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quinta-feira, 27 de junho de 2013

SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO, APÓSTOLOS


Dia do Papa 
Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé! 

            O Décimo Terceiro Domingo do Tempo Comum cede lugar à Solenidade de São Pedro e São Paulo, Apóstolos – as duas grandes Colunas da Igreja de Jesus Cristo: “Pedro, o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel. Paulo, mestre e doutor das nações, anunciou-lhes o evangelho da salvação” (Prefácio próprio da Festa).

            “Celebramos a Páscoa do Cordeiro na vida e na ação evangelizadora de Pedro e Paulo. Apóstolos, fundadores da Igreja, amigos e testemunhas de Jesus. Agradecemos sua fé e empenho missionário. E celebramos o Senhor que os escolheu e os enviou para serem seus principais parceiros no grande mutirão em favor da vida, assumindo na Páscoa e dinamizado pelo dom do Espírito Santo.

            Esta é uma celebração antiquíssima. Existia antes da festa do Natal. Ela ajuda a nos achegarmos à fonte da vida cristã, ou seja, à Palavra de Deus e à Eucaristia que eles viveram intensamente e que nós estamos para celebrar no espírito de Comunidade de Comunidades: Uma Nova Paróquia!

            Diferentes no temperamento e na formação religiosa, exercendo atividades diversas e em campos distintos, chegaram várias vezes, a desentender-se. Mas o amor a Cristo, a paixão pelo seu projeto, a força da fidelidade e a coragem do testemunho os uniram na vida e no martírio, acontecido em Roma sob o imperador Nero (54-68 D.C). Pedro foi crucificado e Paulo, decapitado.

            Ao celebrar a Páscoa dos dois grandes apóstolos, a Igreja lembra que em todas as comunidades estão presentes os fundamentos da missão evangelizadora: a vida eclesial, com sua dinâmica de comunhão e participação, e sua ação transformadora no mundo.

            No testemunho de Pedro e Paulo, temos duas dimensões diferentes e complementares da missão, como seguidores de Jesus. Apesar de divergirem em pontos de vista e na visão do mundo, o amor de Cristo e a força do testemunho os uniram na vida e no martírio. Neles, quer na vida, quer no martírio, prolongam-se a vida, paixão, morte e ressurreição de Cristo. Conheceram e experimentaram Jesus de formas diferentes, mas é único e idêntico o testemunho que, corajosos, deram dele.

            Por isso, são figuras típicas da vida cristã, com suas fraquezas e forças. As contínuas prisões de Pedro fazem-no prolongar a paixão de Jesus. Não só aceita um Messias que dá a vida, mas morre por Ele e com Ele. Convertido, Paulo se torna propagador do Evangelho de Cristo, sofrendo como Ele sofreu, encarando a morte como Jesus a encarou.

            A comunidade, alicerçada no testemunho de Pedro e Paulo, nasce do reconhecimento de quem é Jesus. Esse reconhecimento não é fruto de especulação ou de teorias, e sim de vivência do seu projeto que passa pela rejeição, crucifixão, morte e ressurreição.

            Quando o testemunho cristão é pleno, o próprio Jesus age na comunidade, permitindo-lhe ‘ligar e desligar’. O poder que Jesus tem, as chaves do Reino, é entregue a nós, seus seguidores. A comunidade não é dona, apenas administra esse poder pelo testemunho e pelo serviço em favor da vida. Organiza-se como continuadora do projeto de Deus, a partir da prática do mestre, promove a vida e rejeita tudo o que provoca a morte.

            Jesus de Nazaré é para nós o mártir supremo, a testemunha fiel... Os mártires da caminhada resistiram ao poder da morte e ao aparato repressor: ‘A memória subversiva de tantos mártires será o alimento forte da nossa espiritualidade, da vitalidade de nossas comunidades, da dinâmica do movimento popular’.

            ‘Vidas pela vida, vidas pelo Reino! Todas as nossas vidas, como as suas vidas, como a vida dele, o mártir Jesus!’.

            Animados pelo testemunho de Pedro e Paulo, vamos ao encontro do Senhor que dá razão e sentido à nossa vida. Acolhendo sua Palavra, renovamos nossa adesão a Cristo e ao seu projeto.

            Professamos com alegria nossa fé na Igreja una, santa, católica, apostólica, aberta à comunhão universal e visceralmente missionária e proclamada da vida digna para todos.

            Participando a Eucaristia, somos identificados com Cristo e confirmados no seu caminho, para sermos disponíveis aos nossos irmãos e irmãs, até a morte, como marcas da identidade cristã.

            Hoje rezamos especialmente pelo Papa Francisco, Bispo de Roma, cidade onde se deu o martírio de Pedro e Paulo. A missão do Papa é zelar para que a Igreja permaneça unida, fiel a Jesus Cristo e ao seu projeto, realize com humildade e coragem o anúncio do Evangelho, cada vez mais inculturado, profético e aberto a todos.

            Supliquemos para que o Papa e todos os pastores sejam pétrus nas mãos do Senhor, fiéis ao Evangelho na condução da Igreja como servidora da vida, como sinal e instrumento da comunhão entre os povos” (cf. Roteiros Homiléticos da CNBB n. 22, pp. 51-57).

            Com facilidade emitimos opiniões errôneas, quando não medíocres em relação à autoridade e ao serviço do Santo Padre, o Papa! Talvez a celebração de hoje seja uma oportunidade de remissão, conversão e renovação de nossa fidelidade ao sucessor de Pedro, o Papa Francisco. Frequentemente me pergunto: quem sou eu para emitir qualquer crítica, desrespeitar ou até mesmo questionar a autoridade = serviço do Papa? Homem que se despe totalmente de si mesmo. Deixa para trás até o próprio nome e toda sua liberdade, para estar totalmente a serviço da Igreja de Jesus Cristo que lhe é confiada ao coração, colocada nos ombros, como a ovelha debruçada sobre o Bom Pastor. Só o fato do sim do Papa já basta para que mereça o carinho, a ternura, a fidelidade de todo cristão, que debruça sua fé sobre o evento da “confirmação de Pedro”, continuado em nossos dias na pessoa totalmente a serviço do Reino de Deus, o amado Santo Padre o Papa Francisco. Somos, também, convidados a rezar por nosso Papa Emérito Bento XVI, que se retirou e a exemplo de João Batista, deu lugar a alguém com maior vigor, mais saúde e menos idade, a fim de conduzir não a própria, mas a Igreja amada de Jesus Cristo, da qual todos somos filhos queridos. E seu Sucessor, o Papa Francisco, é eleito como o PAPA DA TERNURA!

            Nesta solenidade, a Igreja do mundo inteiro, realiza a Coleta do Óbolo de São Pedro. Com esta coleta o Papa socorre a humanidade em suas necessidades, especialmente em situações emergenciais, em nome dos Católicos do mundo. O resultado das Coletas realizadas em todas as Celebrações deste domingo deverá ser remetido à Cúria, que dará seu verdadeiro destino, fazendo-o chegar aos cuidados do Vaticano. Por vezes há resistência à Coleta do Óbolo de São Pedro por pura ignorância. Nem sempre as pessoas conhecem o bem que fazem, sendo generosas. Todos que se sentem dignos de serem cristãos, são conclamados a partilharem de sua pobreza em favor de quem tem menos. Pois é em nome da Igreja Católica Apostólica Romana, que o Santo Padre socorre nossos irmãos que são vitimadas pela fome, pela miséria, por catástrofes, como terremotos, enchentes e tantas outras ocasiões. Sejamos sensíveis e coerentes entre o que celebramos, pregamos e doamos.

Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço sempre amigo e fiel.

Padre Gilberto Kasper

(Ler At 12,1-11; Sl 33(34); 2Tm 4,6-8,17-18 e Mt 16,13-19)

sexta-feira, 21 de junho de 2013

BENDITO O QUE VEM EM NOME DO SENHOR


Pe. Gilberto Kasper


 

 

Mestre em Teologia Moral, Especialista em Bioética, Ética e Cidadania, Professor Universitário, Docente na Associação Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo da UNIESP, Assistente Eclesiástico do Centro do Professorado Católico, Reitor da Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres da Arquidiocese de Ribeirão Preto e Jornalista.

 

            Parafraseando Isabel, ao receber o Messias ainda no útero da Virgem Maria, nas Montanhas de Judá, expresso em meu próprio nome, bem como das pessoas que enriquecem meu ministério presbiteral: a Igreja Santo Antônio, Pão dos Pobres, da qual sou o reitor; do CPC – Centro do Professorado Católico da Arquidiocese de Ribeirão Preto, do qual sou o assistente eclesiástico; da AFARP – Associação Faculdade de Ribeirão Preto do Grupo UNIESP, na qual colaboro como docente e não por último dos Veículos de Comunicação que me acolhem como articulista: A Revista Evidência Top, o Jornal Tribuna de Ribeirão Preto, o Jornal O Diário de Ribeirão Preto, a Rádio CMN – AM 750 e os Sites da Arquidiocese de Ribeirão Preto, do Vereador Rodrigo Simões, do Demétrio Pedro Bom Júnior, da Wélgima Leite que publicam minha evangelização em seus Blogs a alegria que nos proporcionou o Anúncio da nomeação de nosso 8º Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva.

            “Logo que no dia 24 de abril a sua nomeação chegou aos meus ouvidos, a criança (Jesus) saltou de alegria nos porões de minha intimidade, em meu coração. Bem-aventurado aquele que aceitou o pedido do Santo Padre o Papa Francisco para ser nosso novo Pastor, porque sentirá o quanto já o amamos, pois vem com seu lema episcopal ‘Permanecei em mim’ (Jo 15,4), adornado pelos dons do Espírito Santo, para conduzir-nos, como seu novo rebanho, pelos caminhos do Senhor” (cf. Lc 1,44-45).

            No dia 23 de abril, celebrávamos por Dom Joviano de Lima Júnior, sss, que junto à Corte Celestial completava 71 anos de natalício. Pessoalmente, pedi que sussurrasse ao ouvido do Espírito Santo, nos enviar um Bom Pastor, segundo o coração de Jesus Cristo, já que vivíamos a Semana de Oração pelas Vocações. Como que um presente do céu, no dia seguinte chegou o Anúncio da Nomeação de Dom Moacir Silva, o que alegrou o coração do rebanho que compreende a Família Arquidiocesana de Ribeirão Preto.

            Sinta nosso novo Arcebispo Metropolitano, Dom Moacir Silva o carinho de nossa acolhida, o amor de um rebanho dócil à vontade de Deus e aberto aos dons do Espírito Santo, que reconhece em seu Metropolita, Cristo, o Bom Pastor. Conte, também com nossa fidelidade e nossa mais profunda ternura, vividas na disponibilidade e na generosa comunhão, participação e unidade em tudo que nos propuser, para sermos a Igreja Missionária e Discípula: Comunidade de Comunidades, uma nova Paróquia, sugerido na 51ª Assembleia Geral da CNBB.
 
            O Ano da Fé tem um sabor de alegria ímpar. Agradecemos de coração, ao nosso Administrador Arquidiocesano, Côn. Nasser Kehdy Netto que com tanta dedicação e fraternidade sacerdotal, manteve nossa Igreja particular acesa ao Ressuscitado durante a Sé Vacante. Agradecemos ao Deus de bondade por nos enviar um novo Pastor, que vem disposto a caminhar com cada fiel desta amada e linda Igreja Centenária de Ribeirão Preto.
 
 

HOMILIA PARA O DÉCIMO-SEGUNDO DOMINGO COMUM

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

“Jesus perguntou: ‘E vós, quem dizeis que eu sou’!” (cf. Lc 9,20).

            Este Décimo-Segundo Domingo Comum do Tempo Litúrgico tem sabor espiritual, eclesial e pastoral muito especial para nossa Igreja Particular, a Arquidiocese de Ribeirão Preto, enquanto acolhe em posse solene na Catedral Metropolitana de São Sebastião, às 10 horas, o novo Pastor, nosso Oitavo Arcebispo Metropolitano, DOM MOACIR SILVA!

            Escolheu a Catedral Metropolitana para ocupar a Cátedra (Cadeira do Bispo) a partir de onde tem o múnus de anunciar o Evangelho, ensinar o rebanho a ele confiado, santificando-o e presidindo o Mistério de nossa Fé, a Eucaristia e os demais Sacramentos! A Catedral Metropolitana é a Igreja do Bispo, é a Mãe de todas as Igrejas de nossa Arquidiocese. É a Sé Metropolitana de uma Província Eclesiástica que conta com outras sete Dioceses chamadas sufragâneas: Barretos, Catanduva, Franca, Jaboticabal, Jales, São João da Boa Vista e São José do Rio Preto. Dia 29 de Junho, Solenidade de São Pedro e São Paulo – Dia do PapaDom Moacir receberá das mãos do Papa Francisco, o Pálio, um colar de lã que lhe é imposto sobre seus ombros, a fim de promover entre as Dioceses que formam nossa Província Eclesiástica, em nome do Santo Padre, a Comunhão, a Unidade, a Missionariedade, o Discipulado, sendo o Pastor que zele pelo rebanho todo, acolhendo-o em seu coração configurado com Cristo, o Bom Pastor! É evidente que não cabemos todos na Catedral. Mas Dom Moacir optou por uma celebração de posse modesta e não “pomposa”. Os Padres, Diáconos, Seminaristas, Religiosos e Religiosas, bem como Representações das 85 Paróquias, Pastorais, Movimentos e Serviços lotarão a mesma. O Presbitério se apresentará ao novo Arcebispo, prometendo-lhe obediência, colegialidade e ternura!  “Permanecei em mim” (Jo 15,4) é seu lema episcopal, ao qual nos queremos unir e sermos uma linda Família Arquidiocesana! Deixará para conhecer seu rebanho ao voltar de Roma, quando agendará encontros por Foranias e Paróquias, para estar mais próximo de todos e de cada um. Como já disse o Papa Francisco: “Vai cheirar as ovelhas lá onde elas estiverem! Será o Pastor no meio de seu rebanho, próximo do povo, especialmente nas periferias de nossa Arquidiocese”. Gesto magnífico e lindo, que nos enche de esperança. Certamente virá conhecer, também, nossa amada Igreja Santo Antoninho!

            Fazemos nossas as palavras do Côn. Nasser Kehdy Netto, nosso Administrador Arquidiocesano, ao acolher nosso novo Arcebispo: “Bem-vindo, Dom Moacir. Já nos queremos bem em Cristo Jesus. O senhor é para nós um presente do Ressuscitado, uma bênção, que vem para unir nossas forças, ser ponto de encontro, confirmar prioridades e impulsionar nosso compromisso. Vamos evangelizar juntos, ser felizes juntos e semear felicidade. Receba o abraço de toda nossa Arquidiocese, padres, diáconos, religiosos e leigos. Bem-vindo!” (IGREJA HOJE – Junho – Ano 2013 – Nº 252, p. 11).

            Jesus é nosso mestre. Nós somos discípulos e discípulas dele. Com ele nos retiramos hoje, como o fazemos todos os domingos, para um momento de descanso, de oração, de escuta da Palavra e, depois, de celebração da Santa ceia, memorial da vitória da Páscoa.

            Isto é obra de Deus, pois ele quer nos firmar seu amor. Por essa razão, nos conduziu para cá e aqui nos reúne. Que nunca nos falte a graça de amar e temer esse Deus tão bom que, em Jesus e no Espírito Santo, sempre nos mostra o caminho para nossa realização humana.

            ‘Esta Eucaristia nos desafia a confessar que Jesus é o Cristo de Deus, fonte do amor e da vida. Nossa fé nos impele a derrubar toda barreira discriminatória e reconhecer que em Cristo somos um. Só assim teremos condições de segui-lo na fidelidade dia a dia. Celebremos em comunhão com todos os migrantes que anseiam por melhores condições de vida.

            Por sua palavra, Deus derrama um espírito de graça e piedade sobre cada um de nós, convidando-nos a nos revestir de Cristo e reconhecer nele o ungido a quem nos cabe seguir.

            Somos chamados a nos compadecer das muitas vítimas da violência. Somos desafiados a professar nossa fé em Jesus e segui-lo com desprendimento. Somos convidados a superar, em Cristo, todas as discriminações’ (cf. Liturgia Diária de Junho de 2013 da Paulus, pp. 73-76).

            É sabido que existem distinções e até discriminações no tratamento social. Como trabalhamos esta questão na Igreja, na comunidade de Cristo? A Palavra hoje nos anuncia ‘a igualdade de todos no sistema do Senhor Jesus. Acabou o regime da lei mosaica que considerava ser judeu um privilégio, por causa da Aliança com Abraão e Moisés. A crucificação de Jesus, em nome desse regime antigo, marcou a chegada de um regime novo. Simplesmente observar a lei de Moisés já não é salvação para quem conhece Jesus, para quem sabe o que ele pregou e como ele deu sua vida por sua nova mensagem e por aqueles que nela acreditassem. Estes constituem o povo da Nova Aliança. São todos iguais perante Deus, como filhos queridos e irmãos de Jesus – filhos como o Filho e coerdeiros de seu Reino, continuadores do projeto que ele iniciou.

            Neste novo sistema, não importa mais ser judeu ou não, escravo ou livre, homem ou mulher, branco ou negro, patrão ou operário, rico ou pobre... Mesmo não tendo chances iguais em termos de competição econômica e ascensão social, todos têm chances iguais no amor de Deus. Ora, este amor deve encarnar-se na comunidade inspirada pelo Evangelho de Jesus, eliminando desigualdade e discriminação. Provocada pelas diferenças econômicas, sociais, culturais etc., a comunidade que está ‘em Cristo’ testemunhará igual e indiscriminado carinho e fraternidade a todos, antecipando a plenitude à ‘paz’ celeste para todos os destinatários do amor do Pai. Programa impossível, utopia? Talvez seja. Mas nem por isso podemos desistir dele, pois é a certeza que nos conduz! Na ‘caridade em Cristo’, o capital já não servirá para uma classe dominar a outra, mas para estar à disposição de todos que trabalham e produzem. A influência e o saber estarão a serviço do povo. O marido não terá mais ‘liberdades’ que a mulher, mas competirá com ela no carinho e dedicação” (cf. Roteiros Homiléticos do Tempo Comum I de 2013 da CNBB, pp. 49-54).

            Somos todos convidados, neste mês de Junho a participar, na medida do possível, das festas juninas. Já celebramos nosso Padroeiro, Santo Antoninho, Pão dos Pobres, dia 13 passado. Amanhã celebramos o nascimento de São João Batista, é a festa popular de São João. Domingo próximo celebraremos a solenidade dos apóstolos São Pedro e São Paulo, o Dia do Papa! Vivamos neste Ano da Fé não meras devoções sendo mais pedintes do que agradecidos, mas vivamos a exemplo deles uma Fé madura e comprometida com o Reino de Deus, já existente entre nós!

            Estamos também nos aproximando da Jornada Mundial da Juventude, a iniciar-se exatamente daqui a um mês, quando receberemos nosso Pastor maior, o Papa Francisco!

Sejam todos muito abençoados. Com ternura e gratidão, o abraço amigo e fiel,

Pe. Gilberto Kasper
(Ler Zc 12,10-11; 13,1; Sl 62(63); Gl 3,26-29 e Lc 9,18-24).

sexta-feira, 14 de junho de 2013

HOMILIA PARA O DÉCIMO-PRIMEIRO DOMINGO COMUM DO TEMPO LITÚRGICO

Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé!

“E Jesus disse: ‘Teus pecados estão perdoados’.

Tua fé te salvou. Vai em paz!’” (cf. Lc 7,48.50). 

            “Para entender a Palavra deste domingo, imaginemos ver em Jesus um ser humano perfeitamente integrado. Homem totalmente simples, humilde, transparente, livre, sem armaduras, sem couraças, sem preconceitos, sem complicações... Decididamente centrado apenas na essência de nossos corpos, para além dos nossos padrões egoicos, limitados, transitórios, perecíveis, cujas absolutizações ameaçam sempre comprometer a qualidade da vida das pessoas... Humano assim, só Deus mesmo! Jesus é divinamente humano.

            Não estranha, pois, que esse Jesus aceita tranquilamente tomar a refeição na casa de um ‘crítico’ fariseu. Na mesma casa, tranquilamente se deixa perfumar, banhar e beijar por uma prostituta aos prantos. Por que esta mulher estigmatizada como pecadora agiu assim? Porque sentiu em Jesus o único homem capaz de ‘tocá-la’ como ela – talvez inconscientemente – sonhava que alguém a tocasse. Tocá-la em profundidade, para além do corpo dela, em sua essência, em sua alma. No corpo de Jesus, em seu olhar, em seus gestos, ela vislumbrou aquilo que mais buscava: o verdadeiro amor, divino amor, compreensivo, acolhedor, todo perdão, fonte de paz imorredoura. De fato, neste Jesus misericordioso, que ali se deixa ‘tocar’ pelos perfumes, pelo banho das lágrimas e beijos dela, ela mesma se encontrou: experimentou-se conectada à sua própria essência, à sua ‘imagem e semelhança’ com o mistério que nos transcende, conectou-se ‘consigo’ mesma e desmoronou aos prantos...

            O fariseu, fechado em seus padrões egoístas, rigidamente identificado apenas com seu ‘papel’ religioso, portanto cego para o mistério de Deus no mistério do humano, não consegue entender a atitude da mulher. Muito menos consegue entender a de Jesus. Não percebe em Jesus o divinamente humano, a presença do amor misericordioso do próprio Deus. Por isso, no fundo, nem lhe dava muita importância, o que se traduziu no modo um tanto displicente como o acolheu em sua casa. Bem outra foi a atitude daquela prostituta, porque intuiu quem de fato era Jesus, sua atitude foi de franca, confiante e emocionante acolhida do divino amor ali presente, que não a condena, mas a perdoa totalmente e lhe resgata a verdadeira paz.

            Quantos de nós, clérigos e bons leigos, em nossas Comunidades nos revestimos do anfitrião fariseu, julgando os outros com pressa, pensando-nos “deuses” sobre aqueles que consideramos “os prostitutos e as prostitutas” de nosso tempo? Como nossa capacidade de perdoar ainda está aquém do que o Cristo espera de nós, Comunidade de Comunidades: uma nova Paróquia! Cheios de regras, normas, exigências complicadas, preconceituosos nos achamos os ‘certinhos’, só porque nossos defeitos e pecados talvez mais mal cheirosos do que os das ‘prostitutas’ de hoje continuam anônimos. Não tenho dúvida de que isso é abominável a Jesus, cheio de amor e misericórdia, que não cansa de exalar sua ternura junto aos que se arrependem e se voltam, mesmo que aos prantos diante dele.

            ‘A Eucaristia é o memorial do amor de Deus, que a todos estende seu perdão e a todos acolhe. Dispostos a deixar Cristo viver em nós, somos convidados a celebrar em comunhão com aqueles que são discriminados por motivos diversos e rezarmos por todos os sofredores de nossa comunidade.

            Diante do arrependimento e do amor que a pessoa demonstra, Deus mostra-se compassivo e disposto a perdoar o pecador. Animados pela fé em Jesus Cristo, acolhamos a palavra que nos salva.

            O amor de Deus supera nossos pecados. O amor e o perdão andam de mãos dadas. A fé em Cristo nos salva e nos leva a agir como ele” (cf. Liturgia Diária de Junho de 2013 da Paulus, pp. 54-57).

            Como vemos, pois, ‘protagonista da liturgia deste domingo é o amor de Deus que, na pessoa de Jesus, se doa como perdão para todos nós pecadores, homens e mulheres... Experimentar a misericórdia de Deus, encontrar o seu perdão, significa para o ser humano viver a alegria profunda do ‘retorno à casa do Pai’, encontrando aquela dimensão essencial de paz, de serenidade, de comunhão com Deus e de harmonia interior consigo mesmo e com as outras pessoas.

            A grande lição que hoje podemos tirar é esta: ‘São amigos de Deus (‘justos’) aqueles que reconhecem diante de Deus sua dívida de amor e dele recebem remissão. Então, abrir-se-ão em gestos de gratidão, semelhante ao gesto da pecadora’(cf. Roteiros Homiléticos do Tempo Comum I de 2013 da CNBB, pp. 43-48).

            Feliz daquele que tem a capacidade de perdoar sempre. Mesmo que a pessoa a ser perdoada não o mereça segundo nossos critérios. Mas perdoar para que eu experimente a recompensa da paz interior. Logo, perdoar não significa esquecer, mas lembrar sem rancor, nem raiva e muito menos ódio.

            Sejam todos sempre muito abençoados. Com ternura e gratidão, o abraço fiel e amigo,

Pe. Gilberto Kasper

            (Ler 2Sm 12,7-10.13; Sl 31(32); Gl 2,16.19-21 e Lc 7,36-50-8,1-3).

sexta-feira, 7 de junho de 2013

HOMILIA PARA O DÉCIMO DOMINGO DO TEMPO COMUM DE 2013


Meus queridos Amigos e Irmãos na Fé! 

“Jesus disse: ‘Jovem, eu te ordeno,

Levanta-te!’” (Lc 7,14b).
 

            O Décimo Domingo do Tempo Comum, advento da Jornada Mundial da Juventude – Rio 2013 nos apresenta Jesus Cristo que “veio devolver a vida”, especialmente aos nossos Jovens que vivem uma cruel Cultura de Morte: abandonados pelas Famílias; por uma melhor Educação Básica e Ensino Fundamental e Médio; entregues à falta de oportunidades e perspectivas; engolidos pelas drogas e balas de “acerto de contas” em tenra idade; inclinados à violência disparada e à promiscuidade de contravalores.

            “Em Israel, no tempo de Jesus, a situação da mulher viúva era a pior que existia. Ela tinha que se ‘virar sozinha’ para sustentar a si e aos filhos. Os filhos eram para ela a esperança de sua velhice. Agora imaginem a situação de uma viúva cujo filho único vem a morrer. Pois bem, a Palavra de Deus nos conta neste domingo ‘como respectivamente Elias e Jesus ressuscitam um filho de uma viúva: Elias, com muito trabalho; Jesus, com um toque de mão. Se Elias era um ‘homem de Deus’, um profeta, Jesus é o ‘Senhor’, e o povo exclama: ‘Um grande profeta nos visitou! Deus visitou o seu povo’!.

            Imagino os gritos para “Aquele que vem em nome do Senhor para a Jornada Mundial da Juventude – Rio 2013, entre 23 e 28 de Julho próximo, o Papa Francisco!” sob o tema da mesma: ‘Ide e fazei discípulos entre todas as nações! (Mt 28,19)’. Quanta esperança plantada no coração dos milhões de jovens e comunidades, que se preparam para este evento ímpar em nosso País. Oxalá sejam saborosos e consistentes os frutos da JMJ para um País com tantos contrastes, disparidades, injustiças e maus exemplos que emanam dos próprios Poderes do Executivo, Legislativo e Judiciário, covardes pelas urgentes Reformas Política, Econômica e Judiciária! Um País que ignora direitos de defesa de brasileiros reféns da Bolívia, e nem mesmo se envergonha disso! Sem falar que o Ministro do Itamarati e das Relações Exteriores carrega o sobrenome de Patriota, salvo me engano!  Mas o que importam as pessoas e suas famílias, já que nossos governantes estão tão ocupados em “maquiar” a inflação e uma economia onde o tomate custa R$ 9,00 numa semana e R$ 1,89 noutra?...

            Deus visitou o seu povo! E como o fez? Sabemos que ‘quando um governador ou presidente visita uma cidade, dificilmente vai parar para se ocupar com um cortejo que casualmente cruza seu caminho. Vai ver o prefeito, isso sim. Mas o Filho de Deus se torna presente à vida de uma pobre viúva que está levando seu filho – sua esperança – ao enterro. Deus visita os pobres e os pecadores: a viúva, Zaqueu, o padre que um dia ‘escorregou’ e é catalogado pelos próprios irmãos como um ‘inútil’, os casais em situações chamadas ‘irregulares’ e tantos outros que discriminamos como se fôssemos ‘Anjos sem defeitos’... Aqueles que são abandonados pelos outros. Em Jesus, Deus nos mostra o caminho que conduz aos marginalizados.

            A divina Palavra nos mostra que o sistema de Deus é bem diferente do nosso. ‘Enquanto que nós gostamos de investir naqueles que já tem poder e influência, Jesus começa com aqueles que estão à margem da sociedade. O Reino de Deus começa na periferia. E revela-se um Reino de vida para os deserdados. Exatamente como nosso Papa Francisco nos pede, sejamos Igreja: irmos às periferias de nossas Paróquias e Comunidades!

            Há ainda mais outro detalhe. A visita de Deus leva o povo também a sentir uma natural responsabilidade: a ‘responsabilidade da gratidão. O que o povo fez? Ele espalhou a fama de Jesus por toda a região. Mostrou que soube dar valor à visita que recebeu. A Igreja terá de celebrar a mesma gratidão por Deus, que fez grandes coisas aos pequenos. Muitos ainda não são capazes disso. Não sabem se alegrar com a visita de Deus aos pequenos. (É tão comum entre nós, até mesmo os padres, tal comportamento. Não conseguimos alegrar-nos com o zelo, a sensibilidade e os êxitos dos irmãos: é pura inveja clerical!) Por isso lhes escapa a grandeza da visita. Mas, afinal, quando é que sentimos Deus mais verdadeiramente próximo de nós: ao se realizar uma grande solenidade, ou quando um gesto de amor atinge uma pessoa carente?

            ‘Somos convidados a fortalecer nossa fé no Deus da vida. Cristo vencedor da morte nos estende sua mão, animando-nos a sair da nossa prostração, indiferença e falta de fé.

            A viúva faz a experiência do Deus que promove a vida, não a morte. Em Jesus, Deus veio visitar seu povo necessitado de compaixão e vida. A missão de Paulo é a mesma dos apóstolos que conviveram com Jesus, assim como também a nossa missão é a mesma de Paulo” (cf. Liturgia Diária de Junho de 2013 da Paulus, pp. 37-39).

            Celebramos, também neste domingo, a memória do grande ‘apóstolo do Brasil’, o beato José de Anchieta. Já no próximo dia 13 de Junho, celebraremos o Padroeiro de nossa Reitoria, em seu 110º ano de Fundação, Santo Antônio, Pão dos Pobres!(cf. Roteiros Homiléticos do Tempo Comum I de 2013 da CNBB, pp. 37-42).

            Desejando-lhes muitas bênçãos, com ternura e gratidão, o abraço amigo,

Pe. Gilberto Kasper

(Ler 1Rs 17,17-24; Sl 29(30); Gl 1,11-19 e Lc 7,11-17).