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quinta-feira, 26 de junho de 2014

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO, APÓSTOLOS

Dia do Papa

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

O Décimo Terceiro Domingo do Tempo Comum cede lugar à Solenidade de São Pedro e São Paulo, Apóstolos – as duas grandes Colunas da Igreja de Jesus Cristo: “Pedro, o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel. Paulo, mestre e doutor das nações, anunciou-lhes o evangelho da salvação” (Prefácio próprio da Festa).

            “Celebramos a Páscoa do Cordeiro na vida e na ação evangelizadora de Pedro e Paulo. Apóstolos, fundadores da Igreja, amigos e testemunhas de Jesus. Agradecemos sua fé e empenho missionário. E celebramos o Senhor que os escolheu e os enviou para serem seus principais parceiros no grande mutirão em favor da vida, assumindo na Páscoa e dinamizado pelo dom do Espírito Santo.

            Esta é uma celebração antiquíssima. Existia antes da festa do Natal. Ela ajuda a nos achegarmos à fonte da vida cristã, ou seja, à Palavra de Deus e à Eucaristia que eles viveram intensamente e que nós estamos para celebrar no espírito de Comunidade de Comunidades: Uma Nova Paróquia! A Conversão Pastoral da Paróquia (Documentos da CNBB 100).

            Diferentes no temperamento e na formação religiosa, exercendo atividades diversas e em campos distintos, chegaram várias vezes, a desentender-se. Mas o amor a Cristo, a paixão pelo seu projeto, a força da fidelidade e a coragem do testemunho os uniram na vida e no martírio, acontecido em Roma sob o imperador Nero (54-68 D.C). Pedro foi crucificado e Paulo, decapitado.

            Ao celebrar a Páscoa dos dois grandes apóstolos, a Igreja lembra que em todas as comunidades estão presentes os fundamentos da missão evangelizadora: a vida eclesial, com sua dinâmica de comunhão e participação, e sua ação transformadora no mundo.

          No testemunho de Pedro e Paulo, temos duas dimensões diferentes e complementares da missão, como seguidores de Jesus. Apesar de divergirem em pontos de vista e na visão do mundo, o amor de Cristo e a força do testemunho os uniram na vida e no martírio. Neles, quer na vida, quer no martírio, prolongam-se a vida, paixão, morte e ressurreição de Cristo. Conheceram e experimentaram Jesus de formas diferentes, mas é único e idêntico o testemunho que, corajosos, deram dele.
         
            Por isso, são figuras típicas da vida cristã, com suas fraquezas e forças. As contínuas prisões de Pedro fazem-no prolongar a paixão de Jesus. Não só aceita um Messias que dá a vida, mas morre por Ele e com Ele. Convertido, Paulo se torna propagador do Evangelho de Cristo, sofrendo como Ele sofreu, encarando a morte como Jesus a encarou.

            A comunidade, alicerçada no testemunho de Pedro e Paulo, nasce do reconhecimento de quem é Jesus. Esse reconhecimento não é fruto de especulação ou de teorias, e sim de vivência do seu projeto que passa pela rejeição, crucifixão, morte e ressurreição.

            Quando o testemunho cristão é pleno, o próprio Jesus age na comunidade, permitindo-lhe ‘ligar e desligar’. O poder que Jesus tem, as chaves do Reino, é entregue a nós, seus seguidores. A comunidade não é dona, apenas administra esse poder pelo testemunho e pelo serviço em favor da vida. Organiza-se como continuadora do projeto de Deus, a partir da prática do mestre, promove a vida e rejeita tudo o que provoca a morte.

            Jesus de Nazaré é para nós o mártir supremo, a testemunha fiel... Os mártires da caminhada resistiram ao poder da morte e ao aparato repressor: ‘A memória subversiva de tantos mártires será o alimento forte da nossa espiritualidade, da vitalidade de nossas comunidades, da dinâmica do movimento popular’.

            ‘Vidas pela vida, vidas pelo Reino! Todas as nossas vidas, como as suas vidas, como a vida dele, o mártir Jesus!’.

            Animados pelo testemunho de Pedro e Paulo, vamos ao encontro do Senhor que dá razão e sentido à nossa vida. Acolhendo sua Palavra, renovamos nossa adesão a Cristo e ao seu projeto.

            Professamos com alegria nossa fé na Igreja una, santa, católica, apostólica, aberta à comunhão universal e visceralmente missionária e proclamada da vida digna para todos.

            Participando a Eucaristia, somos identificados com Cristo e confirmados no seu caminho, para sermos disponíveis aos nossos irmãos e irmãs, até a morte, como marcas da identidade cristã.

            Hoje rezamos especialmente pelo Papa Francisco, Bispo de Roma, cidade onde se deu o martírio de Pedro e Paulo. A missão do Papa é zelar para que a Igreja permaneça unida, fiel a Jesus Cristo e ao seu projeto, realize com humildade e coragem o anúncio do Evangelho, cada vez mais inculturado, profético e aberto a todos.

            Supliquemos para que o Papa e todos os pastores sejam pétrus nas mãos do Senhor, fiéis ao Evangelho na condução da Igreja como servidora da vida, como sinal e instrumento da comunhão entre os povos” (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB n. 22, pp. 51-57).

            Com facilidade emitimos opiniões errôneas, quando não medíocres em relação à autoridade e ao serviço do Santo Padre, o Papa! Talvez a celebração de hoje seja uma oportunidade de remissão, conversão e renovação de nossa fidelidade ao sucessor de Pedro, o Papa Francisco. Frequentemente me pergunto: quem sou eu para emitir qualquer crítica, desrespeitar ou até mesmo questionar a autoridade = serviço do Papa? Homem que se despe totalmente de si mesmo. Deixa para trás até o próprio nome e toda sua liberdade, para estar totalmente a serviço da Igreja de Jesus Cristo que lhe é confiada ao coração, colocada nos ombros, como a ovelha debruçada sobre o Bom Pastor. Só o fato do sim do Papa já basta para que mereça o carinho, a ternura, a fidelidade de todo cristão, que debruça sua fé sobre o evento da “confirmação de Pedro”, continuado em nossos dias na pessoa totalmente a serviço do Reino de Deus, o amado Santo Padre o Papa Francisco. Somos, também, convidados a rezar por nosso Papa Emérito Bento XVI, que se retirou e a exemplo de João Batista, deu lugar a alguém com maior vigor, mais saúde e menos idade, a fim de conduzir não a própria, mas a Igreja amada de Jesus Cristo, da qual todos somos filhos queridos. E seu Sucessor, o Papa Francisco, é eleito como o PAPA DA TERNURA!

            Nesta solenidade, a Igreja do mundo inteiro, realiza a Coleta do Óbolo de São Pedro. Com esta coleta o Papa socorre a humanidade em suas necessidades, especialmente em situações emergenciais, em nome dos Católicos do mundo. O resultado das Coletas realizadas em todas as Celebrações deste domingo deverá ser remetido à Cúria, que dará seu verdadeiro destino, fazendo-o chegar aos cuidados do Vaticano. Por vezes há resistência à Coleta do Óbolo de São Pedro por pura ignorância. Nem sempre as pessoas conhecem o bem que fazem, sendo generosas. Todos que se sentem dignos de serem cristãos, são conclamados a partilharem de sua pobreza em favor de quem tem menos. Pois é em nome da Igreja Católica Apostólica Romana, que o Santo Padre socorre nossos irmãos que são vitimadas pela fome, pela miséria, por catástrofes, como terremotos, enchentes e tantas outras ocasiões. Sejamos sensíveis e coerentes entre o que celebramos, pregamos e doamos.

Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço sempre amigo e fiel.
Padre Gilberto Kasper

(Ler At 12,1-11; Sl 33(34); 2Tm 4,6-8,17-18 e Mt 16,13-19)

A SUA TEOLOGIA JÁ PODE SER CONVALIDADA

Pe. Gilberto Kasper


Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente na Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo da UNIESP, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Presidente do Fraterno Auxílio Cristão e Jornalista.

O Grupo Educacional UNIESP é a União das Instituições Educacionais do Estado de São Paulo, situada na Rua Saldanha Marinho, 915 em Ribeirão Preto, que investe na formação dos futuros professores e profissionais do Brasil. Uno-me à ação de graças pelo reconhecimento da Teologia a todos, que de alguma maneira contribuíram: ao Pastor Paulo Renato Marques Rós, ao Corpo Docente, ao Corpo Discente, bem como à Direção e Presidência da UNIESP!

Convidado a lecionar Filosofia e Sociologia nos Cursos de Licenciatura em Pedagogia, Letras e Matemática na atual Associação Faculdade de Ribeirão Preto, e em 2012 coordenar o Curso de Bacharel em Teologia pela Diretora da Associação Faculdade de Ribeirão Preto, a Profª Valéria Castrequini da Fonseca, tentei somar a uma das Prioridades do Plano de Pastoral da Arquidiocese de Ribeirão Preto, já que o Curso de Teologia autorizado pelo MEC, com aulas presenciais, diurnas e noturnas, contempla nossos Agentes de Pastoral e Líderes das Comunidades. Também poderíamos pensar numa eficaz Pastoral Universitária, bem como somar ao Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso, uma vez que temos alunos de diversas Confissões e Expressões Religiosas.

A Associação Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo da UNIESP tendo seu Curso de Bacharel em Teologia reconhecido pelo MEC em maio deste ano, dispõe, a quem desejar a Convalidação. Os critérios implicam em primeiro lugar o vínculo com a Instituição, a apresentação do Certificado e do Histórico de Disciplinas cursadas, o agendamento do Processo de Seleção no Projeto Social “in loco” ou pelo telefone (16) 3977-8000. Para obter o Certificado reconhecido pelo MEC, é necessário que os interessados freqüentem doze disciplinas durante dois semestres. As aulas são presenciais com provas bimestrais e apresentação de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Para essa Convalidação a UNIESP não dispõe de Bolsas de Estudo, mas oferece descontos nas mensalidades. Há apenas 80 vagas para início previsto em agosto de 2014, no período da Tarde. A partir de Julho próximo o MEC publicará portaria proibindo novas convalidações.

Esta é a oportunidade para quem desejar e puder convalidar seu Curso de Bacharel em Teologia, reconhecido pelo MEC. Aproveitemos essa chance única tão próxima de nós.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - DÉCIMO-SEGUNDO DO TEMPO COMUM

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

“O que vos digo na escuridão, dizei-o à luz do dia;
O que escutais ao pé do ouvido,
Proclamai-o sobre os telhados!”(Mt 10,27).

            “O Décimo-Segundo Domingo do Tempo Comum pode ser considerado como o ‘primeiro’ da ‘segunda parte’ deste tempo litúrgico. Os Domingos do Tempo Comum são nossa páscoa semanal. São os dias da nossa ressurreição, princípio e fim da nossa semana. O centro deste magnífico dia é a Eucaristia, Ceia do Senhor, ‘onde toda a comunidade dos fiéis se encontra com o Senhor ressuscitado, que os convida ao seu banquete. O domingo é o dia por excelência da assembléia litúrgica em que os fiéis se reúnem ‘para, ouvindo a Palavra de Deus e participando da Eucaristia, lembrarem-se da paixão e ressurreição do Senhor Jesus, e darem graças a Deus que os regenerou para a viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos’.
            Costumo lembrar-me do evento que um de nossos Padres da Arquidiocese de Ribeirão Preto conta, enquanto chegava, na Amazônia, a uma Comunidade Ribeirinha, depois de quinze horas de viagem de barco. Encontrou uma faixa no barranco com a seguinte frase: “Padre, seja bem-vindo. Faz cinco anos que não vemos um!”. O Padre em missão foi acolhido com uma sede da Eucaristia, que ninguém é capaz de descrever. Enquanto em lugares como esse, as pessoas só tem um padre para celebrar-lhes a Eucaristia, contamos na cidade de Ribeirão Preto, num único final de semana mais de duzentas Missas Dominicais. Ainda assim, quantos de nós, encontramos desculpas daqui e dali para faltarmos tanto nas celebrações de nossas Comunidades de Fé, Oração e Amor? Qualquer motivo nos tenta a faltar do que São Paulo chama de Corpo Místico, mutilando, portanto, nossas Comunidades Eclesiais. Cada membro que falta, mutila o Corpo da Igreja, do qual somos os membros, enquanto Cristo é a Cabeça e o Espírito Santo a alma! Torna-se desafiador afirmar que não existe Igreja sem Eucaristia. Onde temos tantas Eucaristias celebradas, porém mal aproveitadas, seríamos mais Igreja do que aquelas Comunidades que se alimentam durante cinco anos apenas da Palavra, da fidelidade a Deus nas relações verdadeiras entre os irmãos? Cada um tire suas próprias conclusões!
            Dos homens não devemos ter nem temor nem medo; ensina-nos o Evangelho deste domingo, de Deus, porém devemos ter temor, mas não medo. O sentido do temor a Deus é completamente diferente daquele do medo. ‘Temer a Deus é o princípio do saber’ (Sl 111,10), isto é, tem sua fonte exatamente no saber quem é o Senhor. Se o medo nasce da obscuridade do desconhecido, o temor de Deus nasce do conhecimento de Deus.
            Como sempre o Evangelho nos ajuda a olharmos para os nossos dias com olhar transfigurado e lança luzes sobre o nosso cotidiano. O nosso tempo é um tempo de angústia e a ansiedade e o medo têm se tornado as doenças por excelência e principais causas de infartos e suicídios. Como se pode explicar essa situação se na atual conjuntura temos tantos recursos, em relação ao passado, que nos garantem segurança econômica, planos de saúde, meios para enfrentar doenças e formas para retardar o envelhecimento e a morte? Não será que na nossa sociedade diminuiu o temor de Deus e quanto mais se diminui o temor de Deus se cresce o medo dos homens? Os adolescentes e jovens que perderam o temor dos pais, que por sua vez perderam o temor de Deus, são mais livres e seguros de si?” (cf. Roteiros Homiléticos do Tempo Comum I de Junho/Agosto de 2014 da CNBB, pp. 31-38).
            Enfim, a mensagem de Jesus, a Boa Nova do Evangelho, é maior e mais forte que a fortaleza dos homens, que muitas vezes se consomem em destruir relações, difamar, deixar a inveja derrubarem os irmãos mais fragilizados. Tampouco a mensagem de Jesus é destinada apenas a um pequeno grupo, aqueles que buscam ocupar cargos, funções e correm atrás de privilégios à custa da instituição, seja ela eclesial, política ou social, nem a um grupo de elite, de privilegiados, mas sim uma boa nova que precisa ser dita “à luz do dia” e proclamada “sobre os telhados”.
            O cristão não deve ter medo de anunciar com a própria vida os valores que lhe são essenciais e que o caracterizam como verdadeiro filho que se sente amado por Deus, a saber: o amor gratuito, a verdade, a justiça, a liberdade, a cidadania e a paz!
            Desejando-lhe muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço fiel,

Pe. Gilberto Kasper

(Ler Jr 20,10-13; Sl 68(69); Rm 5,12-15 e Mt 10,26-33).

A FESTA DE CORPUS CHRISTI NO ANIVERSÁRIO DA CIDADE!

Pe. Gilberto Kasper

Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente na Associação Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo da UNIESP, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.


A Festa de Corpus Christi é a celebração em que solenemente a Igreja comemora a instituição do Santíssimo Sacramento da Eucaristia; sendo o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão às nossas ruas; em
que os fiéis agradecem e louvam a Deus pelo inestimável dom de Eucaristia, na qual o próprio Senhor se faz presente como alimento e remédio de nossa vida.

 Neste ano coincide com o 158º Aniversário de Fundação e o 143º de Emancipação Político-administrativa de nossa amada Cidade de Ribeirão Preto, igualmente, motivo de ação de graças por tudo de bom que somos e temos, bem como refletir sobre o exercício da cidadania de nosso povo e o que lhe impede a promoção de sua verdadeira dignidade humana.
           
O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia São Tomás de Aquino, informado do milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Alguns dizem que isto ocorreu porque o Padre Pedro de Praga, da Boêmia, Itália, teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia, então, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, teria então pronunciado diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”.
Em 11 de agosto de 1264 o Papa emitiu a bula "Transiturus de mundo", onde prescreveu que na quinta-feira após a oitava de Pentecostes, fosse oficialmente celebrada a festa em honra do Corpo do Senhor.

Em 1290 foi construída a belíssima Catedral de Orvieto, em pedras pretas e
brancas, chamada de "Lírio das Catedrais". Antes disso, em 1247, realizou-se a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège, como festa diocesana, tornando-se depois uma festa litúrgica celebrada em toda a Bélgica, e mais tarde,  em todo o mundo no séc. XIV, quando o Papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV, tornando a Festa da Eucaristia um dever canônico mundial.
           
Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas. A partir da oficialização, a Festa de Corpus Christi passou a ser celebrada todos os anos na primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade. A celebração normalmente tem início com a missa, seguida pela procissão pelas ruas da cidade, que se encerra com a bênção do Santíssimo.

É uma ocasião ímpar de testemunhar nossa fé, de que a Eucaristia é a alma da Igreja. Não existe Igreja sem Eucaristia. É, também, oportunidade de invocar bênçãos sobre as famílias, os enfermos, os surrados pela vida de nossa rica cidade. Que a Festa de Corpus Christi deste ano tenha um sabor de menos violência, menos mentiras maquiadas de verdades, menos corrupção, menos inveja, menos competição na busca de poder e prestígio. Que a Festa de Corpus Christi impulsione todos os cristãos e cidadãos da aniversariante cidade de Ribeirão Preto a prepararem-se bem, com lúcida e transparente consciência política, no ano em que elegeremos a maior parte dos que deverão servir a Jesus Eucarístico no semblante de cada filho desta nação tão linda e tão injusta, ao mesmo tempo! Nenhuma manifestação será mais eficaz do que o exercício do nosso voto consciente em pessoas realmente boas, honestas e retas diante de Deus e diante daqueles que lhes confiarem seu voto. Votemos limpo, só limpo! 

quarta-feira, 18 de junho de 2014

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - FESTA DE CORPUS CHRISTI

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“O Senhor alimentou seu povo com a flor do trigo
E com o mel do rochedo o saciou” (Sl 80,17).

            A Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo “recorda o mistério da encarnação de Jesus, que veio ser nosso companheiro e alimento em nossa caminhada de peregrinos. Ele mesmo nos diz: ‘Quem come minha carne e bebe meu sangue possui a vida eterna’.
            O alimento é necessário para a vida da pessoa, o pão eucarístico é fundamental para a vida do cristão. O pão alimenta e une as pessoas. Cristo, o verdadeiro alimento descido do céu, fortalece-nos na busca da eternidade.
            A dureza do deserto mostra que o ser humano não é auto-suficiente. Comer a carne e beber o sangue de Cristo é assimilá-lo e assumir seu projeto. Na Eucaristia participamos da vida (corpo) e da morte (sangue) de Cristo. A Eucaristia é o banquete sagrado no qual a assembléia participa dos bens do sacrifício pascal e renova a aliança feita por Deus com toda a humanidade, uma vez para sempre, no sangue de Cristo” (cf. Liturgia Diária de Junho de 2014 da Paulus, pp. 73-76).
            Comer a carne de Cristo feito pão e beber o sangue feito vinho, significa assimilar em nossos corpos essa Palavra viva que Ele é. Não é só uma questão piedosa de ‘receber Jesus no coração’. Trata-se de, na ação de comer e beber, assimilar em nós a fala maior, a saber, o nutriente maior que é a doação total do Senhor Jesus, para sermos também nós uma entrega a serviço dos irmãos. Comer deste Pão quer dizer aceitar identificar-se com esse Cristo, tornar-se como Ele, e com Ele formar um só corpo. Comungar o corpo de Cristo quer dizer aceitar, identificar-se com esta Palavra viva do Pai que é Ele mesmo, Jesus Cristo. Caso contrário, não temos vida, tudo desmorona, a sociedade vira um caos.
            Assimilar o Corpo-Palavra de Cristo e identificar-se com Ele significa, ao mesmo tempo, comungar o corpo de Cristo eclesial, comprometer-se com ele. Não dá para separá-los. ‘Não se comunga o corpo de Cristo sem comungar o corpo do irmão, sobretudo o fraco, pelo qual Cristo morreu’. Caso contrário, fazemos da Eucaristia uma idolatria e nos tornamos cúmplices da morte. É bom pensar nisso!
            Fortalecidos pela comunhão com o Corpo de Cristo e, consequentemente, com todos os membros deste Corpo, partimos para a missão em favor de uma sociedade sempre mais fraterna e solidária: em favor da vida!
            Celebrar a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, pretende amadurecer nossa consciência, de que devemos amar apaixonadamente a Eucaristia sempre, porém, tornando-nos o sacrário, tarbernáculo, hostensório, custódia do Cristo Eucarístico, que sacia a fome e a sede de amor, ternura, justiça, liberdade, verdade e paz da humanidade toda. As pessoas, olhando para nós, devem enxergar o próprio Cristo contemplado em nossas atitudes. Isso nem sempre é fácil. Muitas vezes adoramos Jesus na Hóstia Consagrada e o ignoramos no outro. Nossa insensibilidade para com os irmãos contradiz qualquer homenagem que fazemos diante do Sacrário.
            É bom expressar nossa alegria em reconhecer, a partir de nossa fé, a presença eucarística na Hóstia Consagrada desfilando entre nós. Desde que essa festa produza atitudes concretas de amor maior entre nós. Havia um homem muito simples, que diariamente entrava na Igreja, por volta do meio-dia. Sentava-se no último banco e ali permanecia quieto, sem nada dizer, rezar, falar, permanecia em silêncio. As senhoras piedosas que zelavam pela Igreja Matriz, pediram ao Padre que averiguasse as intenções daquele homem. Poderia ser um ladrão, alguém que estaria estudando um modo de roubar alguma imagem da Igreja ou assaltar o cofre. Ao ser perguntado pelo Padre o que fazia, diariamente, sentado no último banco da Igreja sem nada dizer, o homem, apontando para o Sacrário respondeu: “Senhor Padre! Venho aqui no horário do meu almoço. Trabalho aqui perto. Não tenho como almoçar em casa. Então venho aqui e fico olhando para Ele e Ele olha para mim!” O Padre perguntou de quem falava? O homem respondeu: “Padre, eu olho para Jesus e Jesus lá do sacrário olha para mim...” O Padre, um tanto constrangido, acalmou as senhoras e passou a imitar o pobre homem, dedicando mais tempo de silêncio diante do Sacrário, todos os dias!
            A filha do sacristão de determinada Igreja, foi surpreendida pelo pai, beijando a hóstia grande já preparada na patena, para a Missa. O pai lhe disse: “Sua bobinha. Por que beija esta hóstia aí, que ainda nem foi consagrada? Jesus nem aí está!” A menina respondeu imediatamente: “Papai, bobinho é você. Eu sei que Jesus ainda não está nesta hóstia grande. Mas quando o Padre a erguer e Ele chegar nela, encontrará meu beijo, está bem?”
            Que a Eucaristia cure, como um antibiótico, as infecções de nossos pecados e, como vacina, nos impermeabilize das tentações. Seja eficaz em nossas relações mais humanas e dignas entre nós.
           
            Pe. Gilberto Kasper

(Ler Dt 8,2-3; Sl 147(147B); 1 Cor 10,16-17 e Jo 6,51-58).

Mensagem do Papa Francisco por ocasião da abertura da Copa do Mundo

“Queridos amigos,

É com grande alegria que me dirijo a vocês todos, amantes do futebol, por ocasião da abertura da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Quero enviar uma saudação calorosa aos organizadores e participantes; a cada atleta e torcedor, bem como a todos os espectadores que, no estádio ou pela televisão, rádio e internet, acompanham este evento que supera as fronteiras de língua, cultura e nação.

A minha esperança é que, além de festa do esporte, esta Copa do Mundo possa tornar-se a festa da solidariedade entre os povos. Isso supõe, porém, que as competições futebolísticas sejam consideradas por aquilo que no fundo são: um jogo e, ao mesmo tempo, uma ocasião de diálogo, de compreensão, de enriquecimento humano recíproco. O esporte não é somente uma forma de entretenimento, mas também – e, eu diria, sobretudo, – um instrumento para comunicar valores que promovem o bem da pessoa humana e ajudam na construção de uma sociedade mais pacífica e fraterna. Pensemos na lealdade, na perseverança, na amizade, na partilha, na solidariedade. De fato, são muitos os valores e atitudes fomentados pelo futebol que se revelam importantes não só no campo, mas em todos os aspectos da existência, concretamente na construção da paz. O esporte é escola da paz, ensina-nos a construir a paz.

Nesse sentido, queria sublinhar três lições da prática esportiva, três atitudes essenciais para a causa da paz: a necessidade de “treinar”, o “fair play” e a honra entre os competidores. Em primeiro lugar, o esporte nos ensina que, para vencer, é preciso treinar. Podemos ver, nesta prática esportiva, uma metáfora da nossa vida. Na vida, é preciso lutar, “treinar”, esforçar-se para obter resultados importantes. O espírito esportivo torna-se, assim, uma imagem dos sacrifícios necessários para crescer nas virtudes que constroem o caráter de uma pessoa. Se, para uma pessoa melhorar, é preciso um “treino” grande e continuado, quanto mais esforço deverá ser investido para alcançar o encontro e a paz entre os indivíduos e entre os povos “melhorados”! É preciso “treinar” tanto…

O futebol pode e deve ser uma escola para a construção de uma “cultura do encontro”, que permita a paz e a harmonia entre os povos. E aqui vem em nossa ajuda uma segunda lição da prática esportiva: aprendamos o que o “fair play” do futebol tem a nos ensinar. Para jogar em equipe é necessário pensar, em primeiro lugar, no bem do grupo, não em si mesmo. Para vencer, é preciso superar o individualismo, o egoísmo, todas as formas de racismo, de intolerância e de instrumentalização da pessoa humana. Não é só no futebol que ser “fominha” constitui um obstáculo para o bom resultado do time; pois, quando somos “fominhas” na vida, ignorando as pessoas que nos rodeiam, toda a sociedade fica prejudicada.

A última lição do esporte proveitosa para a paz é a honra devida entre os competidores. O segredo da vitória, no campo, mas também na vida, está em saber respeitar o companheiro do meu time, mas também o meu adversário. Ninguém vence sozinho, nem no campo, nem na vida! Que ninguém se isole e se sinta excluído! Atenção! Não à segregação, não ao racismo! E, se é verdade que, ao término deste Mundial, somente uma seleção nacional poderá levantar a taça como vencedora, aprendendo as lições que o esporte nos ensina, todos vão sair vencedores, fortalecendo os laços que nos unem.


Queridos amigos, agradeço a oportunidade que me foi dada de lhes dirigir estas palavras neste momento – de modo particular à Excelentíssima Presidenta do Brasil, Senhora Dilma Rousseff, a quem saúdo – e prometo minhas orações para que não faltem as bênçãos celestiais sobre todos. Possa esta Copa do Mundo transcorrer com toda a serenidade e tranquilidade, sempre no respeito mútuo, na solidariedade e na fraternidade entre homens e mulheres que se reconhecem membros de uma única família. Muito obrigado!” 

quinta-feira, 12 de junho de 2014

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito divino,
ao Deus que é, que era e que vem,
pelos séculos. Amém (Ap 1,8).”

Celebramos, no Décimo Primeiro Domingo do Tempo Comum, a SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE! “Bendito seja Deus Pai, bendito o Filho unigênito e bendito o Espírito Santo. Sintamo-nos todos amados e acolhidos pela Trindade santa, com a qual queremos estabelecer firme comunhão de vida.
            Moisés sobe à montanha a fim de se encontrar com Deus e lhe pede clemência para si e para o povo. Deus demonstra o amor que tem pela humanidade, enviando seu Filho, Jesus Cristo.
            Deus se revela a Moisés como o Deus da misericórdia e da fidelidade. Deus é amor que salva e comunica vida plena. Temos o retrato da comunidade que procura viver os valores da Santíssima Trindade. Na eucaristia damos graças ao Pai, por Cristo, no Espírito, não só pelas maravilhas da criação, mas principalmente pelo plano divino de salvação que continuamente nos reúne e age em nossa vida (Cf Liturgia Diária de Junho de 2014 da Paulus, pp. 62-64).
            Gosto de comparar a Santíssima Trindade ao Amor gratuito com sabor divino! Deus é o AMANTE que ama Jesus Cristo, o AMADO com o AMOR, que é o Espírito Santo. E nós, somos amados por sermos cristãos, com o mesmo amor com que Deus, o amante, ama seu amado!
            Na Solenidade da Santíssima Trindade, buscando vivenciar ainda mais a beleza de Deus, celebramos sua própria intimidade de amor e vida a desabrochar dentro da história da humanidade.
            Quem é Deus? De que jeito Deus é? Como podemos deduzir da Palavra que ouvimos (neste domingo), Deus é eminentemente relação. Usando uma linguagem de hoje, podemos dizer que Deus nunca age sozinho; ele só trabalha em equipe. Ele mesmo é (digamos assim!) uma equipe básica perfeita, formada por três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Trata-se de uma equipe tão coesa, tão unida que, mais do que equipe, ela é uma verdadeira comunidade, a mais perfeita comunidade de vida e ação que se possa imaginar. A perfeição de seu amor unitivo é tão intensa que extravasa para dentro da história da humanidade por ele criada.
            De fato, Deus é assim. Ele mesmo faz questão de agir em parceria com os seres humanos por ele criados, a favor da qualidade de vida destes mesmos humanos. Moisés teve o imenso prazer de entender o sentido deste Deus que se faz presença amorosa: ‘O Senhor desceu na nuvem e permaneceu com Moisés’.
            Séculos mais tarde, o pedido de Moisés foi plenamente realizado, na pessoa do próprio Filho unigênito que nos foi dado: ‘E a Palavra se fez (pessoa) carne e habitou entre nós’.
“Ó Deus, nosso Pai, enviando ao mundo a Palavra da verdade e o Espírito santificador, revelastes o vosso inefável mistério. Fazei que, professando a verdadeira fé, reconheçamos a glória da Trindade e adoremos a Unidade onipotente”.
            Que nada nos impeça, pois, de viver, em nossa vida pessoal, comunitária e social, aquilo que Deus é em sua essência.
            Nesse mundo dilacerado por discórdias, nossa comunhão no mistério da Santíssima Trindade, expresso por nossa participação na Eucaristia, nos faça, cada vez mais, missionários de unidade e de fraternidade entre os seres humanos.
            A Solenidade da Santíssima Trindade anime nossas Comunidades de Fé, Oração e Amor, bem como nosso Clero, nossos Servidores Públicos e todos os cidadãos de boa vontade, a fazermos a experiência da comunhão, participação, da humildade, do serviço desinteressado e gratuito entre todos com quem vivemos, convivemos e trabalhamos.
            Na próxima quinta-feira, dia 19 de Junho, celebraremos a Solenidade de Corpus Christi, participando da Concelebração e da Procissão Eucarística na Catedral Metropolitana de São Sebastião! É a Festa da Eucaristia, único dia do ano em que o Santíssimo Corpo do Senhor sai em procissão, testemunhando que a Eucaristia é comunhão com o Senhor e com cada membro do seu corpo eclesial! Em nossa reitoria a Missa será às 9 horas!
Em nossas Celebrações na Igreja Santo Antoninho, estaremos rezando, especialmente por nossa querida cidade de Ribeirão Preto, que comemora neste dia 19 de Junho seu 158º aniversário de Fundação e seu 143º aniversário de Emancipação político-administrativa.  Pedimos que a Santíssima Trindade olhe por todos os ribeirãopretanos: cidade acolhedora, linda e cheia de vida, porém, violenta, sobretudo no trânsito, no tráfico de drogas, suja e descuidada tanto por nós, seus moradores como pelos que a administram.  Com a Saúde Pública em “desserviço” sem medidas e a Assistência Social maquiando números de acolhida, tentando a todo custo afirmar que o Município tem condições de zelar pelos Moradores de Rua e Dependentes Químicos, seja na Abordagem, seja no Resgate da Dignidade desses, enquanto constatamos que nossa Cidade está cada vez mais inchada , tendo como “cartão postal” pessoas abandonadas às marquises, calçadas, praças e becos, dos quais fazem sua moradia. A desculpa é sempre a “falta de verbas”, embora existam verbas para projetos megalomaníacos que não contemplam os excluídos da sociedade. Quanta verba vinda de Brasília, aplicada em concreto, deixando os humanos à deriva! Não adianta elencarmos “culpados” por uma cidade carente de maiores cuidados, antes, precisamos todos fazer nossa parte! Fica nossa súplica de que nossos Governantes nos permitam e nos proporcionem condições de ajudar a resgatar vidas surradas e machucadas. Não julguemos, mas ajudemos cada um a seu modo, sendo, entretanto TODOS ANJOS UNS DOS OUTROS!
            Desejando a todos muitas bênçãos, com ternura e gratidão, nosso abraço amigo,

Pe. Gilberto Kasper

(Ler Ex 34,4-6.8-9; Cântico de Daniel 3; 2 Cor 13,11-13 e Jo 3,16-18).

FESTA DE SANTO ANTONINHO, PÃO DOS POBRES!


Pe. Gilberto Kasper


Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente na AFARP – Associação Faculdade Ribeirão Preto da UNIESP, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto, Presidente do Fraterno Auxílio Cristão e Jornalista.
  

Há muitas versões, estórias e lendas sobre Santo Antônio, Presbítero e Doutor da Igreja, chamado por nossa Reitoria, carinhosamente de Santo Antoninho, Pão dos Pobres! Trata-se da mesma pessoa, venerada de modos diferentes nos diferentes lugares onde nasceu, passou e morreu. 

Santo Antônio recebe dois títulos reconhecidos mundialmente: Santo Antônio de Lisboa (porque nasceu em Lisboa) e Santo Antônio de Pádua (porque foi em Pádua que exerceu seu ministério de exímio pregador e lugar onde morreu). Há muitas lendas em torno da vida e do exercício ministerial de Santo Antônio, porém, o que é indiscutível, que foi um arauto do Evangelho, ousado e corajoso pregador, sobretudo contra as injustiças sociais. Pregava coerência entre palavra e vida! Enquanto as pessoas o deixavam falando sozinho, os peixes se aproximavam das margens do Oceano para ouvi-lo. Enormes cardumes o ouviam... É, também, invocado como o “Santo Casamenteiro e das Coisas Perdidas”.

 Nós o chamamos de Santo Antoninho, Pão dos Pobres. Enquanto Santo Antônio exercia os serviços humildes de cozinheiro nos Conventos dos Frades Franciscanos, por onde andou, distribuía pães aos pobres, escondido dos superiores. Os melhores pãezinhos ele reservava aos pobres da redondeza dos Conventos e os distribuía. Daí a Família Proença da Fonseca, vinda de Lisboa, dar-lhe o título de Santo Antoninho, Pão dos Pobres!

Após um Triduo Preparatório, solenizaremos nesta sexta-feira, dia 13 de Junho de 2014, em nosso Espaço Ecumênico Cultural de Espiritualidade, a Festa de nosso Padroeiro. São 111 anos evangelizando por uma fé madura! Celebraremos a Missa com a Bênção dos Pães aos Pobres às 8 horas, presidida por nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva!

Muitas são as razões de nossa gratidão, por tantas pessoas de boa vontade que nos ajudam a manter nossa Reitoria, cujos nomes colocamos sob a proteção de Santo Antoninho. Elencá-los, tomaria todo o espaço de nosso artigo, mas sintam-se todos colocados no cálice precioso do Senhor, durante a Solene Missa que juntos celebraremos! Sintam-se todos convidados! Nossa ternura e profunda gratidão os aguardarão na Avenida Saudade, 202, nos Campos Elíseos de Ribeirão Preto. A presença de cada um enriquecerá nossa simplicidade, já que Partilhamos de nossa Pobreza!

sexta-feira, 6 de junho de 2014

COMENTANDO A PALAVRA DE DEUS - SOLENIDADE DE PENTECOSTES

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!
“O amor de Deus foi derramado em nossos corações
pelo seu Espírito que habita em nós, aleluia!” (Rm 5,5; 10,11).

            O Domingo de Pentecostes (no qual desemboca todo o tempo pascal) recorda o Espírito Santo, dom do Pai, Amor de Deus derramado sobre nós, condição de nossa comunhão no Cristo Ressuscitado, fonte da transformação pascal de toda a realidade. Esta festa ativa em cada um de nós a vocação e a capacidade para o encontro, para o amor, para a união, para a doação, como pede a aclamação ao Evangelho: Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor”.
            No Pentecostes, o mistério pascal é celebrado como um todo (morte, ressurreição, ascensão, envio do Espírito).
            Neste dia, o mistério pascal atinge a sua plenitude no dom do Espírito derramado em nossos corações. Imbuídos deste mesmo Espírito somos capacitados para o anúncio da Boa Notícia, sem temer perseguições, nem morte.
            Devido à importância da Solenidade de Pentecostes, celebramos sua Vigília. A Palavra de Deus da Vigília de Pentecostes, “é uma mensagem que nos ajuda a superar as divisões e nos convida a saciar com a água viva oferecida por Jesus.
            As três grandes e permanentes tentações da humanidade acabam em desastre: a pretensão da subida acaba em queda; a concentração, em dispersão; o nome famoso, em infâmia. Jesus é a fonte de água viva que sacia a sede da humanidade. Temos os primeiros frutos do Espírito, que vem em socorro de nossa fraqueza.
            Na Solenidade de Pentecostes o Espírito do Senhor desceu sobre nós e nos congregou na mesma fé e numa só família. O universo todo se rejubila conosco pela presença do Espírito criador e unificador.
            O Espírito de Deus, recebido no batismo, desafia-nos a falar a linguagem do amor, compreensível a todos, e assumir o compromisso proposto por Jesus.
            A comunidade santificada pelo Espírito fala de modo que todos entendem. A linguagem que todos entendem é a do amor com sabor divino. Quem descobre a capacidade do amor gratuito, nem precisa de palavras: basta amar e todo o resto acontece naturalmente. Isto é, falar a linguagem do amor divino, significa esforçar-se por promover, quer bem, perdoar e ser sempre querido e terno nas relações humanas.
            A presença do Espírito, prometido por Jesus, torna a comunidade acolhedora e reconciliadora. Uma comunidade que não dá espaço para a ação do Espírito Santo, torna-se estéril, fechada e incapaz de acolher, amar o diferente e muito menos perdoar. A comunidade que acolhe os dons do Espírito do Senhor, não é mera instituição engessada em normas, regimentos, funções e cargos, mas se gasta, consome-se por amar as pessoas com o amor proposto pelo próprio Cristo Senhor.
            Os dons recebidos do Espírito são para a edificação da comunidade. Não poucas vezes tentamos apropriar-nos do Espírito Santo ou considerar-nos plenos de todos os dons. Sabemos que o próprio Espírito Santo sopra onde quer. Nem todos somos portadores de todos os dons do Espírito Santo. Cada um recebe os dons de acordo com as suas qualidades que colocados a serviço da Comunidade, é que a edificam e não sacrificam, como muitas vezes acontece. Há frequentemente pessoas nas Comunidades, que se sentem insubstituíveis, ou ainda aquelas que pensam que sem elas a Comunidade não sobreviverá. Uns querem fazer tudo, outros se comprometem muito pouco, o que empobrece a Igreja. Cada um deve saber o que faz melhor e enriquecer a Comunidade, consumindo-se por ela, gratuitamente (Cf. Liturgia Diária da Paulus de Junho de 2014, pp. 42-48).
            A ação do Espírito manifesta no mundo a salvação de Deus, destinada a todo ser humano. O Espírito nos fortalece e anima a formar comunidades comprometidas em viver a unidade na diversidade. Ele nos conduz a permanecer em comunhão com o Senhor ressuscitado, deixando-nos envolver pela presença de amor e vida nova.
            O Espírito do Senhor nos liberta de todas as formas de opressões, de pecado, para vivermos fraternalmente como irmãos e irmãs. Como os discípulos, o Espírito nos plenifica da presença de Deus, capacitando-nos para sermos anunciadores da Boa Nova de Jesus. O Espírito age em nós e em toda a criação, que geme em dores de parto (Rm 8,22), aguardando a manifestação plena da salvação.
            As palavras do Papa Bento XVI nos ajudam a entender a ação perene do Espírito na Igreja e no mundo: “Pudemos assim constatar, com alegria e gratidão, que ela fala em muitas línguas; e isto não só no sentido externo de estarem nela representadas todas as grandes línguas do mundo, mas também, e mais profundamente, no sentido de que nela estão presentes os mais variados modos de experiência de Deus e do mundo, a riqueza das culturas, e só assim se manifesta a vastidão da existência humana e, a partir dela, a vastidão da Palavra de Deus. Além disso, pudemos constatar também um Pentecostes ainda a caminho; vários povos aguardam ainda que seja anunciada a Palavra de Deus na sua própria língua e cultura” (Exortação apostólica pós-sinodal, Verbum Domini, Brasília: Edições CNBB, 2010, p.12).
            Renascidos pela água e pelo Espírito, nos tornamos comunidade de fé, presença e prolongamento do Cristo ressuscitado na realidade bem concreta, sobretudo lá onde se faz mais necessário, pois assim como em Jesus, o Espírito é derramado sobre nós e nos envia para anunciar a Boa-nova aos pobres; para proclamar a liberdade aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor.
            Que nesta Solenidade de Pentecostes se cumpra em nós esta palavra das Escrituras e nos faça missionários sem-fronteiras. Que a Copa do Mundo não atrapalhe, mas edifique nossa missão de um Povo acolhedor, pacífico e gentil!
            Santo Antônio faleceu na Festa de Pentecostes no dia 13 de Junho de 1231. Em nossa Igreja Santo Antoninho, preparamos da Festa de nosso Padroeiro com visitas aos Enfermos e Idosos, realizadas pelas Pupilas de nossa Reitoria: o Estudo Bíblico, A Pastoral da Pessoa Idosa e a Pastoral da Saúde. A Solenidade de nosso Padroeiro será na sexta-feira, dia 13, às 8 horas, com a bênção dos pães aos pobres, presidida por nosso Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva.
            Que as Solenidades de Pentecostes e de Santo Antoninho nos animem a sermos verdadeiros discípulos e missionários de Jesus Cristo, Senhor de nossa vida!
            Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, nosso abraço amigo,
Pe. Gilberto Kasper

(Ler At 2,1-11; Sl 103(104); 1Cor 12,3-7.12-13 e Jo 20,19-23).