm como dar sua própria colaboração.
Ser dizimista é em primeiro lugar, sentir-se responsável e
participante na Vida da Comunidade Paroquial. Por isso separamos, do muito que
Deus nos deu, uma parte que Ele nos dá e a separamos para oferecer a Deus como
Ato de Amor e Gratidão!