Padre Gilberto Kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Teresa D’ Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com
Nesta
semana vivemos, ainda em tempo de Natal! Entre as Solenidades da Epifania e do
Batismo do Senhor, continuam ressoando em nosso interior a sensibilidade e o
espírito de fraternidade, que, geralmente as festas natalinas produzem na
criatura humana.
Epifania
significa a manifestação do Salvador, em nossa realidade humana, atingindo a
todos sem discriminação. Este é o grande mistério celebrado, sob diferentes
aspectos, pelo Natal e pela Visita dos três Reis Magos ao Menino de Belém,
vindos do Oriente, guiados por uma estrela. Esta festa nos convoca a uma
comunhão universal com todos os povos, com os diferentes jeitos de adorar a
Deus e a buscar a libertação, a dignidade e a paz, a partir dos pobres.
Herodes
e as autoridades eclesiásticas daquele tempo não se conformavam com o
nascimento do Salvador. Ele colocava em risco tudo aquilo que os mantinha no
poder. Ameaçava o prestígio, os cargos, funções e privilégios que, à custa do
povo simples, alimentava a inveja e o medo de perder a vida que os embriagava
de luxo, soberba, prepotência e arrogância. É parecida a realidade atual,
quando fica patente a inveja nas dimensões familiares, pastorais, políticas e
sociais. Os “Herodes” de hoje não pensam duas vezes para degolar qualquer
pessoa que lhes represente risco de mudança. Esses, naturalmente, não vivem o
mistério do Natal, porque a manjedoura de seus corações continua cheia de
“coisas”, menos Jesus Cristo!
Com
a festa do Batismo do Senhor encerramos o tempo de Natal. Saímos dos evangelhos
da infância de Jesus e nos colocamos na vigília de sua vida pública.
Jesus
não se comporta como um filho privilegiado de Deus, mas se coloca na fila dos
pecadores para receber o batismo de João Batista. É solidário com os menores,
os pecadores, os últimos.
Como
povo sacerdotal, assembleia de batizados, somos confirmados como filhos amados
de Deus com a missão de ser luz (estrela) das nações e alegres anunciadores da
boa-nova do Reino. Vivendo a fé recebida em nosso batismo, seremos capazes de
apontar, como estrelas, somente para Jesus!
Mas
para que isso seja possível é necessário repensarmos profundamente nosso
Batismo, o primeiro dos Sacramentos da Iniciação Cristã, que nos adota como
filhos, herdeiros, príncipes de Deus, partícipes de uma mesma e grande Família:
a Família de Deus, a Igreja de Jesus Cristo. Deus nos adotando como seus filhos
torna-nos irmãos uns dos outros e de Seu próprio “Menino”, cujo nascimento
celebramos com tanto júbilo e ternura!
Gosto
sempre de perguntar: Você sabe o dia em que foi batizado? Quem o batizou? Se
souber, celebra seu batismo, como seu segundo parto, nascido dessa vez, do
útero da Igreja, a Pia ou Bacia Batismal? Quem não sabe o dia de seu batismo,
também não o celebra, pelo menos conscientemente. Procuremos celebrar melhor o
nosso Batismo, participando da Festa do Batismo de Jesus.