Padre Gilberto Kasper é Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da Paróquia Santa Teresa D’ Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista. Contato: pe.kasper@gmail.com
Nosso
Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva, escreveu uma Instrução para os Fiéis da
Arquidiocese de Ribeirão Preto sobre o Momento Eleitoral para as Eleições
de 2020, datada de 6 de setembro de 2020, que se encontra na íntegra no
Site: www.arquidioceserp.org.br.
Inicia suas orientações com a frase: “A
política é um meio fundamental para construir a cidadania e as obras do homem” (Mensagem
do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz de 2019).
A
Igreja Católica Apostólica Romana, mãe e
mestra, procura formar Consciência Política Cristã, como
todas as mães procuram educar seus filhos para o Bem Comum. Nunca uma mãe
cristã educaria seus filhos ao egoísmo, aos bens individuais ou partidários,
que dividem e fazem os mesmos filhos brigarem entre si, desrespeitando-se
mutuamente.
É
preciso que o cristão deixe de colocar em outras pessoas a responsabilidade
pela atual situação da sociedade e que cada um passe a perguntar a si mesmo o
que pode fazer para tornar concreta a mudança que se deseja. Prefeitos culpam
Governadores e esses a Presidência da República. Tem-se a impressão que as
Bases Aliadas nas esferas municipais, estaduais e federais são “marionetes” diante
da falta de criatividade ou da incapacidade de governar dos Poderes Executivos,
o que é muito feio. É escancarado desrespeito à democracia. Assim quem pensa
diferente passa a ser visto como inimigo. Pura falta de maturidade. Obsessão
por poder, cargos, funções e prestígio, quando não “vida fácil”. E “vida fácil”
já foi conhecida como mera “prostituição”.
Viver à custa dos mais simples, das pessoas de bem se torna “escândalo” e seus
protagonistas merecem aquela pedra de moinho no pescoço e fundo do mar do
Evangelho.
As eleições se aproximam e certamente muito poucos sabem em quem
votar. São muitos os candidatos às Prefeituras e Câmaras de Vereadores. Muitas
vezes somos cobrados, porque não indicamos, publicamente, os candidatos a serem
eleitos no próximo dia 15 de novembro. A Igreja Católica não se arroga o
direito de “obrigar” ou impor esse ou aquele candidato, porque respeita um dos
valores fundamentais da Pessoa: a Liberdade.
A orientação é de que se observe a conquista da Lei da Ficha Limpa. É
preciso arejar, pensar em perspectivas, oportunidades e esperanças novas. Quem
realmente serviu o povo sem a pretensão de pensar-se insubstituível,
contribuirá com o Bem Comum de nossa Cidade, mesmo sem exercer o que gosto de
chamar de Serviço, embora digam serem Cargos, Funções e Mandatos. Afinal, nosso
Governo ou está a serviço de seu povo, ou não é digno de nosso voto.
O serviço dos eleitos nas
urnas é de promover o Bem Comum oferecendo os meios para o desenvolvimento das
pessoas em sua dignidade. Saibamos votar com lucidez, liberdade e esperança de
uma cidade mais humana, menos violenta, com saúde, educação, infraestrutura
cada vez mais a serviço da dignidade dos filhos que necessitam de oportunidades
e que sejam respeitados em sua capacidade de eleições, e não subestimados com
meras ilusões.