Pe. Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em
Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente e Coordenador da
Teologia na Associação Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo Educacional da
UNIESP S.A., Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico,
Assessor da Pastoral da Comunicação e Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos
Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.
A
Páscoa que celebramos é o coração de nossa Fé, é a grande festa em que
reafirmamos a vitória do amor que não pratica violência e entrega a sua vida
para salvar a todos. A ressurreição de
Cristo nos ensina com todo o vigor que, por mais que a morte e suas
manifestações nos agridam e nos façam duvidar, a vida nova do Ressuscitado
renova nossa esperança e nos fortalece na luta contra o mal que tem mil faces.
Eu
creio que Jesus Cristo venceu a morte de uma vez por todas, que Ele está
presente e vivo em nosso meio e que o amor que nos ensinou é a chave para que
nossas esperanças não se desfaleçam apesar de tantos ataques sofridos
ultimamente. Durante a Semana Santa me lembro de que alguns dos que maltrataram
Jesus, como Pôncio Pilatos, Judas o traidor, Barrabás e Herodes ainda hoje têm
admiradores que teimam em atraiçoar Jesus e seus discípulos e ainda em nossos
dias atentam contra a sua vida. É carne podre, é propina demais, falta de Ética
e de vergonha por parte da classe política misturada com omissão de quem elege
os maus para dirigirem a Nação. E o povo, que parece sem vida, sofre e carrega
a pesada cruz de impostos, descasos e desrespeito. Mas não perde a Fé!
Ao
proclamar a leitura da paixão na sexta feira santa, ouço o grito generoso,
confiante e destemido de Jesus que semeia o Bem e a Verdade entre nós: “Pai em
tuas mãos entrego o meu espírito” e “tudo está consumado”! Estas palavras não
dão por encerrada a sua missão entre nós; pelo contrário, é um desafio para que
nós cristãos e todas as pessoas de boa vontade, confiantes no Pai amoroso
continuemos a missão de Jesus ao inaugurar na terra o Reino de Deus. A luta
pela ética na política, nas relações trabalhistas e na economia é um dos pontos
ensinados na Doutrina Social da Igreja. Na Cruz, Jesus não “jogou a toalha”,
mas nos confiou a missão de construir o mundo novo sem ódio e sem guerra, mas
com fraternidade e amor.
Imagino
a alegria e o susto das mulheres e dos discípulos ao constatar que o Senhor não
estava mais no sepulcro onde “O” deixaram. “Não procurem entre os mortos aquele
que está vivo”! Eis a postura que deve guiar a vida dos cristãos. Não nos
intimidemos com a morte e suas feições de violência e mentira, mas revigorados
na Ressurreição de Cristo tenhamos a certeza que ela vai conosco em nosso
caminho, tal e qual na estrada de Emaús, e nos envia a reassumir nosso lugar na
comunidade e na sociedade se de fato queremos que a falta de vergonha seja
retirada de cena.
Eu
espero que o Cristo Ressuscitado nos impulsione a varrer do mundo a corrupção,
o desrespeito e a degradação ética; espero que todos nós acordemos na manhã da
ressurreição despertos e dispostos a fazer o mundo e a sociedade ressuscitarem
para uma nova vida em que a pessoa humana e a natureza sejam valorizadas como
os protagonistas da história.
Feliz
e santa Páscoa!
(Parceria
com o Pe. João Paulo Ferreira Ielo, Pároco da Paróquia Imaculada Conceição de
Mogi Guaçu – SP)