Pe. Gilberto Kasper
Mestre
em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor
Universitário, Docente na Associação Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo da
UNIESP, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da
Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto,
Presidente do FAC – Fraterno Auxílio Cristão e Jornalista.
Iniciamos um ano em crises. São diversas as
crises pelas quais passa nosso País. As pessoas que tinham medo do escuro
passaram a ter medo da energia elétrica, e se assustam cada vez que chega a
conta a ser paga. Enquanto o Governo teima em dizer que o “Brasil superará as
crises, que são mundiais e não nacionais”, nós, os pobres, pagamos a conta.
Isso é diabólico, porque na hora de prometer não faltam os sofistas. Na
hora de cumprir com o prometido, busca-se um culpado distante. De
quem seria a culpa pelas crises? Enquanto não assumirmos: Governo e
Eleitores, nossa própria responsabilidade, para não afirmar culpa,
continuaremos afogados nas crises, que nos cortam não apenas o essencialmente
necessário, mas nos tornam “indigentes
com rostos de vítimas”!
Enquanto
preparávamos a Tarde Beneficente para manter os projetos do FAC – Fraterno
Auxílio Cristão da Cidade de Ribeirão Preto, ouvimos muitas reclamações, de que
o País passa por séria crise econômica, e consequentemente, muitos “Não
temos condições de ajudá-los!”. Temos consciência do inchaço de pessoas
necessitadas em nossa Cidade. Sabemos o quanto cada Entidade não governamental
se esmera pela sobrevivência. Quem será responsabilizado por tamanha crise? O
Povo que trabalha pela própria sobrevivência, os Pobres que nossa sociedade do
consumo e do descartável produz ou as Políticas Públicas que não se importam
com os Projetos Sociais? De quem é a culpa? Os nobres Vereadores
de nossa rica cidade remetiam Verbas Parlamentares às Entidades que ajudam o
Município a cuidar dos mais surrados pela vida. Não é segredo que o Município
não consegue atender os mais pobres. Mesmo assim, por uma lei enviada pelo
Executivo e aprovada pela maioria dos Vereadores, submissos aos desmandos de
nossa Prefeita, impediu que a partir de 2015 os Vereadores honestos remetessem
Verbas Parlamentares às Entidades que fazem o serviço que é de responsabilidade
do Poder Público. Segundo a Impressa, amplamente divulgada, nos assustaram duas
notícias: em 2014 a Secretaria da Saúde remanejou um milhão de reais para cobrir
despesas de água e telefone do Palácio Rio Branco e no início deste ano a
Câmara de Vereadores enviou à Casa Civil dez milhões e oitocentos mil reais. E
as Entidades iniciaram o ano com as migalhas que lhes são remetidas por força
de lei. O FAC – Fraterno Auxílio Cristão da Cidade de Ribeirão Preto é
contemplado com R$ 5.350,00 mensais, sem reajuste desde 2012. Quando fomos
reclamar um aumento, a resposta veio em forma de ameaça. Para mantermos dois
Núcleos, nossa Folha de Pagamentos e Encargos Sociais (estes últimos sofreram
um aumento de 22% no dia 1º de Janeiro de 2015) somam um total de R$ 31.000,00.
Os R$ 27.000,00 necessários precisamos “mendigar” para manter nossos Projetos.
O povo é muito generoso, mas sabemos que não pagamos certos compromissos com
alimentos e vestuário. Daí nosso apelo: não queremos buscar culpados, queremos
continuar no resgate da dignidade de cidadãos que “batem com o nariz na porta”
do Poder Público.
Participemos
da Tarde de Beneficente neste dia 20 de maio de 2015, a partir das 13h30 no
Salão Paroquial da Igreja São João Batista, na Rua Humaitá, 853, no Bairro
Santa Cruz do José Jacques. Partilhemos de nossa pobreza em favor dos que têm
menos do que nós. Desde já agradecemos a todos que nos ajudaram de alguma
forma de aos que participarão conosco!