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quarta-feira, 27 de abril de 2016

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - SEXTO DOMINGO DO TEMPO PASCAL

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

            O Sexto Domingo do Tempo Pascal remete-me à minha Ordenação Diaconal, pela imposição das mãos de Dom Romeu Alberti, na Igreja do Anjo da Guarda da Universidade Católica de Eichstätt, na Alemanha em 1987. É, portanto, meu aniversário litúrgico de Ordenação Diaconal, já que naquele ano o mesmo Domingo foi dia 24 de Maio, Aniversário de Ordenação Episcopal do saudoso e bom pastor, Dom Romeu Alberti, que me acolheu com incomparável misericórdia na Arquidiocese de Ribeirão Preto. Interceda ele por nossa Igreja particular, pela qual doou sua tão breve vida, silenciando o tempo todo de seu ministério episcopal sua leucemia. Para mim, Dom Romeu é um grande santo junto á Corte Celestial.
            Durante o Tempo Pascal, que equivale a um Grande Domingo, a herança deixada por Jesus aos discípulos vem sendo celebrada. O amor de Cristo que reúne e une a comunidade de fé é a herança. Ela se sustenta na escuta da Palavra de Jesus que é Palavra do Pai para nós.
            A Igreja nasce do lado de Cristo, como nos fala a Sacrosanctum Concilium número 5, como um Sacramento Pascal. Nela, é possível visualizar o amor profundo daquele que dá a vida pelos seus amigos. Chegando ao fim do tempo de ouro para a Igreja, é preciso que estejamos convencidos da importância deste amor e, sobretudo que estejamos abertos à sua experiência num mundo cada vez mais marcado pela intolerância e pelo medo.
            O tema da 54ª Assembleia Geral da CNBB: “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade. Sal da terra e luz do mundo” (cf. Mt 5,13-14) pede abertura a uma profunda conversão de atitudes, e do modo de sermos Igreja. Será necessário mudarmos nossas estruturas e nossos hábitos. Dom Joviano de Lima Júnior, sss, nosso saudoso Arcebispo insistia no Projeto SIM – Ser Igreja em Missão, de que precisaríamos acolher mais do que enxotar as pessoas que nos buscam. O amado Papa Francisco também afirmou de que nossa Igreja não pode ser reduzida a uma “ONG Piedosa”. Mas somos por vezes piores do que isso, enquanto submetemos nossos fiéis a nossos caprichos, horários “comerciais” e negando (não poucas vezes com desculpas mentirosas) um mais dedicado atendimento e serviço. Quantas reclamações ouvimos de pessoas que buscam pelos Sacramentos e não conseguem ser atendidas. “Ir à periferia de nossas Comunidades” significa disponibilidade, solicitude, “gastar-se pelo Reino de Deus através de maior qualidade no exercício de nosso ministério ordenado. Também nossos Agentes de Pastoral carecem de maior espírito de acolhida, menos discriminação e emissão de juízos. Quantos coordenadores se sentem donos de seus coordenados, pensam ser insubstituíveis, quando deveriam ser servidores de toda a Comunidade, especialmente dos mais fracos!?!
            Ouvindo a palavra de Deus, contemplemos a ação do Espírito Santo. Ele ilumina os desafios pastorais que enfrentamos, orienta nossas comunidades a fim de serem sinais do mundo novo e nos recorda tudo o que Jesus ensinou.
            A comunidade deve saber discernir o que é fundamental e o que é secundário, passível de mudança. Se vivemos as palavras de Jesus, seremos amados por ele e o Pai celeste fará morada em nós. À medida que se diviniza, a comunidade pode dispensar as mediações humanas.
            Qual a herança que melhor demonstra o cuidado e amor que as pessoas dedicam umas às outras? Certamente não se restringe apenas a bens e valores. É certo que a melhor expressão desse bem-querer tem a ver com a própria vida (palavras ensinadas, testemunhos deixados, atitudes, etc.) que, ao ser empenhada em favor daqueles que nos são valiosos, se torna digna de menção e memória das gerações futuras.
            Nesta perspectiva, a herança mais preciosa que as comunidades cristãs conservam é a própria morte e ressurreição de Jesus, sua Páscoa, pois ela não é outra realidade senão o cumprimento mais significativo ao Amor do Pai.
            A ação do Espírito Santo na Igreja permite-lhe manter viva esta memória, de modo que a herança deixada pelo Senhor não se perca. Em épocas de calamidade ou grandes dificuldades, não é novidade que os cristãos se mobilizam para ajudar aqueles que padecem dificuldades. Quantos homens e mulheres se disponibilizaram, por exemplo, a ajudar na reconstrução do Haiti e o fizeram em nome da fé que professam! Esta, dentre outras ações, é uma maneira de manter guardada a herança que o Senhor nos legou.
            Em nossas comunidades, as pastorais, os movimentos e as demais forças eclesiais são impulsionados pelo Espírito para que mantenham viva a memória do Ressuscitado. Ao tornarmo-nos homens e mulheres pascais, permitimos que a herança deixada pelo Senhor não se perca.
            A Liturgia celebrada nesta semana traz consigo um sabor de despedida. As leituras proclamadas em nossas celebrações nos remetem ao Senhor que prepara os seus discípulos e discípulas para a sua volta ao Pai, no evento da Sua Ascensão. Saibamos inscrever em nosso coração a Palavra de Deus que se nos é proposta com o compromisso de sermos “Sal da terra e luz do mundo”!
            Rezamos especialmente, neste domingo pelos Trabalhadores, valorizando os que constroem com tanto suor e dificuldades incontáveis nosso País. Rezamos, também, pelos que estão sem trabalho. Que São José, Operário interceda por todos eles!
Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, meu abraço amigo,

Padre Gilberto Kasper
(Ler At 15,1-2.22-29; Sl 66(67); Ap 21,10-14.22-23 e Jo 14,23-29).

Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Maio de 2016, pp. 16-19 e Roteiros Homiléticos da CNBB para o Tempo Pascal (Maio de 2016), pp. 72-76.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - QUINTO DOMINGO DO TEMPO PASCAL

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

            A 54ª Assembleia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) testemunhou ainda mais a magnífica unidade e comunhão que norteia o Episcopado Brasileiro. É lindo ver como os nossos Pastores se querem bem, se amam e buscam apontar caminhos de novo ardor missionário para seus rebanhos, suas Igrejas particulares, cada uma com suas características, desafios e sonhos diferentes, porém, com igual entusiasmo da vivência de uma mesma fé. “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade. Sal da terra e luz do mundo” (cf. Mt 5,13-14),  foi o tema central daqueles dez dias, entre 6 e 15 de abril de Assembleia, Encontro de Irmãos, Sucessores dos Apóstolos, que buscam viver os conselhos do Evangelho de São João deste domingo: “Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13,34b-35).
            Oxalá tal testemunho seja seguido por todos nós, Ministros Ordenados junto à rica presença de tantos Leigos e Leigas, convidados a repensarmos, convertermo-nos e tornarmo-nos verdadeiramente uma verdadeira “Igreja em Saída”: acolhedora, descomplicada, presente na “periferia do mundo”, que é também, a proposta de nosso amado Papa Francisco!
            Sendo o tempo pascal como “se fosse um só dia de festa”, nos é dada a oportunidade de compreender e experimentar melhor o amor de Deus que Jesus revela por meio dos ritos litúrgicos e que devem alcançar a totalidade da vida de seus discípulos. Neste período, oportunamente, a Igreja é convidada a portar-se como Cristo Ressurreto, porque está imbuída do seu Espírito. Com razão, Tertuliano chamava atenção para o fato de que estes cinquenta dias que se estendem, desde a Vigília Pascal, chama-se “Pentecostes”, pois seu Espírito, que é amor, foi derramado no coração dos fiéis. E para estes, durante este tempo, não cabe nenhuma atitude ou gesto de tristeza.
            Deus nos reúne em nome de Cristo e nos encoraja a concretizar o sonho do novo céu e da nova terra. Este é o desejo de todos os que aspiram a um mundo sem injustiça, onde cada pessoa se sinta plenamente realizada. Fortaleçamos, nesta liturgia, os laços de amor que nos identificam como comunidade de discípulos (a exemplo de nossos Bispos) e discípulas de Jesus.
            Assim como fizeram as primeiras comunidades, vamos escutar a palavra de Deus e nos comprometer com sua proposta. Ela aponta para um novo mundo, sem tristeza nem dor, e conclama a todos para a vivência do amor.
            A comunidade se organiza para enfrentar as dificuldades e avalia a sua caminhada. Ao se despedir, Jesus deixa à comunidade o novo mandamento do amor. A comunidade fiel e perseverante procura concretizar a “nova Jerusalém”, dom de Deus.
            A verdade do amor que é o sacramento dos irmãos e irmãs, torna autêntico e frutuoso o sacramento eucarístico do pão e do vinho.
            A página do Livro do Apocalipse de São João nos apresenta um trecho em que se anuncia a superação de toda tristeza, porque há um novo céu e uma nova terra como “chão” e “tenda” sobre os quais repousará a humanidade descansada e feliz. Este desejo de felicidade, tranquilidade e paz habita o nosso mundo. Quantos e quantas não se esforçam por criar condições reais de segurança para que seus filhos e filhas possam brincar e ser felizes! Desde os mais pobres até os mais abastados, a busca por uma vida boa é uma constante na vida. Os meios para que se realize tal desiderio, no entanto, nem sempre são os mais condizentes com o Evangelho. Há os que se corrompem e afanam aquilo que não lhes pertence, e está designado para o sustento e promoção do povo, como o fizeram aqueles do famoso caso do mensalão ou aqueles políticos e empresários implicados com a Operação “Lava Jato”. Homens e mulheres desta categoria pertencem a um mundo que já não existe segundo a Páscoa do Senhor, pois por meio desta não há lugar para sofrimento e dor. O que existe é uma nova cidade que despontou com Deus e participa de seu beneplácito, porque promove a justiça e a fidelidade à aliança. Há quem faça objeções a esta verdade de fé, apontando os sinais de morte que se espalham ao redor. Mas, sabemos que esta verdade se cumpre à medida que o amor de Cristo habita os cristãos e dá contorno à sua existência. É preciso que este amor tenha a proporção do amor de Cristo, pois toda injustiça surge quando o amor tem nossa medida.
            Todo cristão é um “outro Cristo”, motivo pelo qual sempre deveria agir como o próprio Cristo age nas mais diferentes circunstâncias de nossas relações. Não podemos admitir que entre nós, existam pessoas passando fome, sendo exploradas e judiadas, especialmente por quem exerce algum serviço, seja eclesial, político ou social. Nosso amado Papa Francisco deseja uma Igreja pobre para os pobres! Saibamos seguir seu bom exemplo. Comecemos a revestir-nos de maior humildade, desprendimento, simplicidade e de profunda ternura: cristãos todos e todos os cristãos, nas diversas missões de serviço gratuito pela construção de um Reino de Deus alicerçado no amor, na verdade, na justiça, na liberdade e na PAZ!
Desejando-lhes copiosas bênçãos, com ternura, meu abraço fiel e amigo,

Padre Gilberto Kasper
(Ler At 14,21-27; Sl 144(145); Ap 21,1-5 e Jo 13,31-35).

Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Abril de 2016, pp. 75-77 e Roteiros Homiléticos  da CNBB para o Tempo Pascal (Abril de 2016), pp. 66-71.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

TERCEIRO DOMINGO DO TEMPO PASCAL

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé

O Terceiro Domingo do Tempo Pascal orienta-se à experiência da companhia do Ressuscitado que se manifesta em meio aos discípulos. O Tempo da Páscoa integra o Grande Dia Pascal, o Dia que o Senhor fez para nós. Neste período, a Igreja se deixa encontrar por seu Senhor e busca contemplá-lo e reconhecê-lo mediante os mesmos gestos que ele já realizava enquanto estava na sua companhia. A liturgia celebrada nos dá acesso a estes gestos de maneira que permaneçamos unidos a Jesus corporalmente, assumindo na história humana o posto de sacramento daquele que é Morto-Ressuscitado.
            Somos convidados a reunir-nos em torno do Ressuscitado, o Cordeiro imolado que vive para sempre. A ele queremos dar graças e glorificar, pois nos alimenta com a palavra proclamada e com o pão partilhado. Desafiados pela pergunta que nos faz – vocês me amam? -, abramos o coração, para a resposta de fé e de amor.
            A Palavra de Deus encoraja os seguidores de Jesus diante dos obstáculos à missão. Ela também nos convida a reconhecer, louvar e partilhar o mesmo Cristo, que se oferece em comunhão, e nos desafia a amá-lo.
            É mais importante obedecer a Deus que aos homens. Jesus ressuscitado aparece à comunidade envolvida nos compromissos cotidianos. Cabe à comunidade cristã adorar unicamente a Deus, rejeitando toda idolatria.
             A Liturgia da Palavra deixa entrever uma perspectiva ao colocar-nos diante do testemunho dos apóstolos e, em especial, daquela incumbência dada a Pedro – que envolve a Igreja toda – de cuidar do rebanho que se estende para além dela mesma e se identifica com a humanidade. Por amor, os pastores da Igreja, mas também todos os seus membros, são encarregados pelo Senhor no cuidado para com o mundo. Neste trabalho que os cristãos realizam se cumpre o mandato do amor e se dá a oportunidade para que a criação inteira proclame seu “amém” à vitória do Cordeiro.
            Na Palavra e na obra de homens e mulheres de nosso tempo – hoje lembrando-nos especialmente daqueles que assumem o pastoreio em nome de Cristo – ressoa a boa nova. Como não recordar de Dom Pedro Casaldáliga e a recente perseguição sofrida por conta de seu compromisso com os povos indígenas? Como não fazer memória de tantos bispos, padres, religiosas, leigos e leigas que, espalhados pelas diversas Igrejas Particulares, denunciam os recentes desmandos e corrupção do poder político? Nestas ações corriqueiras é que se manifesta a Páscoa de Cristo, vencendo a morte e fazendo brilhar a vida para sempre.
            Santo Atanásio afirmava: “Jesus ressuscitado converte a vida do ser humano em uma festa contínua”. E acrescenta: “a Páscoa rejuvenesce a vida dos fiéis”. De fato, somos “novas criaturas” que entoam o “canto novo” que consiste na “glória de seu nome”. A celebração litúrgica ao realizar a vida de Cristo, no coração da assembleia, lhe permite irradiar a glória do Senhor que não significa outra coisa que torná-lo manifesto ao mundo por meio da fidelidade ao seu mandato e à sua herança: o amor. Amar os irmãos, arriscar-se pela fraternidade universal, que toma forma nos pequenos gestos de carinho e solidariedade locais, revela o Nome de Deus em nós. Este nome é “Cristo”: Cristo em nós, fazendo-nos partícipes de sua ressurreição por causa de sua compaixão para com o gênero humano.
            Há alguns dias alguém me perguntou, se a Celebração Litúrgica na Igreja é lugar de avaliar o Governo Municipal? Na medida em que a Palavra de Deus nos interpela a falarmos sobre nossa missão de servidores, e não senhores ou donos dos munícipes de uma Metrópole como é a cidade de Ribeirão Preto, não só podemos, como é nosso dever colaborar na formação de consciência crítica, ética e de cidadania de nossas assembleias celebrativas. Foi exatamente esta a missão que o Ressuscitado confiou aos seus discípulos e hoje a cada um que se sente cristão comprometido com o Reino de Deus, que é um Reino de Justiça, de Conversão, de Misericórdia e de Amor ao próximo. Enquanto houver um só cidadão de nossa cidade carente dos cuidados evangélicos que o ser cristão exige, teremos a obrigação de levar nossas celebrações espirituais à vida hodierna, da porta da Igreja para fora. O Governo que é transparente, que não maquia recursos econômicos e projetos de qualquer natureza, não teme que alguém faça uma lúcida, consciente e crítica avaliação de sua atuação.
            Durante a Campanha Eleitoral o discurso é um: promissor! Na diplomação dos Eleitos, o discurso já “amarela” um pouco e depois da posse, o discurso já não é mais nem um e nem outro. A verdade não se deixa burlar, comprar, corromper e nem está à venda por conta de promessas não cumpridas. Só participa da ressurreição do Senhor quem for coerente sempre entre o que pensa, fala e faz! Portanto, é sim missão e serviço à fraternidade e à promoção da Dignidade Humana, da Igreja de Jesus Cristo Ressuscitado, começando por seus líderes e passando por cada um que se atribua a denominação de Cristão. O resto está fadado a ser diabólico, como diabólicas são as deslavadas Mentiras que ocupam nosso vocabulário politiqueiro, todos os dias! Sejamos honestos e transparentes diante de nós mesmos, de Deus e dos outros. Assim não precisaremos temer a ninguém e a nada que tente nos  desestruturar. O que é Deus não cai. A mentira nos trai!
            Desejando-lhes muitas bênçãos e que todos saibamos usufruir dos aromas que exalam do sepulcro vazio, devolvendo-nos a paz que o pecado nos rouba, com ternura e gratidão, meu abraço sempre amigo,

Padre Gilberto Kasper
Ler At 5,27-32.40-41; Sl 29(30); Ap 5,11-14 e Jo 21,1-19.

Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Abril de 2016, pp. 39-42 e Roteiros Homiléticos da CNBB para o Tempo Pascal (Abril de 2016), pp. 54-59.

JESUS MISERICORDIOSO E SANTA EDWIGES E O FAC!

Pe. Gilberto Kasper


Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente na Associação Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo Educacional da UNIESP, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.
O FAC – Fraterno Auxílio Cristão iniciou o ano de 2016 com aproximadamente R$ 34.000,00 de compromissos atrasados. Mais uma vítima da crise econômica, política e moral de nosso País não conseguiu, como desejava, cumprir com os encargos sociais, folha de pagamentos e boletos, embora tivesse a compreensão da maioria de seus colaboradores, funcionários remunerados. Maior ainda foi a sensibilidade do novo Conselho Diretor, assumindo o “Mandato Missionário” promulgado por nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva, destinado ao Colégio Diaconal. Entre os Membros do novo Conselho, assumiram o FAC sete Diáconos Permanentes já ordenados, quatro Candidatos ao Diaconado e a Tesoureira do Conselho Diretor anterior, a Sra. Mariza Tabor da Costa.
            Um dos Membros do Conselho Fiscal, o Sr. Valdenir Silva Pastorelli, levou a situação do FAC ao Pároco da Paróquia Jesus Misericordioso e Santa Edwiges, o Pe. Kleber Tostes Pedro, que imediatamente tomou a decisão de tornar a mesma Paróquia Sócia, com uma mensalidade de R$ 300,00. Não bastasse a alegre notícia da sensibilidade e do zelo do Pe. Kleber para com o FAC foi ainda mais adiante. Preocupado com a situação conseguiu que sua Comunidade Paroquial fizesse uma doação de R$ 34.000,00 para que fossem saldados os compromissos atrasados.
            Não encontramos palavras para expressar nossa gratidão. Temos certeza de que gestos como o do Pe. Kleber terão sua recompensa desde o “Rosto Misericordioso do Pai”! É bem verdade que o FAC não pode depender de gestos lindos como este, esporadicamente, mas deve ser assumido pela Arquidiocese de Ribeirão Preto, como Igreja Missionária, Discípula e “Pobre para com os pobres” de nossa cidade e todo o território arquidiocesano. O FAC nasceu do seio da Arquidiocese e tem como objetivo ser a referência da dimensão da Caridade. Sabemos que as Paróquias têm seus Projetos Sociais, mas é também verdade, que algumas Paróquias dependem da sobrevida do FAC para manter seus imóveis que foram adquiridos em nome deste.
            Dom Moacir Silva, em seu Mandato Missionário, pediu também que a partir do FAC seja reorganizada a Cáritas Arquidiocesana, que nos últimos anos ficou escondida nos porões do FAC. Assim, nem o FAC e muito menos a CÁRITAS podem depender “somente” de políticas públicas, como subvenções e verbas parlamentares. Essas ajudas serão sempre bem-vindas, mas nem elas e nem as promoções que desgastam nossas Entidades Filantrópicas, sempre mais à beira da extinção, devem ser a garantia da sobrevivência de uma Entidade que serve os Pobres, os “Preferidos do Reino” de nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto, situada entre uma das mais economicamente privilegiadas regiões do Brasil.

            Conclamamos por Sócios do FAC. Sócios que assumam com seriedade o compromisso de mantermos os Projetos contemplados com os mais “surrados” pela vida. Com o mínimo de R$ 20,00 e o máximo que cada um puder doar fielmente todos os meses, não teremos mais as tensões e preocupações de como arcar com os encargos inerentes a uma Entidade séria. O FAC abriu uma conta corrente no entardecer do ano de 2015, na Caixa Econômica Federal – Agência 1997 – Conta 2190-2 – Tipo 3 para o conforto dos novos sócios. Basta pedir os boletos na Sede do FAC, no Núcleo de Solidariedade Dom Hélder Câmara, Rua Barão do Amazonas, 881, no Centro de Ribeirão Preto ou ligar, pedindo que lhes sejam enviados os boletos: (16) 3237-0942. À Paróquia Jesus Misericordioso e Santa Edwiges, que deu o bom exemplo e a todos que o seguirem, tornando-se Sócios do FAC a mais profunda gratidão de todos que contemplam a face de Jesus no rosto sofrido dos menos favorecidos e surrados por nossa sociedade ainda tão consumista.

COLABORE COM O FAC SABOREANDO UMA DELICIOSA PIZZA

DIA 16 de Abril 2016


quarta-feira, 6 de abril de 2016

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - TERCEIRO DOMINGO DO TEMPO PASCAL

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé

O Terceiro Domingo do Tempo Pascal orienta-se à experiência da companhia do Ressuscitado que se manifesta em meio aos discípulos. O Tempo da Páscoa integra o Grande Dia Pascal, o Dia que o Senhor fez para nós. Neste período, a Igreja se deixa encontrar por seu Senhor e busca contemplá-lo e reconhecê-lo mediante os mesmos gestos que ele já realizava enquanto estava na sua companhia. A liturgia celebrada nos dá acesso a estes gestos de maneira que permaneçamos unidos a Jesus corporalmente, assumindo na história humana o posto de sacramento daquele que é Morto-Ressuscitado.
            Somos convidados a reunir-nos em torno do Ressuscitado, o Cordeiro imolado que vive para sempre. A ele queremos dar graças e glorificar, pois nos alimenta com a palavra proclamada e com o pão partilhado. Desafiados pela pergunta que nos faz – vocês me amam? -, abramos o coração, para a resposta de fé e de amor.
            A Palavra de Deus encoraja os seguidores de Jesus diante dos obstáculos à missão. Ela também nos convida a reconhecer, louvar e partilhar o mesmo Cristo, que se oferece em comunhão, e nos desafia a amá-lo.
            É mais importante obedecer a Deus que aos homens. Jesus ressuscitado aparece à comunidade envolvida nos compromissos cotidianos. Cabe à comunidade cristã adorar unicamente a Deus, rejeitando toda idolatria.
             A Liturgia da Palavra deixa entrever uma perspectiva ao colocar-nos diante do testemunho dos apóstolos e, em especial, daquela incumbência dada a Pedro – que envolve a Igreja toda – de cuidar do rebanho que se estende para além dela mesma e se identifica com a humanidade. Por amor, os pastores da Igreja, mas também todos os seus membros, são encarregados pelo Senhor no cuidado para com o mundo. Neste trabalho que os cristãos realizam se cumpre o mandato do amor e se dá a oportunidade para que a criação inteira proclame seu “amém” à vitória do Cordeiro.
            Na Palavra e na obra de homens e mulheres de nosso tempo – hoje lembrando-nos especialmente daqueles que assumem o pastoreio em nome de Cristo – ressoa a boa nova. Como não recordar de Dom Pedro Casaldáliga e a recente perseguição sofrida por conta de seu compromisso com os povos indígenas? Como não fazer memória de tantos bispos, padres, religiosas, leigos e leigas que, espalhados pelas diversas Igrejas Particulares, denunciam os recentes desmandos e corrupção do poder político? Nestas ações corriqueiras é que se manifesta a Páscoa de Cristo, vencendo a morte e fazendo brilhar a vida para sempre.
            Santo Atanásio afirmava: “Jesus ressuscitado converte a vida do ser humano em uma festa contínua”. E acrescenta: “a Páscoa rejuvenesce a vida dos fiéis”. De fato, somos “novas criaturas” que entoam o “canto novo” que consiste na “glória de seu nome”. A celebração litúrgica ao realizar a vida de Cristo, no coração da assembleia, lhe permite irradiar a glória do Senhor que não significa outra coisa que torná-lo manifesto ao mundo por meio da fidelidade ao seu mandato e à sua herança: o amor. Amar os irmãos, arriscar-se pela fraternidade universal, que toma forma nos pequenos gestos de carinho e solidariedade locais, revela o Nome de Deus em nós. Este nome é “Cristo”: Cristo em nós, fazendo-nos partícipes de sua ressurreição por causa de sua compaixão para com o gênero humano.
            Há alguns dias alguém me perguntou, se a Celebração Litúrgica na Igreja é lugar de avaliar o Governo Municipal? Na medida em que a Palavra de Deus nos interpela a falarmos sobre nossa missão de servidores, e não senhores ou donos dos munícipes de uma Metrópole como é a cidade de Ribeirão Preto, não só podemos, como é nosso dever colaborar na formação de consciência crítica, ética e de cidadania de nossas assembleias celebrativas. Foi exatamente esta a missão que o Ressuscitado confiou aos seus discípulos e hoje a cada um que se sente cristão comprometido com o Reino de Deus, que é um Reino de Justiça, de Conversão, de Misericórdia e de Amor ao próximo. Enquanto houver um só cidadão de nossa cidade carente dos cuidados evangélicos que o ser cristão exige, teremos a obrigação de levar nossas celebrações espirituais à vida hodierna, da porta da Igreja para fora. O Governo que é transparente, que não maquia recursos econômicos e projetos de qualquer natureza, não teme que alguém faça uma lúcida, consciente e crítica avaliação de sua atuação.
            Durante a Campanha Eleitoral o discurso é um: promissor! Na diplomação dos Eleitos, o discurso já “amarela” um pouco e depois da posse, o discurso já não é mais nem um e nem outro. A verdade não se deixa burlar, comprar, corromper e nem está à venda por conta de promessas não cumpridas. Só participa da ressurreição do Senhor quem for coerente sempre entre o que pensa, fala e faz! Portanto, é sim missão e serviço à fraternidade e à promoção da Dignidade Humana, da Igreja de Jesus Cristo Ressuscitado, começando por seus líderes e passando por cada um que se atribua a denominação de Cristão. O resto está fadado a ser diabólico, como diabólicas são as deslavadas Mentiras que ocupam nosso vocabulário politiqueiro, todos os dias! Sejamos honestos e transparentes diante de nós mesmos, de Deus e dos outros. Assim não precisaremos temer a ninguém e a nada que tente nos  desestruturar. O que é Deus não cai. A mentira nos trai!
            Desejando-lhes muitas bênçãos e que todos saibamos usufruir dos aromas que exalam do sepulcro vazio, devolvendo-nos a paz que o pecado nos rouba, com ternura e gratidão, meu abraço sempre amigo,

Padre Gilberto Kasper
Ler At 5,27-32.40-41; Sl 29(30); Ap 5,11-14 e Jo 21,1-19.

Fontes: Liturgia Diária da Paulus de Abril de 2016, pp. 39-42 e Roteiros Homiléticos da CNBB para o Tempo Pascal (Abril de 2016), pp. 54-59.

JESUS MISERICORDIOSO E SANTA EDWIGES E O FAC!

Pe. Gilberto Kasper


Mestre em Teologia Moral, Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente na Associação Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo Educacional da UNIESP, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.
O FAC – Fraterno Auxílio Cristão iniciou o ano de 2016 com aproximadamente R$ 34.000,00 de compromissos atrasados. Mais uma vítima da crise econômica, política e moral de nosso País não conseguiu, como desejava, cumprir com os encargos sociais, folha de pagamentos e boletos, embora tivesse a compreensão da maioria de seus colaboradores, funcionários remunerados. Maior ainda foi a sensibilidade do novo Conselho Diretor, assumindo o “Mandato Missionário” promulgado por nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva, destinado ao Colégio Diaconal. Entre os Membros do novo Conselho, assumiram o FAC sete Diáconos Permanentes já ordenados, quatro Candidatos ao Diaconado e a Tesoureira do Conselho Diretor anterior, a Sra. Mariza Tabor da Costa.
            Um dos Membros do Conselho Fiscal, o Sr. Valdenir Silva Pastorelli, levou a situação do FAC ao Pároco da Paróquia Jesus Misericordioso e Santa Edwiges, o Pe. Kleber Tostes Pedro, que imediatamente tomou a decisão de tornar a mesma Paróquia Sócia, com uma mensalidade de R$ 300,00. Não bastasse a alegre notícia da sensibilidade e do zelo do Pe. Kleber para com o FAC foi ainda mais adiante. Preocupado com a situação conseguiu que sua Comunidade Paroquial fizesse uma doação de R$ 34.000,00 para que fossem saldados os compromissos atrasados.
            Não encontramos palavras para expressar nossa gratidão. Temos certeza de que gestos como o do Pe. Kleber terão sua recompensa desde o “Rosto Misericordioso do Pai”! É bem verdade que o FAC não pode depender de gestos lindos como este, esporadicamente, mas deve ser assumido pela Arquidiocese de Ribeirão Preto, como Igreja Missionária, Discípula e “Pobre para com os pobres” de nossa cidade e todo o território arquidiocesano. O FAC nasceu do seio da Arquidiocese e tem como objetivo ser a referência da dimensão da Caridade. Sabemos que as Paróquias têm seus Projetos Sociais, mas é também verdade, que algumas Paróquias dependem da sobrevida do FAC para manter seus imóveis que foram adquiridos em nome deste.
            Dom Moacir Silva, em seu Mandato Missionário, pediu também que a partir do FAC seja reorganizada a Cáritas Arquidiocesana, que nos últimos anos ficou escondida nos porões do FAC. Assim, nem o FAC e muito menos a CÁRITAS podem depender “somente” de políticas públicas, como subvenções e verbas parlamentares. Essas ajudas serão sempre bem-vindas, mas nem elas e nem as promoções que desgastam nossas Entidades Filantrópicas, sempre mais à beira da extinção, devem ser a garantia da sobrevivência de uma Entidade que serve os Pobres, os “Preferidos do Reino” de nossa Arquidiocese de Ribeirão Preto, situada entre uma das mais economicamente privilegiadas regiões do Brasil.

            Conclamamos por Sócios do FAC. Sócios que assumam com seriedade o compromisso de mantermos os Projetos contemplados com os mais “surrados” pela vida. Com o mínimo de R$ 20,00 e o máximo que cada um puder doar fielmente todos os meses, não teremos mais as tensões e preocupações de como arcar com os encargos inerentes a uma Entidade séria. O FAC abriu uma conta corrente no entardecer do ano de 2015, na Caixa Econômica Federal – Agência 1997 – Conta 2190-2 – Tipo 3 para o conforto dos novos sócios. Basta pedir os boletos na Sede do FAC, no Núcleo de Solidariedade Dom Hélder Câmara, Rua Barão do Amazonas, 881, no Centro de Ribeirão Preto ou ligar, pedindo que lhes sejam enviados os boletos: (16) 3237-0942. À Paróquia Jesus Misericordioso e Santa Edwiges, que deu o bom exemplo e a todos que o seguirem, tornando-se Sócios do FAC a mais profunda gratidão de todos que contemplam a face de Jesus no rosto sofrido dos menos favorecidos e surrados por nossa sociedade ainda tão consumista.