Pe.
Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em
Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente no CEARP – Centro
de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Assistente Eclesiástico do Centro
do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da Comunicação, Pároco da
Paróquia Santa Tereza de Ávila e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres
da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.
O
mês de maio começa celebrando a Festa de São José, Operário, embora seja bem
mais dedicado à MULHER! Comemoram-se as Noivas, as Mães e é considerado pelos
cristãos católicos, um mês dedicado à MARIA, Mãe de Jesus. O convite do Papa
Francisco, especialmente para o mês de maio, nesse tempo de Pandemia, é que
rezemos em Família, todos os dias, o Terço. Será a Igreja Doméstica pedindo
proteção a todos os filhos de nossa Mãe comum. “A Família que reza unida, permanece
unida”, especialmente diante de desafios e tantas dificuldades, como as que
vivemos atualmente!
Gostaria
de refletir muitos temas, mas pensei em escrever algo sobre o sentido da maternidade
cristã, a partir das milhares de mães que assumem seus filhos sozinhas.
São as que nossa sociedade chama de “mães
solteiras”! É interessante observar que nunca ouvi ninguém chamar uma mãe,
casada, direitinho, ou cujo pai assume com ela o filho, de “mãe casada”!
Continuamos
com o péssimo hábito de discriminar as pessoas, vivendo, muitas vezes, às
escondidas, disfarçando gravidez antecipada, aliás, nas últimas décadas, a maioria
das crianças nasce aos sete meses, ou me engano? Casamentos ou contratos de
estabilidade conjugal forçados, que não passam de hipocrisia, para não admitir,
ou então não sentir-se motivo de conversinhas de vizinhos maldosos seriam
válidos? Certamente a gravidez simplesmente, sem a certeza do amor gratuito,
com sabor divino, profundo e verdadeiro, não é razão suficiente para “mentir” fidelidade diante de
testemunhas, de ministros assistentes a matrimônios com aparatos
megalomaníacos, como fotografias, filmagens, festas em renomados espaços de
elegância exacerbada. São simplesmente nulos. Não acontece então o verdadeiro
casamento, eis uma farsa.
Penso
que estaria na hora de revermos o verdadeiro sentido da maternidade cristã. O
que significa ser mãe, com ou sem parceiro? Ser mãe implica uma vocação
específica, sublime, nobre e abençoada por Deus, o Criador. Ser mãe é gerar
vida com amor. Para ser mãe de verdade, é preciso “fazer amor” e não simplesmente relação sexual por mero prazer
hedonista. É, por isso possível, dissociar vocação ao matrimônio da vocação
materna? Penso que não. Quem se casa sem querer constituir Família, utiliza-se
de uma Instituição Sagrada: A Família, colocada de bruços nas últimas décadas,
continua sendo a célula da sociedade. Precisa urgentemente ser reerguida e
reassumida por pessoas que ainda acreditam em valores humanos e promovem a
pessoa na sociedade, que ao contrário, a coisifica.
Quero,
neste mês de maio, prestar minha homenagem muito terna, às mães que chamam de “solteiras”: mulheres corajosas,
especiais, que desempenham também o papel de pais, para educar e amar
divinamente os filhos que geraram, tantas vezes com dificuldades impostas pela
própria família, pelos parentes e por uma sociedade que precisa ser mais
amorosa, fraterna e misericordiosa com elas. Quem julga, fala mal, condena e
determina a sentença sobre qualquer pessoa e seu comportamento, ousa
prepotentemente ser deus sobre o outro. Minha ternura a todas as Mães do mundo,
sobre as quais invoco as bênçãos da Sagrada Família de Jesus, Maria e José!