Pe.
Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em
Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente e Coordenador da
Teologia na Faculdade de Ribeirão Preto da UNIVERSIDADE BRASIL e UNIESP S.A., Assistente
Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Assessor da Pastoral da
Comunicação e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de
Ribeirão Preto e Jornalista.
Ano
que se inicia, esperanças e sonhos que se renovam, alegria que resolve dar as
caras... tudo isso se parece com um cenário de oásis em meio ao deserto
calorento como tem sido esse verão escaldante.
Não assisto aos programas de
retrospectivas que as emissoras propõem, pois sempre realçam as tragédias, as
desgraças e violência que em grande parte poderiam ter sido evitadas se a
responsabilidade de governantes e sociedade civil fosse realidade compartilhada
e não mero protocolo. No fim de um ano conturbado como o que passou e início de
outro ano novo, graças a Deus, penso ser necessário escrever os nossos sonhos,
ou pelo menos pontuar o que pretendemos realizar e o faremos com os pés no
chão. Algumas coisas diferentes poderemos fazer para que haja mudança no mundo
que nos rodeia.
Sempre é tempo de esperança, aquela
virtude que encanta as suas irmãs mais velhas, a fé e a caridade; “a esperança
é irrequieta”, nos dizia um pregador, ela fica sempre instigando a fé e o
amor-caridade a agirem mais... Sem esperança, nossos sonhos e projetos se
transformam em poeira, e somem, se desfazem, se perdem. Com esperança renovamos
nossos sonhos, renova-se a nossa capacidade criativa, a alegria ganha novo
fôlego e sepultamos o desânimo. Nossa esperança não é ilusão, nossa esperança é
graça, pois seu fundamento é a ação bondosa de Deus em nossa vida.
Esperança, fé e amor sempre estão
unidos, são inseparáveis e nos provocam a buscar a alegria do viver para semear
mais graça e sabor em nossa existência. Do nosso dicionário devem ser banidos
alguns verbetes como desânimo, desistir, abandonar, recuar; esses não nos
ajudam a olhar adiante principalmente quando a situação está difícil. Claro que
não vivemos nas nuvens e muito menos nos alienamos dos problemas a enfrentar,
entretanto, se não contarmos com o beneplácito vigoroso do amor manifestado em
Cristo, realizaremos filantropia com prazo de validade determinado. E mesmo que
o mundo circunvizinho esteja cercado de cadáveres ambulantes e insepultos, nossa
alegria deve contagiar aos que nos cercam a ponto de transformarmos
pensamentos, sentimentos e atitudes.
“Não se concebe um cristão sem
alegria”, afirmava o Papa Francisco; o “desânimo não é cristão”! Assim,
poderemos viver todos os dias do ano novo construindo vida nova, alegria,
fraternidade, distribuindo as sementes de esperança, fé e amor, pois alguns já
perderam as suas. Não esperemos que novos governos façam obras mágicas. Façamos
o que estiver ao nosso alcance para que o mundo seja melhor. Sejamos
construtores de paz, de unidade e de comunhão. Nosso alimento é o Cristo Senhor
que nos deixa de presente a sua Paz!
Feliz, abençoado, alegre e cheio de
esperança seja o novo ano para nós todos. Sejamos protagonistas da ternura de
Deus revelada na simplicidade do Presépio. Seja nosso manto a humildade e nosso
compromisso a proximidade!
(Parceria
com Pe. João Paulo Ferreira Ielo, Pároco da Paróquia Imaculada Conceição, de
Mogi Guaçu – SP)